O Núcleo Negro de Pesquisa e Criação (NNPC), coletivo composto por artistas do teatro e do audiovisual residentes em São Paulo, abre inscrições para o seu Laboratório de Poéticas Cênicas (Lab NNPC), dividido em ciclos de estudos, cujos temas são: atuação, direção, percussão, voz e fotografia para artes cênicas. As oficinas serão ministradas por artistas convidados e por integrantes do coletivo. As inscrições – gratuitas – devem ser efetuadas por meio de link disponível na página do coletivo no Instagram – @nnpc.sp.
O Laboratório de Poéticas Cênicas tem como plataforma metodológica as técnicas de teatro e de audiovisual do NNPC, desenvolvida ao longo de oito anos de existência. Em fevereiro de 2025 acontecem: Lab de Atuação – (Re)Pensar Imaginários a Partir da Cena Encruzilhada – conduzido por Aysha Nascimento, nos dias 8 e 9/2 (sábado e domingo, das 9h às 15h); Lab de Percussão – Kalungas e Afluentes – comandado por Maurício Badé, nos dias 15 e 16/2 (sábado e domingo, das 8h às 15h); e Lab de Voz – Voz-Tambor: Escuta e Imaginação – ministrado por Fabiana Cozza, nos dias 24, 26 e 27/2 (segunda, quarta e quinta, das 19h às 22h). Para março estão previstos laboratórios de Direção e de Fotografia de Teatro.
Esta atividade formativa visa fomentar os estudos coletivos dos artistas do NNPC e, ao mesmo tempo, compartilhar processos criativos com o público interessado. Os ciclos de estudos do Lab dão início às atividades do projeto Escombro – Parte II: Nossa Conquista, contemplado pela 43ª edição do Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo, que prevê a montagem do espetáculo inédito Nossa Conquista, cuja estreia e temporada acontecerá em 2025, bem como o lançamento de um foto-livro comemorativo do NNPC, que completará 10 anos em 2026.
O Núcleo Negro de Pesquisa e Criação (NNPC) surgiu, em 2016, do encontro de Maria Gabi, Thais Alves, Jerê Nunes, Deni Marquez e Gabriel Cândido. Com interesse, em um primeiro momento, de pesquisar poéticas e éticas cênicas a partir das suas identidades como pessoas negras brasileiras, o coletivo compreendeu como seu foco a realização de criações autorais nas linguagens do teatro e do audiovisual, articulando memória, política, história e as complexidades da população negra no Brasil.
Programação de fevereiro
Lab de Atuação: (Re)Pensar Imaginários a Partir da Cena Encruzilhada
Com Aysha Nascimento
Dias 8 e 9 de fevereiro. Sábado e domingo, das 9h às 15h
Inscrições grátis: de 24/1 a 3/2 – Linktree na bio do @nnpc.sp.
Indicação: maiores de 18 com experiência em artes cênicas. Vagas: 15.
Local – 8/2: CRD – Centro de Referência a Dança
Galeria Formosa Baixos do Viaduto do Chá, S/N – Pça. Ramos de Azevedo – Centro Histórico. SP.
Local – 9/2: O Andar
Rua Dr. Gabriel dos Santos, 30 – 2º andar. Santa Cecília (Metrô Marechal Deodoro). SP
Nos encontros, Aysha Nascimento propõe apresentar, de forma abrangente, alguns procedimentos de criação teatral partindo das suas experiências no Teatro Negro e no teatro de rua e popular. (Re)Pensar Imaginários a Partir da Cena Encruzilhada parte de jogos teatrais, de experimentações na oralidade e nos conceitos sobre construção da imagem e imagem construída e do trabalho nas dramaturgias do corpo e do espaço. O intuito do processo é suscitar reflexões cênicas sobre as representações e pontos de vista na perspectiva de provocações cênicas sobre imaginários e nas disputas de narrativas, através de procedimentos calcados nos processos colaborativos e no teatro narrativo.
Aysha Nascimento é artista da dança e do teatro. Atua como atriz, dançarina, diretora de teatro, curadora e preparadora corporal. Formada pela Escola Livre de Teatro de Santo André (2007) e licenciada e bacharelada em Dança pela Universidade Anhembi Morumbi (2018), é também Mestre em Artes da Cena e Mediação Cultural pela Escola Superior de Artes Célia Helena em parceria com a Escola Itaú Cultural (2024).
Lab de Percussão: Kalungas e Afluentes
Com Maurício Badé
Dias 15 e 16 de fevereiro. Sábado e domingo, das 9h às 15h
Inscrições grátis: de 27/1 a 7/2 – Linktree na bio do @nnpc.sp.
Indicação: Maiores de 18, interessados em geral. Vagas: 15.
Local: Estúdio Tamarineira
Rua: Francisco Marson, 285 – Jardim Monte Kemel. SP. CEP: 05634-160.
O laboratório de percussão Kalungas e Afluentes é um encontro imersivo dedicado à exploração e construção de percursos sobre a musicalidade em suas diversas formas. Nele, os participantes mergulham no universo dos instrumentos percussivos e na musicalidade do corpo por meio de jogos e brincadeiras, ampliando a compreensão sobre a pluralidade sonora. A proposta vai além da técnica, buscando aprofundar o entendimento da relação entre som, espaço e interação com o outro.
Maurício Badé é pernambucano radicado em São Paulo. Artista multifacetado nas artes da percussão, da dança e da culinária brasileira. Traz na bagagem experiências em alguns folguedos como brincante e músico.
Lab de Voz: Voz-Tambor: Escuta e Imaginação
Com Fabiana Cozza
Dias 24, 26 e 27 de fevereiro. Segunda, quarta e quinta, das 19h às 22h
Inscrições grátis: de 3 a 13/2 – Linktree na bio do @nnpc.sp.
Indicação: maiores de 18 com experiência em artes cênicas. Vagas: 15.
Local: IBT – Instituto Brasileiro de Arte
Av. Brigadeiro Luís Antônio, 277 – Bela Vista. SP. CEP: 01317-000.
Voz-Tambor: Escuta e Imaginação é um trabalho de percepção de si pelo caminho da voz, usando a canção como ferramenta de trabalho, de desvelamento, de escuta. A proposta acontece coletivamente numa abertura para a escuta de si, do outro, das musicalidades e relações com o espaço e os impulsos-tempo gerados a partir de movimentos corporais e respiratórios que os tambores provocam. O encontro se dá na presença de tambores com a participação de uma percussionista, e os diálogos e performances musicais vão descortinando e cerzindo pequenos enredos pessoais e do grupo pelos cânticos improvisados ou não, sugeridos, desconhecidos, imaginados. Uma investigação da voz por meio de sensações e emoções que nascem da ação corporal dos intérpretes em performance.
Fabiana Cozza é paulistana, cantora e jornalista. Graduou-se em Comunicação Social pela PUC-SP. Estudou canto popular, teoria musical e prática de conjunto na Universidade Livre de Música Tom Jobim (atual Emesp). Seguiu seu trabalho técnico com os professores: Sira Milani, Maúde Salazar, Vânia Pajares, Felipe Abreu, Davide Rocca. Atualmente é orientada pela professora do Pantheatre, de Paris, Linda Wise. Fabiana tem levado a música brasileira a festivais na Alemanha, França, Canadá, EUA, Bulgária, Chile, Espanha, Portugal, Suécia, Cuba, Moçambique e Cabo Verde. A artista tem produzido seus projetos com parceiros e sido convidada a participar de mesas, workshops, simpósios e projetos sobre voz, interpretação, cultura afro-brasileira, empreendedorismo negro, curadoria (Ocupação Cartola – Itaú Cultural 2016). Como extensão de seu trabalho, desenvolve estudos e orientação para cantores, atores e pessoas interessadas. Tem nove CDs, três DVDs e um livro lançados.