Em parceria com a Cinemateca Brasileira e o Goethe-Institut, Theatro São Pedro exibirá Noferatu, Ganga Bruta, O Tempo e o Vento, As Aventuras de Lotte Reiniger e Moustapha Alassane e As Aventuras do Príncipe Achmed, entre 13 e 23 de março, em sessões precedidas por debates com especialistas nas obras, que contam com arranjos originais nas trilhas, sob direção musical de Marcelo Falcão
Cena do filme Nosferatu (1921), de F. W. Murnau
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Uma das principais atrações da temporada 2025 do Theatro São Pedro, equipamento cultural da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, gerido pela Santa Marcelina Cultura, é a Mostra Cine São Pedro Brasil-Alemanha, cuja estreia ocorre dia 13 de março.
A iniciativa acontece em parceria com a Cinemateca Brasileira e o Goethe-Institut, tendo o regente Marcelo Falcão à frente da Orquestra do Theatro São Pedro, que irá executar ao vivo trilhas sonoras originais para os filmes Nosferatu (1921), Ganga Bruta (1933), O Tempo e o Vento (2013), As Aventuras de Lotte Reiniger e Moustapha Alassane (2018) e a animação As Aventuras do Príncipe Achmed (1926), no intuito de proporcionar ao público experiências cinematográficas inéditas. Além disso, as sessões serão precedidas por debates com especialistas nas obras.
O projeto inicia com a exibição do clássico do expressionismo alemão Nosferatu, de Friedrich Wilhelm Murnau (1889-1931), que terá récitas em 13 e 20 de março. Com músicas de Hans Erdmann e arranjos de Hans Brandner e Marcelo Falcão, o longa-metragem é um ícone do gênero de terror, sendo a primeira adaptação de Murnau de Drácula, do romancista irlandês Bram Stoker.
A história inicia com a viagem de negócios do desavisado agente imobiliário Hutter da cidade portuária de Wisborg para a Transilvânia. Lá, ele conclui um acordo de compra com o sinistro Conde Orlok para uma propriedade em sua cidade natal. Na manhã seguinte, Hutter acorda com pequenas mordidas em seu pescoço e percebe que Orlok é um vampiro. Ele não consegue impedir que o vampiro viaje para Wisborg e leve a peste e a morte para a pequena cidade. A esposa de Hutter, Ellen, pressente o desastre iminente e vê apenas uma maneira de salvar a cidade.
Já nos dias 14 e 21 de março, o Brasil ganha espaço na Mostra com a apresentação de Ganga Bruta, de Humberto Mauro (1897-1983), um dos pioneiros do cinema nacional. O filme conta com músicas de Radamés Gnatalli e arranjos de Leonardo Bruno e Marcelo Ramos. A trama acompanha a trajetória de Marcos após assassinar sua esposa na noite de núpcias por descobrir que ela não era virgem. Absolvido pela Justiça, ele se muda para Guarahiba, onde trabalha como engenheiro na construção de uma fábrica auxiliado por Décio, que vive com sua mãe paralítica e Sônia, sua irmã de criação. Sônia se apaixona por Marcos, que inicialmente a ignora, mas acaba cedendo ao amor. Enciumado, Décio violenta Sônia e promete vingança.
Cena do filme Ganga Bruta (1933), de Humberto Mauro. Crédito Acervo Cinemateca Brasileira
Na sequência da Mostra, a película em destaque será O Tempo e o Vento, de Jayme Monjardim (1956), com músicas de Alexandre Guerra. As sessões serão realizadas nos dias 15 e 22 de março. Ambientando no Rio Grande do Sul no final do século XIX, o filme traz a história das famílias Amaral e Terra-Cambará, inimigas históricas na cidade de Santa Fé. Quando o sobrado dos Terra-Cambará é cercado pelos Amaral, todos os integrantes da família são obrigados a defender o local com as armas que têm à disposição. Essa vigília dura vários dias, o que faz com que logo a comida escasseie. Entre eles está Bibiana, matriarca da família que recebe a visita de seu falecido esposo, o capitão Rodrigo. Juntos, eles relembram a história não apenas de seu amor, mas de como nasceu a própria família Terra-Cambará.
Para finalizar a atividade, o primeiro longa-metragem de animação da história do cinema, As Aventuras do Príncipe Achmed, de Lotte Reiniger (1899-1981), será exibido nos dias 16 e 23 março. A obra será precedida pelo breve documentário As aventuras de Lotte Reiniger e Moustapha Alassane, de Elizabeth Beech e Carla Patullo, que retrata um pouco da história e dos processos de criação da alemã Lotte Reiniger, referência no universo das animações, especialmente nos filmes de silhuetas – nos quais figuras pretas de contornos muito nítidos contracenam diante de um pano de fundo claro.
Com ensaios gerais abertos e gratuitos (nos dias 06, 07, 11 e 12 de março), a Mostra Cine São Pedro objetiva estimular o contato do público com a sétima arte em uma sala de concerto, buscando também resgatar a história centenária do Theatro São Pedro, inaugurado em 1917, e que já foi também cinema. Além disso, as apresentações dos dias 13, 14, 15 e 16 de março serão precedidas por bate-papos com convidados que irão contextualizar as obras, comentando aspectos relevantes de bastidores, produção das trilhas sonoras e muito mais. As conversas iniciam uma hora antes da exibição dos filmes, destacando momentos especiais para o público se conectar com as obras apresentadas.
A Mostra Cine São Pedro Brasil-Alemanha conta com patrocínio da CTG Brasil, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, e é uma realização da Santa Marcelina Cultura, Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas de São Paulo, Governo do Estado de São Paulo, Ministério da Cultura e Governo Federal.
Cena da animação As Aventuras do Príncipe Achmed (1926), de Lotte Reiniger
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THEATRO SÃO PEDRO
Mostra Cine São Pedro: Brasil – Alemanha
Orquestra do Theatro São Pedro
Cinemateca Brasileira
Instituto Goethe
Marcelo Falcão, direção musical
FRIEDRICH WILHELM MURNAU (1889-1931)
Nosferatu (1921) – 94’
[músicas de Hans Erdmann, com arranjos de Hans Brandner/Marcelo Falcão]
[editora: Ries & Erler]
Ensaio geral aberto e gratuito: 07 de março, 19h, Theatro São Pedro
Récitas: 13 e 20 de março, 20h, Theatro São Pedro
Bate-papo: 13 de março, 19h
Classificação etária: 14 anos
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HUMBERTO MAURO (1897-1983)
Ganga Bruta (1933) – 82’
[músicas de Radamés Gnatalli, com arranjos de Leonardo Bruno e Marcelo Ramos]
Ensaio geral aberto e gratuito: 06 de março, 19h, Theatro São Pedro
Récitas: 14 e 21 de março, 20h, Theatro São Pedro
Bate-papo: 14 de março, 19h
Classificação etária: 14 anos
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JAYME MONJARDIM (1956)
O Tempo e o Vento (2013) – 127’
[músicas de Alexandre Guerra]
Ensaio geral aberto e gratuito: 12 de março, 19h, Theatro São Pedro
Récitas: 15 e 22 de março, 20h, Theatro São Pedro
Bate-papo: 15 de março, 19h
Classificação etária: 14 anos
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ELIZABETH BEECH e CARLA PATULLO
As aventuras de Lotte Reiniger e Moustapha Alassane (2018) – 10’
LOTTE REINIGER (1899-1981)
As Aventuras do Príncipe Achmed (1926) – 81’
[músicas de Wolfgang Zeller, Freddie Philipps] [editora: Europäische FilmPhilharmonie]
Ensaio geral aberto e gratuito: 11 de março, 19h, Theatro São Pedro
Récitas: 16 e 23 de março, 17h, Theatro São Pedro
Bate-papo: 16 de março, 16h
Classificação etária: Livre
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Mostra Cine São Pedro: Brasil – Alemanha
Data: 13 a 23 de março de 2025
Realização: Theatro São Pedro, Cinemateca Brasileira e Instituto Goethe
Local: Theatro São Pedro (R. Barra Funda, 171 – São Paulo/SP)
Ingressos: R$ 36 (meia) a R$ 72 (inteira), aqui
THEATRO SÃO PEDRO
Com mais de 100 anos, o Theatro São Pedro, instituição do Governo do Estado de São Paulo e da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas, gerido pela Santa Marcelina Cultura, tem uma das histórias mais ricas e surpreendentes da música nacional. Inaugurado em uma época de florescimento cultural, o teatro se insere tanto na tradição dos teatros de ópera criados na virada do século XIX para o XX quanto na proliferação de casas de espetáculo por bairros de São Paulo. Ele é o único remanescente dessa época em que a cultura estava espalhada pelas ruas da cidade, promovendo concertos, galas, vesperais, óperas e operetas. Nesses mais de 100 anos, o Theatro São Pedro passou por diversas fases e reinvenções. Já foi cinema, teatro, e, sem corpos estáveis, recebia companhias itinerantes que montavam óperas e operetas. Entre idas e vindas, o teatro foi palco de resistência política e cultural, e recebeu grandes nomes da nossa música, como Eleazar de Carvalho, Isaac Karabtchevsky, Caio Pagano e Gilberto Tinetti, além de ter abrigado concertos da Osesp. Após passar por uma restauração, foi reaberto em 1998 com a montagem de La Cenerentola, de Gioacchino Rossini. Gradativamente, a ópera passou a ocupar lugar de destaque na programação do São Pedro, e em 2010, com a criação da Orquestra do Theatro São Pedro, essa vocação foi reafirmada. Ao longo dos anos, suas temporadas líricas apostaram na diversidade, com títulos conhecidos do repertório tradicional, obras pouco executadas, além de óperas de compositores brasileiros, tornando o Theatro São Pedro uma referência na cena lírica do país.
CINEMATECA BRASILEIRA
A Cinemateca Brasileira, maior acervo de filmes da América do Sul e membro pioneiro da Federação Internacional de Arquivo de Filmes – FIAF, foi inaugurada em 1949 como Filmoteca do Museu de Arte Moderna de São Paulo, tornando-se Cinemateca Brasileira em 1956, sob o comando do seu idealizador, conservador-chefe e diretor Paulo Emílio Sales Gomes. Compõem o cerne da sua missão a preservação das obras audiovisuais brasileiras e a difusão da cultura cinematográfica. Desde 2022, a instituição é gerida pela Sociedade Amigos da Cinemateca, entidade criada em 1962, e que recentemente foi qualificada como Organização Social. O acervo da Cinemateca Brasileira compreende mais de 40 mil títulos e um vasto acervo documental (textuais, fotográficos e iconográficos) sobre a produção, difusão, exibição, crítica e preservação cinematográfica, além de um patrimônio informacional online dos 120 anos da produção nacional. Alguns recortes de suas coleções, como a Vera Cruz, a Atlântida, obras do período silencioso, além do acervo jornalístico e de telenovelas da TV Tupi de São Paulo, estão disponíveis no Banco de Conteúdos Culturais para acesso público.
GOETHE-INSTITUT
Como instituto cultural da República Federal da Alemanha, promovemos o intercâmbio cultural, a educação e o discurso social em um contexto internacional e apoiamos o ensino e a aprendizagem da língua alemã. Juntamente com nossos parceiros, nos concentramos nas oportunidades e desafios globais e trazemos diferentes perspectivas para um diálogo de confiança. Vemos a escuta e a reflexão como a chave para a compreensão. Estamos comprometidos com os princípios de abertura, diversidade e sustentabilidade. Temos 151 institutos em 98 países, no Brasil existem quatro: em São Paulo, no Rio de Janeiro, em Salvador e em Porto Alegre.
MARCELO FALCÃO
Marcelo Falcão é regente de orquestra e arranjador, foi fundador e regente titular da Babylon Orchester Berlin, entre 2019 e 2020, a orquestra residente no lendário cinema Babylon em Berlim. Dirigiu dezenas de apresentações de filme mudo com orquestra, apresentando clássicos como Metropolis, Nosferatu e Encouraçado Potemkin. Marcelo Falcão é também maestro assistente da Orquestra Sinfônica de Santo andré e desde 2023 é regente convidado do Theatro São Pedro, onde já apresentou os clássicos Metropolis e Gabinete do Dr. Caligari. Em 2023 estreou na França com a Magic of Music Orchestra. Regeu orquestras como a Orquestra Nacional da Rússia, Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, Orquestra Nacional Filarmônica da Geórgia, Orquestra Sinfônica Nacional da UFF, Argovia Philharmonic, Orquestra Sinfônica da USP, Berlin Sinfonietta, Orquestra Jovem de São Petersburgo, MÀV Budapest Orchestra e grupos de música contemporânea, como o Divertimento Ensemble na Itália e Ensemble NAMES Salzburg.
SANTA MARCELINA CULTURA
Eleita a melhor ONG de Cultura de 2019, além de ter entrado na lista das 100 Melhores ONGs em 2019 e 2020, a Santa Marcelina Cultura é uma associação sem fins lucrativos, qualificada como Organização Social de Cultura pelo Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura, Economia e Indústria Criativas. Criada em 2008, é responsável pela gestão do GURI e da Escola de Música do Estado de São Paulo – Tom Jobim (EMESP Tom Jobim). O objetivo da Santa Marcelina Cultura é desenvolver um ciclo completo de formação musical integrado a um projeto de inclusão sociocultural, promovendo a formação de pessoas para a vida e para a sociedade. Desde maio de 2017, a Santa Marcelina Cultura também gere o Theatro São Pedro, desenvolvendo um trabalho voltado a montagens operísticas profissionais de qualidade aliado à formação de jovens cantores, instrumentistas, libretistas e compositores para a prática e o repertório operístico, além de se debruçar sobre a difusão da música sinfônica e de câmara com apresentações regulares no Theatro. Para acompanhar a programação artístico-pedagógica do Guri, da EMESP Tom Jobim e do Theatro São Pedro, baixe o aplicativo da Santa Marcelina Cultura. A plataforma está disponível para download gratuito nos sistemas operacionais Android, na Play Store, e iOS, na Apple Store. Para baixar o app, basta acessar a loja e digitar na busca “Santa Marcelina Cultura”. Para baixar o app, basta acessar a loja e digitar na busca “Santa Marcelina Cultura”.