Devido ao sucesso, show de variedades faz curta temporada no Teatro Café Pequeno
Depois de conquistar uma recepção calorosa do público, o espetáculo de cabaré “Varieté dus Amantes”, dirigido por João Vitor Linhares, estará em cena mais uma vez. Nascido no dia do Orgulho LGBTQIAPN+, o show de variedades aborda a temática amorosa e conta com uma dramaturgia que une diferentes crenças e culturas. Em uma mistura de teatro, dança, música e artes visuais, o espetáculo transporta o público para um universo lúdico e colorido, onde o amor é reverenciado. Em novembro, o Teatro Café Pequeno recebe os talentosos multiartistas para mais uma curta temporada.
É tempo de cabaré no Rio de Janeiro. Há uma crescente exploração desta linguagem cênica nos teatros cariocas. Este movimento não é novo na história cultural das cidades e reaparece em tempos de crise. “Foi assim na Alemanha entre guerras, nos anos 20, no Brasil pós-golpe, e sempre volta quando estamos diante de uma realidade que tenta enfraquecer a arte. Streva (coordenadora do Cabaré Incoerente) sempre fazia questão de observar em sala de aula que essa epidemia de cabarés contemporâneos está ligada à situação política que vivemos. O cabaré é onde o artista encontra com seu lado de protesto, é um movimento teatral de vanguarda”, explica Linhares.
Para as próximas apresentações o diretor preparou novidades: o espetáculo terá a participação de uma banda ao vivo, com direção musical de Rohl Martinez e percussão de Ludi Horta; o multiartista Cesar Soares, que hora assume o agogô, o cantor Lucas Fidelis (que faz sucesso na banda Pipa Menino), trazendo uma bagagem cigana e latina, com músicas cantadas em espanhol e performance com castanholas, o talentoso cantor e também pianista Ton. Outro vocal da banda é Bruno Marques, que será o cupido e Mestre de Cerimônia da noite. Segundo Cecília Sotres (pesquisadora), “a música é o mar pelo qual o cabaré navega”, e o diretor garante que nesta edição a música está muito mais integrada ao espetáculo.
Outro atrativo desta temporada é o bar do Teatro Café Pequeno, que estará aberto para consumo. Segundo João Vitor Linhares, este é o espaço perfeito para o evento: “É um teatro pequeno e aconchegante, o cabaré precisa dessa intimidade com o público. Ainda tem o bar aberto. Os cabarés nasceram nas tabernas da Idade Média, então ter o consumo das bebidas também compõe essa atmosfera “noir” típica dos cabarés franceses. Um teatro onde você pode beber, comer, dançar e chegar perto dos artistas é uma experiência que vale a pena viver”, comenta.
O público também pode esperar uma homenagem aos Dzi Croquettes, grupo dos anos 70 que chegou à fama internacional em plena Ditadura Militar no Brasil, e com toda sua graça, irreverência e desbunde, viraram febre no país, transformando e transgredindo os conceitos de masculinidade, expressão de gênero e expressão artística. Será uma noite para afirmar de diversas formas que “só o amor constrói”, frase dita inúmeras vezes por Wagner Ribeiro, fundador dos Dzi Croquettes.
Para João Victor Linhares, “é importante destacar que esse amor sempre foi negado a nós, pessoas LGBTQIAPN+, e, por isso, a escolha do tema é tão relevante. Estamos reescrevendo nossa história de amor no tempo do agora, para que nossos sentimentos sejam validados e para que tenhamos, finalmente, o direito de amar quem quisermos”, comenta o diretor.
Direção: João Vitor Linhares
O diretor pesquisa a linguagem cênica do cabaré há seis anos. Tudo começou quando decidiu participar do “Cabaré Incoerente”, grupo de pesquisa coordenado por Christina Streva, na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). Enquanto ator, fez parte do espetáculo de maior sucesso do grupo, Cabaré Sade, chegando a rodar por festivais universitários do Rio e Belo Horizonte em 2019 e se apresentar pelo Itaú Cultural em 2020.
A ideia de montar “Varieté dus Amantes” surgiu em 2022, quando fazia a direção de movimento e preparação corporal da sua primeira peça profissional, Jardim dos Espantos, com direção de Christina Streva. O diretor sentiu o desejo de dar continuidade a artistas que foram por muito tempo apagados da história, como os Dzi Croquettes, o grupo Vivencial Diversiones, as Divinas Divas e tantos outros que, segundo ele, tiveram sua memória menosprezada pelo Brasil.
Elenco
Repleto de artistas da cena contemporânea, o elenco abre caminhos para diversas representatividades. Composto por pessoas LGBTQIAPN+, periféricas, pretas e soropositivas, os artistas em cena trazem à público corpos plurais, dando voz e visibilidade a quem historicamente foi marginalizado. Além disso, o elenco conta com dois semifinalistas do programa The Voice, da rede Globo: Cesar Soares (2022) e Ton (2023). Também estarão em cena Aleeh Berton, Álvaro Vitor, Bruno Marques, Cadumma e Matheus Brito, com a especial participação das artistas Cont D, Divina Malandra, Fairy Adams, Felina Solar, Retinto Fercar, Natália Amoreira e Sid Oliver, abrilhantando essa noite coberta por números de dança, Lip Sync, humor, crítica social, paródia e carnaval.
Classificação: 16 anos
Duração: 80 minutos
SERVIÇO:
Local: Teatro Café Pequeno – Av. Ataulfo de Paiva, 269 – Leblon, Rio de Janeiro
Datas: 08 a 17 de novembro. Sextas e sábados às 20h, domingos às 19h.
Ingressos: Valor Promocional R$35; Meia Entrada R$25; Inteira R$50
Venda de ingressos pela Eleven Tickets ou bilheteria do teatro.
*Gratuidade para pessoas trans e NB.
FICHA TÉCNICA
Idealização e Direção Artística: João Vitor Linhares
Direção Musical: Rohl Martinez
Produção: João Vitor Linhares e Maria Sarah
Artes Gráficas: João Vitor Linhares e Maria Sarah
Edição de Vídeos: Maria Sarah
Fotografia e Edição: Brunu Marchetti
Assessoria de Imprensa e Comunicação: Marcella Freire @mar_comunicacao
Intérpretes Criadores: Alé Berton, Álvaro Vitor, Bruno Marques, Cadumma, Cesar Soares, Felina Solar, Lucas Fidelis, Ludi Horta, João Vitor Linhares, Matheus Brito, Rohl Martinez, Ton e convidades especiais.
Convidades: Divina Malandra, Alexandre Mitre e Camila, Tami Coelho, Celso André. Ewa Exu, Retinto Fercar, Dj Genesttra.
Banda: Bruno Marques, Cesar Soares, Lucas Fidelis, Ludi Horta, Ton e Rohl MartinezMúsicas autorais no repertório de Cadumma, Cesar Soares e Lucas Fidelis, Rohl Martinez: Muito prazer, Varieté: Cadumma, Cesar, Rohl, Ton; Menino Céu: Cesar Soares ; Morenito: Lucas Fidelis; Leila: Rohl MartinezDesigner de Luz e Operação: Jirllan CavagnaProdução Executiva: João Vitor Linhares, Maria Sarah e Bruno MarquesAssistência de Produção: Ana Lavendoski
Agradecimento especial à equipe do @teatrocafepequeno.rio e Secretaria de Cultura do Rio de Janeiro pelo apoio ao projeto.