Governo Federal, Ministério da Cultura, Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro e Secretaria Municipal de Cultura apresentam:
Cibele Ribeiro no solo de dança “Lua Negra”, que propõe uma reflexão a partir da personagem mitológica Lilith
O espetáculo com trilha original de André Mehmari faz únicas apresentações dias 1 e 2 de novembro na Areninha Cultural Terra, em Guadalupe, Rio de Janeiro
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Cibele Ribeiro como Lilith no espetáculo/Fotos: Fabiana Ribeiro
A fim de propor uma reflexão corporal, poética e política sobre a personagem mitológica Lilith, trazida à cena como protagonista e fundamento da construção da estigmatização e violência sofrida pela mulher na sociedade patriarcal, o solo de dança-teatral “Lua Negra” desembarca na Areninha Cultural Terra, em Guadalupe, para duas únicas apresentações gratuitas nos dias 1 e 2 de novembro, às 19h. O espetáculo estrelado, coreografado e dirigido por Cibele Ribeiro também conta com trilha sonora original composta pelo pianista e compositor André Mehmari.
“A obra fala sobre a Primeira mulher criada por Deus e feita à Sua imagem e semelhança, Lilith, que é banida da memória coletiva por não obedecer à ordem de ser submissa, retornando ao imaginário coletivo como um ser perigoso e temível”, lembra Cibele, que construiu a montagem com base em sua pesquisa autoral, reunindo dança, teatro e performance. O projeto é contemplado pelo edital Viva o Talento, da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, através da Secretaria Municipal de Cultura.
Após ser banida e perseguida, a personagem inicia um longo processo de autoexílio que dura até os dias de hoje. Imediatamente substituída pela dócil e subserviente Eva, Lilith retorna ao imaginário comum como uma mulher perigosa e temível. A partir deste mote, “Lua Negra” a apresenta como cerne da construção de “papéis femininos” nas diversas culturas e elo perdido na invenção da misoginia pelo patriarcado.
“Numa perspectiva feminina e feminista, a nossa Lilith conduz o público por uma perspectiva na qual a personagem é relacionada à outras referências como a figura da Grande-Mãe na perspectiva pagã e das deusas femininas – veneradas na Antiguidade, na crença de que o Universo foi criado por uma divindade feminina e que está presente em toda parte – a Mãe Natureza. Essa é uma narrativa que se perdeu com o fortalecimento do imaginário judaico-cristão e com o início do patriarcado – a partir do qual a mulher passa ao imaginário coletivo de divindade a demônio”, contextualiza a artista.
A dramaturgia criada por Cibele ao lado da atriz e encenadora Juliana Calligaris conta ainda com a provocação cênica da encenadora Gisele Jorgetti. Responsável pela criação coreográfica e direção geral do espetáculo, a bailarina Cibele Ribeiro tece cenicamente reflexões, sensações e emoções sobre as relações de poder entre homens e mulheres estabelecidas pelo patriarcado, a subjetividade e o corpo feminino, o amor e o amor-próprio, a sexualidade, a culpabilidade e a solidão da mulher.
Com um trabalho desenvolvido há muitos anos no universo das danças contemporâneas, Cibele Ribeiro explora, ainda, influências de sua experiência como brincante da cultura popular e se deixa contagiar pelas vivências e estudos nas Danças Brasileiras na corporeidade das múltiplas Liliths trazidas à cena.
A trilha sonora foi especialmente composta para Lua Negra pelo compositor, arranjador e multi-instrumentista André Mehmari, que partiu da mesma concepção das cenas. Cada música composta leva em consideração um vale percorrido pela personagem em sua jornada. Tem como base a maestria de Mehmari ao piano, seu instrumento principal, mas conta ainda com a sua versatilidade de multi-instrumentista passando pela flauta-baixo, violoncelo, rabeca, bombo leguero, dentre outros instrumentos numa profusão de sonoridades.
A cenografia é composta por ambientes e temporalidades criados pela iluminação, figurinos e adereços de cena que se relacionam com o lado sombrio de Lilith e também sua natureza bestial. A iluminação compõe traz uma poética misteriosa e sombria ao trabalho cênico junto à concepção de figurino que trabalhou uma poética visual da vestimenta que revelasse as diferentes características da personagem Lilith em distintos ambientes, idades e personalidades.
Além do espetáculo, a artista da dança Cibele Ribeiro ministrará uma oficina no sábado às 14h no mesmo espaço. As inscrições estão abertas e devem ser consultadas através do Instagram do projeto @luanegra.danca e realizadas por meio de formulário virtual. A oficina “Lua Negra – danças autorais na criação cênica” investiga a composição em dança na perspectiva autoral utilizada no processo de composição do espetáculo Lua Negra. Propõe uma dança pessoal que emerge como expressão de diversidade, integrando a expressão natural, a gestualidade cotidiana, a teatralidade dos movimentos e os trabalhos técnicos em dança. A oficina está aberta a todos os públicos, com ou sem experiência de dança, maiores de 16 anos.
Ficha Técnica
Atuação, Coreografia, Dramaturgia e Direção: Cibele Ribeiro
Dramaturgia e Treinamento em Rasaboxes: Juliana Calligaris
Provocação Artística: Gisele Jorgetti
Trilha Sonora Original: André Mehmari
Figurinos: Cibele Ribeiro e Samanta Marinho
Adereços de Cena: Thiago Nastre, Tupac e Cibele Ribeiro
Fotografias: Fabiana Ribeiro e Ivana Cubas
Filmagem: Karina Couto
Identidade, Comunicação Visual e Teaser: Ivana Cubas
Desenho e operação de luz: Sara Fagundes
Operação de Som: Alex Vieira
Gestão de Redes Sociais e Registros de Palco: Isabela Callado
Assessoria de Comunicação: Dobbs Scarpa – assessoria
Roteiro e Locução de Audiodescrição: Carolina Sims
Consultoria de Audiodescrição: Alessandro Câmara
Equipamento Técnico de Audiodescrição: Vitor Pina
Produção Executiva: Cibele Ribeiro
Serviço:
Areninha Cultural Terra
Rua Marcos de Macedo s/nº, Guadalupe – Rio de Janeiro – RJ
Dias 01 e 02 de novembro de 2024 – sex e sábado, às 19h.
Entrada Gratuita.
Duração: 40 min.
Classificação: 14 anos
Capacidade: 320 lugares
O projeto conta com acessibilidade física, comunicacional e atitudinal:
Haverá audiodescrição na sessão do dia 02 de novembro (acessibilidade comunicacional do espetáculo para deficientes visuais).
A Areninha Terra possui todos os requisitos de acessibilidade arquitetônica e prevenção de incêndio.