Em meio à possibilidade de novas movimentações do Projeto de lei 1774/2019, que autoriza a venda de medicamentos nos supermercados e estabelecimentos similares, o Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo (CRF-SP) ratifica o posicionamento contrário ao PL entendendo que medicamentos não podem ser tratados como produtos de consumo cotidiano. Eles são itens de saúde e, quando mal utilizados, podem colocar vidas em risco.
Ainda que sejam medicamentos isentos de prescrição, não são isentos de orientação. Deixá-los disponíveis na prateleira de um supermercado gerará a falsa impressão de que tais produtos dotados de alta toxicidade podem ser adquiridos como qualquer outro alimento e, portanto, em nada contribuirá para a saúde pública; ao contrário, incentivará a automedicação e exporá a população a riscos de interações e intoxicações medicamentosas, ampliando as internações e, com isso, diminuindo a capacidade produtiva e a qualidade de vida dos cidadãos brasileiros, além de aumentar os custos para o já fragilizado sistema de saúde.
Esses e outros argumentos estão no manifesto assinado pelo CRF-SP, Conselho Federal de Farmácia, Federação Nacional dos Farmacêuticos (Fenafar), Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp), Sindicato dos Farmacêuticos (Sinfar-SP), Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias (Febrafar), Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos (Sincofarma) e Associação Brasileira de Comércio Farmacêutico (Abcfarma) e entregue nesta terca-feira,10, aos deputados federais e líderes de partidos na Câmara dos Deputados e Senado.
Para o presidente do CRF-SP, Dr. Marcelo Polacow, a presença e a orientação farmacêutica são fundamentais. “Nas farmácias, o farmacêutico está presente e disponível para orientar sobre a relação benefício e risco, conservação, interações medicamentosas, possíveis reações adversas, evitar intoxicações, dentre outros itens fundamentais para uso correto e seguro dos medicamentos”.
Sobre o CRF-SP
Entidade responsável pela habilitação legal do farmacêutico para o exercício de suas atividades, o Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo (CRF-SP) é a maior entidade fiscalizadora de estabelecimentos farmacêuticos do país, com mais de 72 mil fiscalizações anuais em farmácias, drogarias, hospitais, indústrias, laboratórios, transportadoras, cerca de 80 mil profissionais inscritos e mais de 35 mil estabelecimentos registrados no Estado.