CRÉDITO FOTOS: RENATO MANGOLIN
A Tragicomédia baseia-se em vivências de pessoas LGBTQIAP+ ao se assumirem e permite que o público escolha as narrativas que serão apresentadas
Retratando de forma tragicômica a jornada de autodescoberta e aceitação de pessoas LGBTQIAP+, simbolizando as “mortes sociais” que deixam para trás ao se assumirem para o mundo, o espetáculo “Crepúsculo das Máscaras” narra a história de um garoto que, ao explorar um cemitério, cria narrativas a partir das covas, enquanto se prepara para um grande ritual. Com idealização, texto e atuação de Marlon Vares, direção coletiva e Pérola Accioly no elenco, a peça chega no Terraço do Parque das Ruínas, em Santa Teresa, neste domingo (1) e segue em cartaz nos dias 7, 8, 14, 21 e 22, aos sábados e domingos, sempre às 19h. A entrada é gratuita e aberta ao público.
O autor, Marlon Vares, compartilha que a ideia deste espetáculo começou a florescer durante uma pesquisa despretensiosa com amigos LGBTQIAP+ sobre suas experiências ao se assumirem. Posteriormente, a construção do espetáculo também envolveu entrevistas realizadas ao longo de quatro anos, através de um formulário online anônimo. “Percebi que havia muitos pontos em comum nessas histórias, mesmo sendo pessoas de lugares e contextos diferentes. Essas dores e emoções similares me inspiraram a criar a peça”, conta.
“Crepúsculo das Máscaras” traz um aspecto inovador e interativo. Durante a performance, em três momentos distintos, duas opções de histórias são apresentadas ao público. Sendo assim, as escolhas feitas pela plateia moldam a peça de formas diferentes a cada dia, tornando o espetáculo uma experiência sempre nova. “Na primeira temporada, no Teatro Gonzaguinha, muitos comentaram que queriam voltar para assistir às outras cenas que não conseguiram ver. Foi gratificante ver o entusiasmo do público”, ressalta o autor.
O nome “Crepúsculo das Máscaras” faz referência ao momento de transição entre luz e escuridão, simbolizando a fração de tempo em que se tira a máscara social e se revela a verdadeira identidade. É nesse instante de revelação que a obra encontra sua força, representando a passagem de um estado de ocultação para a aceitação plena de si mesmo. “Quando o personagem veste uma máscara, ele adentra a história da pessoa que a usou no momento exato em que se assumiu, seja para alguém ou para si mesmo”, destaca.
O protagonista do espetáculo, vivido por Marlon Vares, tem um gosto peculiar por visitar cemitérios, encontrando paz e liberdade nesse ambiente. “No cemitério, ele se sente livre para expressar sua verdadeira essência, sem medo de ser julgado por seus gestos ou maneira de falar, onde ele pode explorar suas emoções e identidade sem restrições. As covas então se tornam um terreno fértil para sua imaginação, onde ele cria histórias e desenterra as narrativas das ‘mortes sociais’, que na peça são representadas por máscaras”, explica.
A tragicomédia da peça surge da ingenuidade e da maneira lúdica como o protagonista lida com as situações. “Mesmo abordando temas densos, ele usa o humor e a brincadeira para fugir dos assuntos sérios, tornando a peça leve e reflexiva ao mesmo tempo”, explica o autor.
Contribuindo para a conscientização e acolhimento das vidas LGBTQIAP+ na sociedade, a montagem aborda a aceitação de si mesmo e a importância das redes de apoio, trazendo uma mensagem de amor próprio e acolhimento. “A peça fala sobre o amor e a necessidade de se assumir, mesmo enfrentando medos e preconceitos. Esperamos que as pessoas percebam que não estão sozinhas, que outras pessoas passaram por situações similares e estão bem hoje. Queremos inspirar diálogos construtivos e reflexões sobre o tema, fomentando espaços seguros e a importância das redes de apoio”, conclui.
SERVIÇO
Local: Terraço do Parque das Ruínas
Endereço: R. Murtinho Nobre, 169 – Santa Teresa, Rio de Janeiro – RJ,
Datas; 1, 7, 8, 14, 21 e 22 de dezembro
Horário: Sempre às 19h
Ingressos: Gratuito
Duração: 60min
Classificação: 14 anos
FICHA TÉCNICA
Idealização: Marlon Vares
Dramaturgia: Aline Santos e Marlon Vares
Elenco: Marlon Vares e Pérola Acioly
Direção coletiva
Direção de Movimento: Daniel Cintra
Cenografia: Cachalote Mattos
Figurino e Caracterização: Carla Costa
Assistente de Figurino e Caracterização: Thiago Manzotti
Mascareiro: Rodrigo Sàngódáre
Iluminação: Cris Ferreira
Diretor Musical e Musicista: Rel Rocha
Direção de Produção: Ítalo Leal
Produção Executiva: Aline Santos
Assessoria de Imprensa: Monteiro Assessoria