Está de volta o Honk!POA em sua edição anual. O festival acontece entre 26 e 28 de abril em espaços públicos da cidade
Referência nos EUA e agora no Brasil, o Honk! chegou para ficar e esta é a quinta vez que se realiza em Porto Alegre, com oficinas descentralizadas, apresentações e cortejo de fanfarras brasileiras
Mais uma vez o Honk!POA se prepara para invadir as ruas com muita arte, música e celebração. O festival de fanfarras ativistas já virou tradição ao defender a ocupação das ruas como um processo de resistência artística. Neste ano o evento será dias 26, 27 e 28 de abril. O festival está preparando mais uma edição especial com grupos musicais de diversos lugares do país que irão se apresentar em locais públicos da cidade. Além disso, estão previstas uma série de atividades e oficinas em quatro comunidades fora do eixo central da cidade: Areal da Baronesa, Vila Planetário, Ilha do Pavão e Morro da Cruz.
O Honk! é um festival que acontece desde 2006 em diversos lugares do mundo, mas ganhou força no Brasil quando estreou no Rio de Janeiro em 2015. Ele se caracteriza por ser totalmente independente e se fortalece graças ao apoio das pessoas para arcar com despesas relacionadas à infraestrutura, logística, taxas da prefeitura e divulgação do evento. Todo o ano, uma série de ações são propostas pela produção e ainda é possível contribuir com a edição 2024 pelo Instagram @honkpoa. O Honk reúne por aqui aproximadamente 10 mil pessoas em cada edição. Esse ano também estará sendo realizado em quatro comunidades parceiras, reunindo 300 músicos de diferentes capitais do Brasil e mais de 100 voluntários trabalhando para que o festival aconteça.
O festival de fanfarras criado nos Estados Unidos conquistou o afeto dos brasileiros, que já tinham em sua história a tradição de unir os sopros e percussões em seus carnavais de rua. Desde a primeira edição no Brasil, o Honk! mobilizou muita gente e de lá para cá, diversas cidades brasileiras têm o seu festival. Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Belo Horizonte, Curitiba e Porto Alegre movimentam os grupos de sopro e percussão de todo o Brasil, fazendo intercâmbios de grupos. O Honk!POA é um dos mais aguardados eventos de rua da capital gaúcha e, em sua quinta edição (foram três presenciais e uma edição online durante a pandemia), trará fanfarras do Rio de Janeiro, Santa Catarina e de Brasília para tocar com as nossas, que já somam muitas desde que esse movimento começou.
A programação se inicia dia 26, sexta-feira, com as apresentações das fanfarras pelas ruas centrais da cidade. Os locais estão sendo definidos pela equipe do Honk e Prefeitura Municipal de Porto Alegre e serão divulgados na página do evento https://www.instagram.com/honkpoa/. Mas antes mesmo da abertura oficial, na quinta-feira, às 19h, a equipe do Honk e artistas convidados recebem o público para assistir o documentário HONK United POA (duração 25min), com um salve personalizado do Ken Field (EUA-MA), e depois bater um papo com Davi Maia Aipim (DF), Elisa Caldeira (RJ), Ana Juk (RS) e Luciano Fernandes (RS) sobre performances circenses no contexto Honk. Esse encontro acontece no IAB-RS, que fica na R. Riachuelo, 579, no Centro Histórico. No dia 27 ocorrem as oficinas e apresentações nas regiões do Areal da Baronesa, Vila Planetário, Ilha do Pavão e Morro da Cruz. E no domingo, um grande cortejo com todas as fanfarras percorre as ruas de Porto Alegre.
Programação/ Fanfarras e grupos participantes:
@batesopra (RS) é a fanfarra mais querida de Porto Alegre, que há 10 anos vem ocupando as ruas e os palcos do país com seu repertório autoral, marcando seu espaço na cena da música instrumental independente
@charangaencarnada (SC) é formada por uma diversidade de pessoas que com seu som e movimentos refletem a energia das ruas. Musicistas e performers de circo trazem malabares de fogo e uma sonoridade diferenciada, com um repertório variado que envolve clássicos da música brasileira, pops internacionais e funks da nova geração.
@colmeia.trompete (RS) é um coletivo musical formado por pessoas que estão aprendendo a tocar trompete e tem na Colmeia uma oportunidade de se experimentar artisticamente.
@coletivo_de_trombones de vara a noite (RS) é uma formação recente de amigos e pessoas interessadas em desenvolver suas práticas musicais trombonísticas. O grupo existe desde 2023 e se reúne semanalmente para a prática e aperfeiçoamento do fazer musical através do trombone de vara!
@fanfarradaponte (SC) é um coletivo que desde 2020 se dedica ao estudo de ritmos brasileiros e tem atuado no fortalecimento do carnaval de rua e no movimento neofanfarra de Floripa. Eles ainda contam com o Núcleo de Estudos Fanfarra da Ponte, que trabalha na base, investindo na formação de músicos iniciantes e intermediários, além de musicalização.
@la_brasalunera (RS) é um grupo de candombe formado por multiartistas de diversas nacionalidades, entre elas, uruguaios, colombianos e brasileiros, que se reúnem há cerca de 3 anos nas praças de Porto Alegre desenvolvendo seu toques, danças, estudos e pesquisa sobre o Candombe, ritmo afro-uruguaio.
@avisemashana (RS) é um coletivo que desde 2016 faz longos e misteriosos cortejos celebrando o tradicional e o novo da música popular brasileira, das marchinhas ao funk, vibrando diferentes gerações pelo direito de ser feliz. E eles capricham muito nas fantasias!
@oblocodobeijo (RS) busca a representação do ato de beijar como símbolo dos desejos, das manifestações de alegria, da integração das diferenças e das incontáveis possibilidades de relações que existem no mundo. O bloco propõe apresentações que interagem com o público, encenando de clássicos do cinema a críticas políticas e sociais, sempre com muito humor e beijo na boca.
@mulembadacaxu (RS) é da cidade de Cachoeirinha e foi fundado em 2023. Esse ano o coletivo fez seu primeiro desfile de carnaval de Cachoeirinha, com uma bateria integrada por 33 membros, e agora chegam ao Honk!POA pra mostrar tudo que eles vem construindo por lá!
@magmagroove (RS) surgiu da pesquisa com percussão de sete musicistas de Porto Alegre: o ponto de encontro é a rua, com os ritmos do mundo. Surdo, caixa, repinique e chocalho são algumas das vozes cantadas por células rítmicas em suas variadas combinações. O coletivo mergulha nas manifestações populares brasileiras para se alimentar do que há de mais genuíno no Brasil: sua música e a brincadeira como forma de ritualização dos saberes e relações.
@maluvidas (BSB) são um grupo composto por mulheres cuja proposta é expressar as inquietações e pautas políticas femininas e mostrar que lugar de mulher também é na música e na arte de rua. Com um repertório de músicas sempre compostas ou interpretadas por grandes artistas femininas, a fanfarra busca trazer cada vez mais mulheres para o universo da música de rua e dialogar em espaços abertos com som, festa, afeto, ativismo, feminismo e luta.
@blocomarimbondo Não Respeita (RJ) é um coletivo que se propõe a tocar músicas que conversam com o espaço da cidade, em sua multiplicidade e suas contradições. A regra é dar musicalidade à miscelânea de histórias musicais que podem ser contadas no espaço público.
@no.caminhoteexplico (RS) é um grupo que foge do habitual e traz no repertório a pluralidade cultural e musical brasileira e latino-americana, mesclando diversos ritmos: baião, forró, samba, funk e cumbia.
A São Fanfarrão (RS) é um grupo de sopros e percussão originário da Banda Marcial São João. De característica mais descontraída, traz um repertório pop nacional e internacional, temas de filmes, com canções clássicas e modernas.
@sopresuasferas (RS) é um coletivo feminino e feminista criado para construir um espaço musical mais seguro para as mulheres. O SSF, como é carinhosamente chamado, iniciou com apenas onze mulheres e hoje já soma mais de quarenta integrantes organizadas em grupos de sopro, percussão e performance corporal.
@tribloco.poa nasceu em uma junção de músicos do RS e do RJ, inspirado nos blocos de “teckinão” do carnaval de rua do Rio de Janeiro. Com um repertório recheado de grandes sucessos do tecnomusic internacional, promete botar a energia lá no alto e o público pra correr, pular, dançar até o fim.
O Unides dos Bloquinhos e del Circo de Rua (SC) é um grupo que reúne música e circo para criar intervenções urbanas artísticas, experimentando ritmos como mambo, bolero, reggae, ska, ijexá, alujá, ciranda e música romena. O coletivo é uma mistura gostosa de gêneros, cores e nacionalidades, incluindo pessoas de diversos estados brasileiros e países latino-americanos.
@arealdofuturo é um projeto cultural voltado à comunidade onde cerca de setenta crianças têm aulas de percussão e dança o ano inteiro! O Areal da Baronesa é um território negro encravado no bairro Menino Deus e um dos berços do samba em Porto Alegre, onde carnaval é tradição que atravessa gerações.
@gurizadai é um projeto onde as crianças têm a oportunidade de aprender instrumentos de sopro e percussão e mergulhar na cultura musical popular da cidade. O projeto existe desde 2021, promovendo oficinas de música na ONG Misturaí, localizada na Vila Planetário em Porto Alegre.
O @maracatutruvao, desde 2004 em contato direto com os protagonistas dessa tradição, estabelece uma ponte entre Porto Alegre e Recife, difundindo a musicalidade de bombos, ganzás e gonguês, seus cantos e danças, através de oficinas e de apresentações com repertório tradicional e autoral.
A Fanfasystem (RS) é a junção do coletivo Cumbia na Rua com músicos de percussão e outros instrumentos, que promovem musicalidades pelas ruas desde 2016.
Sobre os locais descentralizados/ apresentações no sábado, dia 27, a partir das 14h:
A Ilha do Pavão representa uma das dezesseis ilhas que formam o Delta do Jacuí, com forte atuação da Associação de Moradores, que promove diversas ações e projetos na comunidade. Todas as conquistas dos últimos anos passaram pela força das mulheres da comunidade – lideranças que acreditaram na reabertura da associação, em parceria com mentes e mãos de diversos lugares, aqui representado na figura do eterno Jonas Lunardon, peça fundamental no movimento de agrupar forças para reerguer a associação, respeitando a vontade e os desejos das lideranças locais. Levar o Honk!POA para lá é festejar essas conquistas e abrir caminho para novas parcerias com a Associação Vitória da Ilha do Pavão.
O Morro da Cruz é a comunidade onde foi criado o Projeto Galpão Cultural Casa de Hip Hop, idealizado e mantido pela artista e ativista Negra Jaque. Trata-se de um espaço para acolher pessoas e ideias, com foco na educação e desenvolvimento humano. Espaço de arte, de livros, feito para a realização de oficinas e para os ensaios de músicos. É uma nova ponte a ser construída e que pode render frutos na integração de atividades culturais, como o próprio Honk!
A Vila Planetário representa uma das comunidades negras centrais de POA que resistiu ao movimento histórico realizado pelo poder público de expulsão e realocação para regiões periféricas. Após a primeira edição do Honk!POA na comunidade foram estreitados os laços com a ONG Misturaí Poa e atualmente projetos culturais são executados na comunidade, incluindo aulas de sopro e percussão com crianças e adolescentes, que se apresentarão no Honk!
O Quilombo do Areal da Baronesa é conhecido como “berço do samba”, e é por meio dos batuques da música popular que a história do Areal vem sendo contada ao longo dos anos. É onde passado e presente se fundem que nasceu o bloco Areal do Futuro, que antes de ser um bloco, é um projeto cultural voltado à comunidade: lá, cerca de setenta crianças têm aulas de percussão e dança o ano inteiro.
HONK!POA – festival de fanfarras
Dias 26, 27 e 28 de abril
Programação diária, horários em breve na página do HONK!POA no Instagram
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https://www.instagram.com/honkpoa/