Depois de temporada de sucesso em São Paulo chega ao Rio em janeiro a peça
REALPOLITIK
. texto de Daniela Pereira de Carvalho
. direção Guilherme Leme Garcia e Gustavo Rodrigues
. com Pedro Osorio e Augusto Zacchi
A peça conta a história do encontro entre um jornalista e um CEO de uma grande mineradora brasileira, após o rompimento de uma barragem com mais de uma centena de vítimas e milhares de pessoas desalojadas de suas casas.
ESTREIA: dia 14 de janeiro (3ªf), às 20h
ONDE: Teatro Poeira
. Rua São João Batista, 104, Botafogo / RJ
HORÁRIOS: terças e quartas-feiras às 20h / INGRESSOS: R$80 e R$40 (meia) em https://bileto.sympla.com.br/event/99112?share_id=1-copiarlink ou na bilheteria do teatro / CLASSIFICAÇÃO: 16 anos / DURAÇÃO: 60 min / GÊNERO: tragédia / TEMPORADA: até 26 de fevereiro
Realpolitik (em alemão “política realística”) refere-se à política ou diplomacia baseada principalmente em considerações práticas, em detrimento de noções ideológicas. O termo é frequentemente utilizado pejorativamente, indicando tipos de política que são coercitivas, imorais ou maquiavélicas.
Os fins justificam os meios? Não se faz omelete sem quebrar os ovos? O sacrifício de alguns é necessário para o bem de muitos? Sou um profissional e estou só executando ordens? Um projeto coletivo é maior que a vida de um indivíduo?
As perguntas acima, tão comuns quanto inquietantes, são matéria-prima de REALPOLITIK, peça de Daniela Pereira de Carvalho (“A menina escorrendo dos olhos da mãe”), que toca em feridas ainda abertas no Brasil de hoje. Perguntas mal respondidas, responsabilidades mal atribuídas, injustiça.
A peça reflete sobre o custo de uma vida no negócio das grandes corporações, e pretende refletir sobre a falência do homem branco hegemônico e predador, amoral, que dispõe sem cerimônia dos recursos naturais e humanos em nome do lucro. A discussão não é nova, mas ainda segue na ordem do dia uma vez que o meio ambiente, e consequentemente seus habitantes, se encontram em situação limite.
“REALPOLITK é uma acusação. Uma crítica à hegemonia capitalista, construída no interior das relações corporativas. Enquanto barragens desmoronam, devido à ação de mineradoras, cidades e pessoas são soterradas, mortas, eliminadas do mapa.
Essa peça é uma tentativa de provocar outro desmoronamento. Criar rachaduras nas desculpas esfarrapadas, nas manobras jurídicas que as empresas usam para se safar das responsabilidades ambientais e humanistas.”, reflete a autora, Daniela Pereira de Carvalho.
Estas reflexões encontraram eco Guilherme Leme Garcia, diretor: “Aceitei o convite do Pedro (Osório, ator e idealizador) para dirigir, pois considero um texto extremamente urgente e necessário, bela dramaturgia da Daniela”.
“Nesse acerto de contas, entretanto, há brechas no teatro para a existência de um possível lugar de convívio cordial, de soluções e boas práticas individuais. Quem sabe, talvez, no meio corporativo, um despertar de consciência de boas práticas”, conclui Pedro Osório, ator, idealizador e realizador do projeto.
SINOPSE
Após o rompimento de uma barragem com mais de uma centena de vítimas e milhares de pessoas desalojadas, o jornalista Rafael (Augusto Zacchi) vai entrevistar Henrique (Pedro Osório), CEO de uma grande empresa de mineração MBS – Mineradora Brasileira do Sudeste. O confronto entre os dois, com visões opostas de mundo, toma um rumo inesperado e caminha para um desfecho trágico.
FICHA TÉCNICA
Texto: Daniela Pereira de Carvalho
Direção: Guilherme Leme Garcia e Gustavo Rodrigues
Elenco: Pedro Osorio e Augusto Zacchi (stand in Bruno Autran)
Concepção Artística: Guilherme Leme Garcia e Pedro Osorio
Figurino: Ana Roque
Designer da Identidade Visual: Julia Hodge
Criadora do Evento Digital: Luana Roque
Patrocínio: Verônica Alexim Almeida Braga
Apoio Cultural: Osklen
Idealização e Realização: Pedro Osório
Assessoria de Imprensa: JSPontes Comunicação – João Pontes e Stella Stephany
DANIELA PEREIRA DE CARVALHO – autora
Formada em interpretação pela CAL (Casa de Arte das Laranjeiras) em 1998 e em Teoria do Teatro (2002), com Mestrado em Artes Cênicas (2018) pela UniRio, escreveu seus primeiros textos como dramaturga para a companhia teatral do Rio de Janeiro, Os Dezequilibrados, da qual desligou-se em 2005.
Desse ano em diante, trabalhando em parcerias continuadas ou em trabalhos autorais, escreveu peças que lhe renderam diversas indicações e importantes prêmios, entre eles, APTR, SHELL SP, SHELL RJ, CESGRANRIO. São de sua autoria peças como “Vida, o filme”, “Renato Russo”, “Por uma vida menos ordinária”, “Um certo Van Gogh”, “Não existem níveis seguros para o consumo destas substâncias”, “Nem um dia se passa sem notícias suas”, “A hora do boi”, “Uma revolução dos bichos”, “Outra revolução dos bichos”, “27’s”, “A menina escorrendo dos olhos da mãe”, entre outras.
GUILHERME LEME GARCIA – diretor
Como diretor, ator e produtor realizou, nos seus 40 anos de carreira, mais de 50 espetáculos teatrais, com destaque para “Decadência”, “Quartett”, “Medea Material”, “Trágica.3”, “Rockantygona”, “O Estrangeiro”, “Hamlet”, “Macbeth” e “Diadorim”.
Dirigiu também os musicais “Romeu e Julieta, ao som de Marisa Monte” e “Merlin, ao som de Raul Seixas”. Dirigiu ainda shows de Mart’nalia e Ana Carolina. Atuou em várias novelas, minisséries e filmes, e desenvolve trabalhos e pesquisas na área das artes visuais. Em 2023, dirigiu a ópera Isolda/Tristão para o Theatro Municipal de São Paulo. Em 2024, estreou como ator a peça “O Estrangeiro_reloaded”, dirigiu “Realpolitik” e prepara para 2025 o musical “Hip Hop Hamlet” e o monólogo “O Caso Ruth Desane”, em que dirigirá Betty Faria no seu retorno aos palcos.
GUSTAVO RODRIGUES – diretor
Ator, produtor e diretor. Formado em artes cênicas e pós-graduado em direção de teledramaturgia pela Casa das Artes Laranjeiras (CAL/RJ), com 26 anos de carreira tem mais de 16 espetáculos de teatro no currículo, em destaque para: ‘Trainspotting”, de Irvine Welsh; “Laranja mecânica”, de Anthony Burgess; “Indecência clamorosa”, de Moisés Kaufmann; “Bent”, de Martin Sherman (por sua atuação, idealização e realização de Bent recebeu o prêmio Arco-íris de direitos humanos, em 2007); “Amadeus”, de Peter Shaffer; “12 homens e uma sentença”, de Reginald Rose; “Billdog”, de Joe Bone, vencedor do prêmio de Melhor Ator no Festival Internacional de Teatro de Angra/FITA.
Atualmente integra o elenco do premiado “Tom na Fazenda”, de Michel Marc Bouchard, com direção de Rodrigo Portella, em turnê nacional e internacional.