Em formato de um diário, a peça conta a história de um funcionário público e a súbita paixão pela filha do seu chefe, que desencadeia uma série de conflitos com o mundo ao redor, culminando na desestruturação total do seu pensamento. Através do tema da loucura, o conto do escritor russo Nikolai Gogol (1809-1852) lança um olhar sobre as pessoas à margem da sociedade.
(estacionamento conveniado na Rua Capital Federal, 260)
HORÁRIOS: 6ª e sab às 20h; dom às 19h / INGRESSOS: R$80 e R$100; R$40 e R$50 (meia), na bilheteria ou www.sympla.com.br / BILHETERIA: de 6ª a dom, a partir de 2h antes / GÊNERO: drama / CAPACIDADE: 240 espectadores / CLASSIFICAÇÃO: 14 anos / DURAÇÃO: 80 min / TEMPORADA: até 02 de junho
O ator Milhem Cortaz, que recentemente brilhou na série “Os Outros”, do Globoplay, apresenta em São Paulo seu primeiro monólogo, “Diário de Um Louco”, dirigido por Bruce Gomlevsky,a partir de 05 de abril no Teatro Viradalata. O projeto foi idealizado pelo produtor Carlos Grun, que retoma a parceria com o ator e o diretor iniciada há doze anos na montagem de “A Volta ao Lar”, de Harold Pinter.
PRIO, em conjunto com o Ministério da Cultura, apresenta essa adaptação do conto literário do escritor russo Nikolai Gogol (1809-1852) publicado em 1835, que acompanha a trajetória de um trabalhador de classe média baixa, um funcionário público, que gradualmente vai perdendo sua sanidade mental. Através dos relatos em seu suposto diário, fica clara a progressiva desconexão desse ‘homem comum’ com a realidade.
SINOPSE
“Diário de Um Louco” apresenta as desventuras do funcionário público Akcenti Ivanovitch, tomado subitamente de paixão pela filha do chefe. Elaborando planos mirabolantes para ser percebido pela moça, de uma classe social mais alta, cria para si um mundo de fantasias que sai de seu controle e acaba por condená-lo ao manicômio.
A CRÍTICA
“Bruce Gomlevsky, com seu padrão de um encenador criativo, inteligente e ousado, transforma Milhem Cortaz, em seu primeiro solo, em um homem que sucumbe ao deus da burocracia e ao da desigualdade.” (Claudia Chaves, Jornal Correio da Manhã)
“Quando ri, Milhem gargalha o humor louco de um império que rui. (…) Nessa operação o que vemos é um dos maiores trabalhos de interpretação do teatro brasileiro em 2023.” (Rodrigo Fonseca, Rota Cult)
“Milhem Cortaz dando uma exemplar lição atoral na sua completude de incorporação psicofísica, com sangue e alma, de um estado mental de alienação conectando riso e lágrimas (…). Em espetáculo que estabelece uma empatia palco/plateia através de refinado apuro estético do comando concepcional de Bruce Gomlevsky, imprimido com um sotaque artaudiano de crueldade e sinalizado por sutis traços do absurdo beckettiano.” (Wagner Correa, Escrituras Cênicas)
A MONTAGEM
A encenação se concentra na fisicalidade do trabalho de Milhem Cortaz – seus recursos vocais e corporais desenham a desintegração mental do personagem. Há tons de surrealismo na subversão do uso dos objetos de cena, que têm suas funções trocadas.
“Diário de Um Louco é um clássico de grande atualidade e pertinência nos dias de hoje. Num momento onde o consumo de medicamentos psiquiátricos banalizou-se, é de suma importância discutir a questão da saúde mental. O clássico de Gogol retrata o processo dramático e gradativo de ‘enlouquecimento’ de Akcenti Ivanovitch, um emblemático funcionário público da classe trabalhadora fadado a ser explorado por toda uma vida. E dirigir Milhem Cortaz é muito gratificante. Um ator de extrema potência, completamente disponível e em sintonia com a minha forma de trabalhar a cena.”, festeja o diretor.
FICHA TÉCNICA
Texto: Nicolai Gogol
Tradução: Paulo Bezerra – Editora34
Idealização: Carlos Grun
Direção: Bruce Gomlevsky
Elenco: Milhem Cortaz
Luz: Elisa Tandeta
Figurinos: Carol Lobato
Cenário: Nello Marrese
Trilha Sonora e Direção Musical: Marcelo Alonso Neves
Fotos: Priscila Prade
Design Gráfico: Rita Ariani
Vídeos: Eduardo Chamon
Direção de Produção: Carlos Grun
Realização: Bem Legal Produções
Assessoria de Imprensa: JSPontes Comunicação – João Pontes e Stella Stephany
MILHEM CORTAZ – ator
Iniciou sua carreira nos palcos aos 11 anos, passou pela Commedia Dell’Arte em Milão, na Itália, ainda na adolescência. Voltou para o Brasil em 1990 e integrou o elenco do CPT de Antunes Filho.
Na sétima arte, se tornou um artista consagrado. Milhem acumula em seu currículo mais de cinquenta filmes. Seu primeiro papel de grande destaque foi em “Carandiru”, de Hector Babenco. Conquistou os prêmios de Melhor Ator no Festival Internacional de Televisão de São Paulo com a série “Fora de Controle”; de Melhor Ator No Festival de Cinema de Lima com o filme “O Lobo Atrás da Porta”; e de Melhor Ator Coadjuvante no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro com o longa “Tropa de Elite”, entre outros.
No meio publicitário, é bastante conhecido por sua voz forte e marcante nas locuções de campanhas nacionais. As produções mais recentes foram a 2ª temporada de “Irmandade” na Netflix, “Amor de Mãe” e “O Sétimo Guardião” na TV Globo, “Ilha de Ferro” na Globoplay. Atualmente brilha na série “Os Outros”, na Globoplay.
Atuou em mais de 15 peças teatrais, entre elas “A Volta ao Lar”, de Harold Pinter, com direção de Bruce Gomlevsky, com quem trabalha atualmente em seu primeiro solo teatral, “Diário de Um Louco” de Nikolai Gogol.
BRUCE GOMLEVSKY – diretor
Bruce Gomlevsky é ator, produtor e diretor teatral, trabalhando em teatro, cinema e televisão. Com 30 anos de carreira, atuou em 50 peças, dirgiu 30 e produziu 19.
É vencedor de diversos prêmios de teatro como melhor ator e diretor. Participou de mais de 50 espetáculos e entre seus principais trabalhos como ator e diretor em teatro destacam-se: “Uma Ilíada”, de Lisa Peterson e Denis O’Hare (prêmio Censgranrio de melhor ator); “O homem travesseiro”, de Martin Mc Donagh (prêmio APTR de melhor direção e melhor espetáculo 2012); “Festa de Família”, de Thomas Vinterberg; “A volta ao lar”, de Harold Pinter; “Cyrano de Bergerac”, “Renato Russo, o musical” (em cartaz até hoje, e indicado ao Prêmio Shell de melhor ator 2007); “O Diário de Anne Frank”, “Timon de Atenas”, de Shakespeare, com Vera Holtz; os premiados “Um Tartufo” e “A Revolução dos Bichos”, entre outros. É fundador e diretor artístico da Cia Teatro Esplendor no Rio de Janeiro.
No cinema, participou como ator dos filmes “Deus é brasileiro” 1 e 2, de Cacá Diegues; “Apolônio Brasil”, de Hugo Carvana; “Quase Dois Irmãos”, de Lúcia Murat; “Polícia federal – a lei é para todos”, de Marcelo Antunez; “Elis”, de Hugo Prata; “O Escaravelho do Diabo”, de Carlo Milani.
No audiovisual, esteve recentemente na 2ª temporada da série “Desalma”, do Globoplay, e está estreando a 4ª temporada da série “Impuros”, no Starz+, além dos longas-metragens “Deus ainda é brasileiro”, de Cacá Diegues; “Polacas”, de João Jardim, Maurício de Souza de Pedro Vasconcelos; e “Mensageiro”, de Lucia Murat.
CARLOS GRUN – BEM LEGAL PRODUÇÕES
Bem Legal Produções, de Carlos Grun, é responsável por sucessos como “Selfie”, com Mateus Solano e Miguel Thiré; “O Escândalo Philippe Dussaert”, com Marcos Caruso; “Mãe Fora da Caixa”, com Miá Mello; “Intimidade Indecente”, com Eliane Giardini e Marcos Caruso”; “O Caso”, com Otavio Muller e Leticia Isnard; “Dom Quixote”, com Leonardo Brício e Kadu Garcia; “Vocês Foram Maravilhosos”, com Marcos Veras; entre outras produções em mais de 20 anos de carreira.
NIKOLAI GOGOL – autor
Nikolai Gogol (1809-1852) foi um escritor russo. Sua obra situa-se no estilo do realismo da literatura russa, apesar de alguns trabalhos apresentarem características do surrealismo. Sua principal obra foi “Almas Mortas” – considerada a primeira novela russa moderna. Destacam-se também “Diário de um Louco” e “Nariz”.
Nikolai Vassilievitch Gogol nasceu em Velyki Sorotchintsi, no Império Russo, na região da atual Ucrânia, no dia 31 de março de 1809. pai. Com 19 anos mudou-se para São Petersburgo, onde encontrou um modesto emprego em um escritório ministerial. Desde jovem desejava escrever textos para o teatro. Tenta uma vaga de professor de história na Universidade de São Petersburgo, onde conhece Alexandre Púchkin, um destacado escritor russo que exerce forte influência em seus futuros trabalhos.
A distância de sua cidade natal lhe inspira suas primeiras obras, Noites na Fazenda de Dikanka (1831), Arabescos (1835) e Mirgorod. A obra Arabescos começa a definir-se um dos principais temas do escritor, o da humilhação da pessoa submetida a uma organização social coercitiva e esmagadora.
Em 1835 Gogol resolve abandonar a universidade para se dedicar exclusivamente à literatura. Nesse mesmo ano, publica Diário de Um Louco, que conta uma aventura invulgar vivida por um funcionário atormentado e perdido de amores pela filha do patrão. A obra mistura o real e o fantástico, o normal e o patológico, o razoável e o delírio, a ponto de ver o sofrimento do ser humano a quem a identidade vai se estilhaçando com rapidez e intensidade.
Em 1836 publica a peça O Inspetor Geral, uma comédia que satiriza a corrução dos funcionários do estado e que provocou a indignação da plateia de burocratas e burgueses. Gogol é incompreendido, tendo sua obra censurada, o que o obrigou a abandonar temporariamente a Rússia. Inicia uma viagem pela Europa. Vai para Alemanha e França e finalmente se instala em Roma. Em 1837 fica profundamente abalado com a morte do amigo Púchkin.
Em 1842, em Roma, Gogol conclui a redação do primeiro volume de Almas Mortas, sua principal obra. O romance apresenta um quadro desalentador das condições de vida na Rússia rural. Sarcasticamente, Gogol mistura o cômico, o absurdo e o trágico, revelando o pessimismo inerente à personalidade do escritor. No mesmo ano, publicou O Capote, obra que exerceu grande influência na literatura russa. O romance conta a história de um modesto funcionário que se submete a toda sorte de privações para poder comprar um bom capote para o inverno. Quando consegue, é roubado e se vê então tomado por uma melancolia que envolve toda a sua condição. Depois de adoecer, morre e ressurge como fantasma, para cobrar a injustiça de que foi vítima.
Depois de uma curta temporada em Moscou, Gogol retornou para Roma, onde iniciou a segunda parte de Almas Mortas, mas abandonou a obra.
Publicado em 1843, a obra O Nariz traz os traços mais estranhos e ao mesmo tempo mais típicos do escritor, o humor ácido e agudo. No primeiro aspecto, que se traduz tanto na atmosfera como na linguagem, o escritor antecipa nitidamente a arte ficcional de Kafka.
Nos últimos anos de sua vida Nikolai Gogol escreveu Fragmentos Escolhidos da Correspondência com os Amigos (1847), em que proclamou sua reconciliação com o czarismo e com a religião ortodoxa. Em 1848, atravessando uma grave crise espiritual faz uma peregrinação à Jerusalém. Pouco a pouco sua saúde foi se agravando, tornou-se cada vez mais místico, impelido em buscar a salvação da alma pelos sentimentos religiosos. À beira da loucura, seguindo um regime rigoroso, com a saúde física e mental debilitada, pouco antes de morrer, Nikolai Gogol queimou os manuscritos da segunda parte da obra “Almas Mortas”. Nikolai Gogol faleceu em Moscou, Rússia, no dia 04 de março de 1852.
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