Em “Redenção”, Portillo interpreta uma mulher que busca reconciliação com os responsáveis pela morte de seu marido, vítima de terrorismo |
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No dia 28 de novembro, o drama espanhol Redenção chega aos cinemas brasileiros pela Pandora Filmes, trazendo a premiada atriz Blanca Portillo no papel de Maixabel Lasa, uma mulher que busca reconciliação com os responsáveis pela morte de seu marido, vítima de terrorismo. Sob a direção de Icíar Bollaín, o longa explora os limites da dor e do perdão, inspirando-se em uma história real que abalou a Espanha e que agora é contada com sensibilidade e profundidade.
Blanca Portillo, que já foi premiada como Melhor Atriz no Festival de Cannes por sua atuação em “Volver”, de Pedro Almodóvar, oferece em Redenção uma performance que lhe rendeu o Prêmio Goya de Melhor Atriz Protagonista, confirmando seu lugar entre os nomes mais respeitados do cinema espanhol. Em uma interpretação comovente e cheia de nuances, Portillo vive Maixabel, uma mulher que, onze anos após perder o marido, Juan María Jaúregui, assassinado pelo grupo terrorista ETA, recebe o inusitado pedido de se encontrar com um dos assassinos, agora preso. A decisão de Maixabel de aceitar o encontro desafia os limites do perdão e revela um desejo de diálogo que busca expor a humanidade até mesmo onde ela parecia não existir. |
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O filme não se limita a explorar o sofrimento de Maixabel, mas também se aprofunda no processo de transformação do ex-membro da ETA, que, após romper com o grupo, busca confrontar as consequências de seus atos. Com delicadeza, Bollaín mostra que a violência impacta tanto as vítimas quanto os perpetradores, revelando os efeitos devastadores que atos de terror deixam em todos os envolvidos.
Além das 14 indicações ao Prêmio Goya, Redenção foi destaque em festivais internacionais, competindo no Festival de Cinema de San Sebastián, onde recebeu cinco indicações, e no Festival de Cinema de Chicago, concorrendo na categoria de Melhor Filme. Esses reconhecimentos reforçam a relevância da produção e o impacto da história de Maixabel, que em 2011 se envolveu em Reuniões Restaurativas, um programa do Governo Basco que visa promover o diálogo entre vítimas e agressores para confrontar o passado e buscar reparação. Redenção é um lançamento da Pandora Filmes. |
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Sinopse
No ano 2000, o marido de Maixabel Lasa, Juan María Jaúregui, foi morto pelo ETA. Onze anos depois, ela recebe um pedido inacreditável: um dos homens que mataram Juan quer se encontrar com ela na prisão de Nanclares de la Oca, em Álava (Espanha), onde ele está cumprindo sua pena após romper com o grupo terrorista. Apesar de suas reservas e de sua imensa dor, Maixabel Lasa concorda em se encontrar cara a cara com aqueles que acabaram com a vida da pessoa que foi sua companheira desde os 16 anos de idade. Todos merecem uma segunda chance”, disse ela, quando lhe perguntaram por que estava disposta a confrontar o homem que matou seu marido. |
Ficha Técnica
Direção: Icíar Bollaín Roteiro: Isa Campo e Icíar Bollaín Direção de fotografia: Javier Agirre Trilha sonora: Alberto Iglesias Direção de arte: Mikel Serrano Edição: Nacho Ruiz Capillas Direção de som: Alazne Ameztoy Design de som: Juan Ferro Figurino: Clara Bilbao Maquiagem: Karmele Soler Cabelo: Sergio Pérez Efeitos especiais: Ana Rubio Produção: Guadalupe Balaguer Trelles Produção executiva: Koldo Zuazua, Juan Moreno, Guillermo Sempere e Guadalupe Balaguer Trelles |
Sobre a Pandora Filmes
A Pandora é uma distribuidora de filmes independentes que há 35 anos busca ampliar os horizontes da distribuição de longas-metragens no Brasil, revelando cineastas outrora desconhecidos no país, como Krzysztof Kieślowski, Theo Angelopoulos e Wong Kar-Wai, e relançando clássicos memoráveis em cópias restauradas, de diretores como Federico Fellini, Ingmar Bergman e Billy Wilder. Sempre acompanhando as novas tendências do cinema mundial, os lançamentos dos últimos anos incluem “O Apartamento”, de Asghar Farhadi, vencedor do Oscar de Melhor Filme Internacional; “The Square: A Arte da Discórdia”, de Ruben Östlund, vencedor da Palma de Ouro em Cannes; “Parasita”, de Bong Joon Ho, vencedor da Palma de Ouro e do Oscar; o tunisiano “O Homem que Vendeu Sua Pele”, de Kaouther Ben Hania, e “A Felicidade das Pequenas Coisas”, uma grande surpresa do cinema do Butão, ambos indicados ao Oscar de Melhor Filme Internacional; “Apocalypse Now: Final Cut”, a obra-prima de Francis Ford Coppola; “Roda do Destino”, de Ryusuke Hamaguchi, vencedor do Grande Prêmio do Júri no Festival de Berlim; mais os brasileiros “Deserto Particular”, de Aly Muritiba, e “Uma Família Feliz”, de José Eduardo Belmonte, dois grandes sucessos aclamados pela crítica. |