O espetáculo pertence à Mostra O Trem – Companhia de Teatro, que até 10 de fevereiro, que, a cada semana, traz uma peça voltada ao público infantil, com temas atuais, como: consciência ambiental e crise climática, silenciamento feminino, segurança doméstica, e o incentivo à leitura frente à vida digital. De 31.01 a 03.02 é a vez da premiada “Princesa Falalinda Sem Papas na Língua”, dirigida por Cynthia Falabella.
Criada em 2006, a companhia mineira O Trem carrega uma trajetória consistente,
com 15 espetáculos encenados em diversos festivais e teatros do Brasil e de países como Chile, Uruguai e Portugal, reunindo 38 indicações e 10 prêmios
A Mostra de O Trem – Companhia de Teatro, em celebração aos seus 18 anos, segue em cartaz com espetáculos dedicados à infância, no Teatro I do CCBB BH. De 31.01 a 03.02 tem apresentações do espetáculo “Princesa Falalinda Sem Papas na Língua”, que discute o Silenciamento Feminino a partir da subversão dos contos de fada. Na trama, a protagonista é uma princesa que recebeu da Bruxa a maldição de falar tudo o que pensa. À medida em que cresce, seus questionamentos não são bem-vindos e ela começa a ter problemas com o Rei e o Príncipe. A direção é de Cynthia Falabella.
Na semana seguinte, o público assiste à estreia de “Margot e a Árvore da Vida” (7 a 10/02). A dramaturgia das peças da Mostra é assinada pela diretora artística da companhia Livia Gaudencio. A programação fica em cartaz até 10/02, de sexta a segunda, sempre às 15h. As sessões contam com intérprete de Libras. Os ingressos custam R$30,00 (inteira) e R$15,00 (meia-entrada), com desconto de 50% para clientes Ourocard, e estão à venda no site ccbb.com.br/bh e na bilheteria do CCBB BH. Mais Informações: (31) 3431 9400, no site ccbb.com.br/bh ou nas redes sociais: instagram.com/ccbbbh | facebook.com/ccbbbh.
PRÓXIMOS ESPETÁCULOS DA MOSTRA
Embora traga, em sua longa trajetória, sete trabalhos voltados para o público adulto, alguns deles premiados e dirigidos por conhecidos profissionais da cena teatral mineira, como Pedro Paulo Cava, Yuri Simon, Ilvio Amaral e Maurício Canguçu, chama a atenção o número de espetáculos da trupe – ao todo, nove – dedicados à infância. “Não por acaso o desejo de realizar uma mostra com esse recorte, pois tratam-se de histórias inéditas, criadas para o palco”, comenta a atriz e diretora artística da companhia, Livia Gaudencio.
Com direção de Cynthia Falabella, a peça PRINCESA FALALINDA SEM PAPAS NA LÍNGUA propõe uma subversão dos contos de fadas: a protagonista é uma princesa que recebeu da Bruxa a maldição de falar tudo o que pensa. À medida em que cresce, seus questionamentos não são bem-vindos e ela começa a ter problemas com o Rei e o Príncipe. Misturando humor e poesia, a peça reflete sobre o silenciamento feminino através de uma releitura dos arquétipos da monarquia clássica. “Na trama, temos um Rei, que precisa esconder as emoções e ‘segurar o choro’ para manter a reputação, e a Bruxa, que é uma mulher livre que ajuda Falalinda a se libertar da opressão do ambicioso Príncipe: o verdadeiro vilão da história”, descreve.
Quando começou a pesquisar sobre a condição das mulheres, Livia Gaudencio pretendia escrever peças adultas. “Passei a sentir necessidade de levar estas reflexões também para as crianças, afinal, elas representam as próximas gerações e estão menos condicionadas. Quando falamos em Princesas, automaticamente as crianças associam à imagem de uma personagem lindamente perfeita e em apuros, esperando que o Príncipe a salve. Isto não seria um problema se não fosse o mote de noventa por cento das narrativas conhecidas pelos pequenos. O mundo está mudando. Precisamos criar novas dramaturgias que dialoguem com questões contemporâneas”, explica. O espetáculo recebeu quatro indicações e levou o Prêmio de Melhor Atriz para Livia Gaudencio no 6º Sinparc/Copasa. Nesta Mostra, a artista divide palco com a filha Cecília Gaudêncio, de 11 anos, que vai interpretar a princesa na fase criança.
O tema da consciência ambiental volta à cena nos trabalhos da trupe, dessa vez, em “MARGOT E A ÁRVORE DA VIDA”. Novo espetáculo da companhia, que será visto pela primeira vez na Mostra de 18 anos, no CCBB BH, narra a história de Margot que tem o poder de sentir o que os animais e as plantas sentem. Ela tem sua vida transformada quando conhece Zyan, um menino que veio de 2325 com a missão de encontrar a semente da Árvore da Vida e reflorestar o mundo. Numa jornada para salvar o planeta, Margot conta com a ajuda de animais como o Zangão, a Cutia e a Onça-Parda.
Em cena, a trupe experimenta novamente a música executada ao vivo e utiliza também bonecos para representarem alguns personagens especiais. Segundo Livia Gaudencio, “a proposta é que as crianças percebam como cada ação do presente – que na trama chamamos de ‘era irresponsável’ – pode modificar o futuro e evitar o clima desértico e quase inabitável que dominaria o planeta daqui a 300 anos”, explica.
DRAMATURGIA E MÚSICA AUTORAIS
Em 2006, O Trem surge do desejo de um grupo de estudantes da Escola de Teatro da PUC de seguirem trabalhando profissionalmente. Com a entrada da atriz Livia Gaudencio, em 2009, a companhia passa a construir dramaturgias próprias, assinadas pela artista. “Vimos neste caminho a possibilidade de dialogar mais diretamente com questões da atualidade, unindo isso à liberdade criativa que histórias inéditas nos possibilitam”, comenta Livia.
O processo criativo de cada espetáculo sempre parte de uma dramaturgia pronta, que se transforma durante os ensaios, com a colaboração dos atores e equipe técnica. Livia Gaudencio conta que escrever para o teatro infantil é tão ou mais desafiador. “Procuramos não subestimar as crianças, buscando trazer temas sensíveis, tratados de forma adequada para cada faixa etária. O teatro pode ser uma ferramenta de educação e reflexão sobre a vida e as relações humanas. Procuramos criar espetáculos que transcendem a ideia de puro entretenimento e instigam o diálogo entre crianças e adultos”, destaca.
A música autoral é também uma marca na cena da companhia, que trabalha com trilhas sonoras originais, compostas por parceiros como Marcos Frederico, Lucas Chiaradia, Adilson Rodrigues, Leo Mendonza, Chuck Hipolitho, Thiago Guerra, dentre outros. Em alguns trabalhos da trupe, elas são executadas ao vivo. Desde “O Avarento”, que estreou em 2008 com direção de Yuri Simon, o elenco já tocava e cantava algumas canções. Em “A Menina que Entra em Livros”, dirigido por Juliano Barone, os atores passam a criar também a sonorização das cenas com música ao vivo e a interagir com os músicos. Em “Romeu e Julieta na Era dos Recicláveis”, que tem direção de Livia Gaudencio, não há texto falado, portanto, a trilha sonora, que foi composta por Hugo Bizzotto e Gabriel Costa, é executada de forma ininterrupta, alternando entre melodias e sonorizações. Depois vieram “O que Mora no Escuro”, “Chapeuzinho Vermelho”, “Um Lugar Chamado Sim” e, agora, “Margot e a Árvore da Vida”, com trilha executada ao vivo e os músicos também interagindo como atores em cena.
SOBRE O TREM
Desde a sua criação, O Trem – Companhia de Teatro busca inovar em linguagem e conteúdo a cada novo trabalho. Aberta a novas experimentações, a Companhia desenvolve produções de alta qualidade artística, comprometidas com a reflexão, a pesquisa, a formação e a difusão cultural. São 18 anos de atividades ininterruptas em teatro, contando com 15 peças encenadas; mais de 10 prêmios e 38 indicações a prêmios; além da produção de várias mostras de teatro e um festival internacional de artes. “Todo mundo conhece a versatilidade da palavra ‘TREM’, em Minas Gerais. Além disso, os trens conectam culturas, espaços geográficos e afetos. Trem é movimento! E foi esta imensidão de possibilidades que fez a Companhia, que é mineira de nascimento e de coração, ter se inspirado lá em 2006”, comenta Livia. Hoje o grupo já se diversificou e conta com integrantes de diversas origens e trajetórias profissionais.
Circuito Liberdade
O CCBB BH é integrante do Circuito Liberdade, complexo cultural sob gestão da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult), que reúne diversos espaços com as mais variadas formas de manifestação de arte e cultura em transversalidade com o turismo. Trabalhando em rede, as atividades dos equipamentos parceiros ao Circuito buscam desenvolvimento humano, cultural, turístico, social e econômico, com foco na economia criativa como mecanismo de geração de emprego e renda, além da democratização e ampliação do acesso da população às atividades propostas.
SERVIÇO
MOSTRA O TREM COMPANHIA DE TEATRO – 18 ANOS
= até 10 de fevereiro de 2025 =
5 espetáculos infantis, com textos de autoria de Lívia Gaudencio (diretora artística O TREM)
31/01 a 3/02 – Espetáculo “Princesa Falalinda sem Papas na Língua” (dur.: 55 min.)
Direção: Cynthia Falabella
7 a 10/02 – Espetáculo inédito “Margot e a Árvore da Vida” (dur.: 60 min.)
Direção: Livia Gaudencio
Horário: Sexta a segunda, sempre às 15h
Local: Teatro I do CCBB BH
(Praça da Liberdade, 450 – Funcionários – BH/MG)
Ingressos à venda a R$30 e R$15 (meia) no site ccbb.com.br/bh e
na bilheteria física do CCBB BH
Informações: (31) 3431 9400 | ccbb.com.br/bh
instagram.com/ccbbbh | facebook.com/ccbbbh
E-mail: ccbbbh@bb.com.br
INFORMAÇÕES ADICIONAIS
31 de janeiro a 03 de fevereiro
Espetáculo: Princesa Falalinda sem Papas na Língua
Sinopse: Falalinda é uma princesa que recebeu da Bruxa a maldição de falar tudo o que pensa. À medida em que cresce, seus questionamentos não são bem-vindos e ela começa a ter problemas com o Rei e o Príncipe. Misturando humor e poesia, a peça reflete sobre o silenciamento feminino através de uma releitura dos arquétipos da monarquia clássica.
Ficha técnica
Texto: Livia Gaudencio
Direção: Cynthia Falabella
Elenco: Cecília Gaudencio, Isabella Michiellini, Jordan Antunes, Leo Campos e Livia Gaudencio.
Trilha Sonora Original: Chuck Hipolitho e Thiago Guerra
Cenários e Figurinos: Kléber Montanheiro
Iluminação: Bruno Cerezoli
Técnico: Cristiano Medeiros
Assistente de produção: Hudson Moreira
Produção executiva: Lucas Chiaradia
Diretor de produção: Marcelo Carrusca
Duração: 55 minutos
Classificação etária: Livre
07 a 10 de fevereiro
Espetáculo Inédito: Margot e a Árvore da Vida
Sinopse: Margot tem o poder de sentir o que os animais e as plantas sentem. Ela tem sua vida transformada quando conhece Zyan, um menino que veio de 2325 com a missão de encontrar a semente da Árvore da Vida. Assim, eles não medirão esforços para modificar o presente e salvar o futuro. A peça faz sua estreia aberta ao público de Belo Horizonte.
Ficha técnica
Texto e direção: Livia Gaudencio
Elenco: Deinha Baruqui, Fabiana Loyola, Jordan Antunes e Leo Campos
Músicos: Hugo Bizzotto e Lucas Chiaradia
Assistente de direção: Paulo Victor
Figurino e Cenário: Camila Polatscheck
Boneco natureza: Dudu Félix
Iluminação: Bruno Cerezoli
Técnico: Cristiano Medeiros
Assistente de produção: Hudson Moreira
Produção executiva: Lucas Chiaradia
Diretor de produção: Marcelo Carrusca
Duração: 60 minutos
Classificação etária: Livre