Programação reúne produções e apresentações de artistas negras e negros,
abordando temas de resistência, ancestralidade e representatividade.
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Rafiki – Foto: Divulgação
Em sintonia com o mês da Consciência Negra, o Sesc Consolação apresenta em novembro uma programação dedicada a refletir as lutas, identidades e contribuições culturais negras. Uma seleção de filmes aborda questões de resistência social e individual, enquanto apresentações musicais e teatrais homenageiam a ancestralidade e a representatividade da cultura afro-brasileira.
Na programação de cinema (quartas, às 19h)Rafiki, que será exibido no dia 6, apresenta uma história de amor entre duas jovens quenianas, abordando os desafios de viver em uma sociedade conservadora. O longa evidencia a luta por autonomia e o confronto de normas que limitam a liberdade pessoal, temas que dialogam com a resistência e a luta por dignidade.
No dia 13, o documentário Minha Avó era Palhaço resgata a trajetória de Maria Eliza Alves dos Reis, primeira palhaça negra do Brasil e conhecida como o palhaço Xamego. Dirigido por Ana Minehira e Mariana Gabriel, neta de Maria Eliza, o filme expõe as barreiras raciais e de gênero no meio circense, resgatando uma memória artística que desafia preconceitos e reivindica o protagonismo de artistas negras e negros no circo brasileiro. Após a exibição, haverá um bate-papo mediado por Fagner Saraiva (Coletivo de Palhaços Catappum), o qual desenvolve trabalho na pesquisa da palhaçaria negra.
Eu Não Sou seu Negro, que será exibido no dia 27, constrói um panorama da luta antirracista nos Estados Unidos, interligando as reflexões de James Baldwin sobre figuras icônicas como Medgar Evers, Malcolm X e Martin Luther King Jr. A obra de Raoul Peck vincula as lutas do passado às demandas contemporâneas por justiça, reforçando a necessidade de uma reflexão contínua sobre igualdade racial.
A apresentação do documentário Eu Também Não Gozei, a ser exibido no dia 9 (sábado, às 15h), explora o abandono paterno e as sobrecargas enfrentadas por mães solo. O filme toca em questões de parentalidade e desigualdade social, temas que reverberam de maneira intensa na realidade de muitas mulheres negras e periféricas no Brasil. Na sequência, Ana Carolina Marinho, Ana Paula Braga e Geni Nunez, com mediação de Maria Carolina Casati, abrem um debate sobre a parentalidade no Brasil, dando enfoque à naturalização do abandono paterno e ao machismo nas relações que envolvem a sexualidade e a parentalidade.
No Instrumental Sesc Brasil (terças, às 19h) duas apresentações musicais trazem o protagonismo de artistas negros em performances que celebram suas heranças culturais. O guitarrista Diego Estevam se apresenta no dia 19 com o show Lúcido, onde combina jazz e hip-hop para refletir a sonoridade das periferias paulistas. No dia 26, Tahyná Oliveira homenageia ícones do choro e da música de concerto com uma performance que destaca a riqueza da música popular brasileira.
Entre os espetáculos de artes cênicas, Quizumba, da Indômita Cia., será apresentado no dia 20 (14h) e convida o público a uma imersão na história e contribuição de artistas negros na palhaçaria brasileira. A obra utiliza elementos circenses e lúdicos para abordar a circularidade da vida e o valor de honrar os ancestrais. Quizumba celebra a história dos artistas negros do circo, ressaltando que suas histórias são o alicerce para as novas gerações. Inspirado na filosofia de que “nada se encerra, e tudo recomeça”, o espetáculo homenageia pioneiros como Benjamin de Oliveira e Maria Eliza Alves dos Reis, a primeira palhaça negra do Brasil. A programação também inclui a peça Uma Boneca para Menitinha, em cartaz até 14 de dezembro, sempre aos sábados, às 11h. Baseada na obra de Penélope Martins e Tiago de Melo Andrade, a peça aborda a vida das pessoas simples e seus afetos profundos para falar sobre amor, ancestralidade e sonhos de uma vida melhor e mais justa. Com direção de Suzana Aragão e trilha musical de Renato Gama.
Já no dia 30, a partir das 10h30, a imersão Maracatu de Baque Virado, com o grupo Rochedo de Ouro, trará oficinas conduzidas por dois mestres: Maurício de Soares, da Nação Estrela Brilhante do Recife, e Walter de França, da Nação Raízes de África. As oficinas culminam em um bate-papo (15h) e no “Arrasto de Maracatu” (16h) pelo Sesc, onde todos os participantes poderão sentir o pulsar do maracatu em cortejo, ao lado dos mestres e do Rochedo de Ouro, que comemora 21 anos de história no fortalecimento dessa expressão cultural.
O Sesc Consolação reitera, com esta programação de novembro, seu compromisso mensal em promover um espaço de reflexão e valorização das vozes e narrativas negras, ao mesmo tempo que celebra a contribuição de artistas negros na construção de uma cultura diversa e inclusiva.
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Cinema
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Rafiki – Foto: Divulgação
exibição
6/11. Quarta, 19h.
Rafiki
Dir. Wanuri Kahiu, 2018, Quênia, 83 min.
“Rafiki” é uma história de amor entre duas jovens mulheres em um país onde a homossexualidade é criminalizada. Kena e Ziki, desde cedo, ouviram que “boas meninas quenianas se tornam boas esposas quenianas”, mas ambas anseiam por algo além desse destino. Apesar da rivalidade política entre suas famílias, as duas se encorajam a perseguir seus sonhos em uma sociedade conservadora. Quando o amor floresce entre elas, Kena e Ziki enfrentam uma difícil escolha entre felicidade e segurança.
Espaço Provisório.
Grátis. Retirada de ingressos no local, com 1h de antecedência.
Classificação indicativa: não recomendado para menores de 14 anos.
exibição
9/11. Sábado, 15h.
Eu também Não Gozei
Dir. Ana Carolina Marinho. 2024. Brasil. 93 min.
A história acompanha Letícia, que, sem saber quem é o pai de seu filho, decide contatar os quatro possíveis genitores. Mesmo lidando com a culpa e a falta de suporte, ela escolhe seguir em frente. A gravidez solitária traz uma reviravolta em sua vida, e, após o nascimento do filho, Letícia inicia a busca para descobrir quem é o pai da criança.
De forma incisiva, o documentário provoca incômodos ao expor a negligência do abandono paterno, revelando as pressões e sobrecargas enfrentadas pela protagonista e o ciclo de violência que afeta as mães solo. Dirigido por Ana Carolina Marinho, “Eu Também Não Gozei” visa despertar a indignação frente à naturalização do abandono paterno. Na sequência, Ana Carolina Marinho, Ana Paula Braga e Geni Nunez, com mediação de Maria Carolina Casati, abrem um debate sobre a parentalidade no Brasil, dando enfoque à naturalização do abandono paterno e ao machismo nas relações que envolvem a sexualidade e a parentalidade.
Espaço Provisório.
Grátis.
Classificação indicativa: não recomendado para menores de 16 anos.
exibição
13/11. Quarta, 19h.
Minha Avó era Palhaço
Dir. Mariana Gabriel e Ana Minehira, 2016, Brasil, 52 min.
O documentário “Minha Avó era Palhaço” investiga a trajetória da primeira palhaça negra do Brasil, Maria Eliza Alves dos Reis, conhecida como o palhaço Xamego, a grande atração do Circo Guarany no início dos anos 40. A obra aborda temas como racismo, machismo e a luta de um palhaço por protagonismo no mundo circense. O documentário é dirigido por Ana Minehira e Mariana Gabriel, neta de Xamego. Após a exibição, haverá um bate-papo mediado por Fagner Saraiva (Coletivo de Palhaços Catappum), o qual desenvolve trabalho na pesquisa da palhaçaria negra.
Espaço Provisório.
Grátis. Retirada de ingressos no local, com 1h de antecedência.
Livre.
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Rafiki – Foto: Divulgação
exibição
27/11. Quarta, 19h.
Eu Não Sou seu Negro
Dir. Raoul Peck, 2016, França, EUA, 93 min.
Narrado por Samuel L. Jackson, este documentário constrói uma reflexão sobre a experiência de ser negro nos Estados Unidos, inspirado em “Remember This House”, o último manuscrito de James Baldwin. A obra relata a vida e o assassinato de líderes ativistas que marcaram a história social e política americana, como Medgar Evers, Malcolm X e Martin Luther King Jr. Baldwin faleceu antes de concluir o livro, e o manuscrito inacabado foi confiado ao diretor Raoul Peck, que combina o material com um rico acervo de imagens dos movimentos pelos Direitos Civis e Black Power, conectando essas lutas históricas por justiça e igualdade com os movimentos atuais que ainda reivindicam os mesmos direitos.
Espaço Provisório.
Grátis. Retirada de ingressos no local, com 1h de antecedência.
Classificação indicativa: não recomendado para menores de 12 anos.
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Instrumental Sesc Brasil
19/11. Terça, 19h.
Diego Estevam
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Diego Estevam – Foto: Osmar Moura
O guitarrista apresenta o show Lúcido, focado em seu álbum autoral lançado em 2024, de nome homônimo.
O músico demonstra em seu álbum de lançamento uma voz singular na guitarra, traçando linhas com suas origens periféricas através de arranjos e composições inéditas que expressam sua forma de pensar a música instrumental com base no hip hop, de onde veio o seu acesso ao jazz, retratando seus anos de vivência nas ruas, morros, vielas e becos do Zaira, Mauá.
No show, Diego Estevam (guitarra, composição e arranjos) é acompanhado por Atila Silva (trompete e flugelhorn), Obi Orin (contrabaixo acústico), Wopper Black (bateria) e Wendell Lima (piano). A formação é essencialmente de músicos negros, que despontam com beleza e criatividade na cena instrumental com referências ao urban jazz, com texturas e atmosfera contemporâneas.
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26/11. Terça, 19h.
Tahyná Oliveira
O espetáculo propõe um passeio pela vida musical de Tahyná. Natural do Rio de Janeiro, a flautista tem sua trajetória marcada pelo choro e a música de concerto, dentre outras vivências.
Com homenagens a Wanessa Dourado, Mário de Andrade, Radamés Gnatalli, Léa Freire e Laércio de Freitas, a flautista se apresenta com um quarteto de cordas, além de um regional de choro. Com Tahyná Oliveira (flautas), Camila Silva (cavaquinho), Edmilson Capelupi (violão de 7 cordas), Xeina Barros (pandeiro e percussão geral), Beatriz França (contrabaixo), André Fajersztajn (clarinete e clarone) e Quadril Quarteto de Cordas, com Alice Bevilaqua e Mica Marcondes (violinos), Elisa Monteiro (viola) e Vana Bock (violoncelo).
Foto: Divulgação
Instrumental Sesc Brasil
Gratuito – Ingressos disponíveis no dia de cada apresentação – no portal, a partir das 12h, ou nas bilheterias das unidades do Sesc SP, a partir das 14h.
Transmissão online ao vivo no canal do YouTube do ISB
Duração: 90 minutos. Classificação: Livre.
Transmissão ao vivo e interação com o público
Para aqueles que preferirem, as apresentações são transmitidas ao vivo no canal do YouTube do Instrumental Sesc Brasil. Além disso, os internautas têm a possiblidade de fazer perguntas aos artistas, que são respondidas com a mediação da jornalista Patrícia Palumbo durante o show.
Inscreva-se também no canal do Sesc SP e fique por dentro de toda a programação que acontece nas unidades do Sesc no estado de São Paulo. Basta ter uma conta gratuita no Google.
Instrumental no SescTV
Aos domingos, às 21h30, no canal do SescTV, são transmitidos os shows do ISB que aconteceram nos últimos anos. Nessas transmissões, o público tem a oportunidade de acompanhar diversos artistas que fizeram parte do projeto.
Assista aos shows gravados do Instrumental Sesc Brasil e ao programa Passagem de Som, todo domingo, às 21h30 no SescTV. A programação também está disponível em operadoras de TV por assinatura e via satélite, em todo o Brasil.
Para sintonizar o SescTV:
Assista em sesctv.org.br, via satélite ou consulte sua operadora de TV paga. Nas redes sociais: @sesctv
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Espetáculos
Quizumba
com Indômita Cia.
O espetáculo Quizumba parte do princípio da circularidade, segundo o qual não existe fim e que o ciclo das coisas é: começo – meio – recomeço. Assim, este trabalho fala aos mais novos sobre a importância de honrar os mais velhos e busca dizer, de forma lúdica, divertida e poética que um povo que não sabe de onde vem, também não saberá para onde ir.
Dia 20/11, Terça, 14h
Convivência. Grátis. Livre.
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Foto: Ricardo Avellar
Uma Boneca Para Menitinha
Baseado no livro premiado de Penélope Martins e Tiago de Melo Andrade
Adaptação e dramaturgismo: Suzana Aragão
Direção Musical: Renato Gama
Atrizes/Ator: Geni Cavalcante, Mawusi Tulani e João Invenção
Uma história que fala da vida de pessoas simples e seus afetos mais profundos. É na relação neta e avó que a peça traça o ciclo da vida. O livro recebeu o Prêmio Biblioteca Nacional na Categoria Juvenil (Prêmio Glória Pondé), em 2022, e foi selecionado pelo PNLD (Programa Nacional do Livro e do Material Didático) 2024, fazendo parte do material pedagógico das escolas de redes públicas federais, estaduais e municipais.
Até 14/12, sábados, às 11h
Teatro Anchieta
Venda de ingressos: online e nas bilheterias das unidades.
R$40,00 (inteira), R$20,00 (meia), R$12,00 (credencial plena)
Livre – Recomendado para crianças a partir de 5 anos.
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Foto: Felipe Stucchi
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Imersão
Maracatu de Baque Virado
com Mestre Walter (PE) e Mestre Maurício Soares (PE)
Oficinas, bate-papo e cortejo com Mestres Walter e Maurício Soares, celebram e contribuem para fortalecimento e divulgação do patrimônio imaterial desta manifestação afro-brasileira originária do Recife-PE.
30/11, sábado.
Às 10h30 – Oficinas (Senhas na Central de Atendimento com 30 minutos de antecedência)
15h – Bate-papo
16h – Apresentação
Sala Ômega (oficinas) e Convivência (bate-papo e apresentação). Grátis. Livre.
Sesc Consolação
Rua Doutor Vila Nova, 245, São Paulo – SP
Transporte público: Metrô Higienópolis-Mackenzie
Telefone: (11) 3234 3000
Sesc nas redes: /sescconsolacao – Site Sesc Consolação
Horário de funcionamento
Terça a sexta, das 10h às 21h30.
Sábados, das 10h às 20h.
Domingos e feriados, das 10h às 18h.