Durante a semana de aniversário, o centro cultural da Secretaria Municipal de Cultura disponibiliza cinco apresentações e um núcleo de improvisação para interessados.
A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, comemora a primeira década de existência do Centro de Referência de Dança, no Centro, em Baixos do Viaduto do Chá, com uma programação especial nesta semana, com horários diversos e todos gratuitos. Tendo estreado na última terça-feira (10) com duas apresentações, mais atividades estão programadas para esta quarta (11), quinta (12), sexta (13) e sábado (14).
Para quarta-feira, a apresentação “Só se For Agora”, do Núcleo de Improvisação, grupo de pesquisa em dança contemporânea de Zélia Monteiro, grande professora e bailarina de dança clássica desde 1977, chega ao espaço do Centro de Referência de Dança às 19h. Grátis e livre para todos os públicos, o espetáculo traz uma relação entre o conhecido e o imprevisível, sobre corpos que se encontram e têm a improvisação e o contato físico como meio de comunicação, que, combinados, expressam tamanha potência nos seus diálogos. A companhia, com seus mais de 20 anos de atuação, já criou dezenas de espetáculos e ministrou oficinas pelo Brasil.
A Cia Ouvindo Passos, grupo de dança centrado em pesquisa nas oralidades e gestualidades da Cultura Negra desde 2015, apresenta na quinta-feira, em especial aos 10 anos do Centro de Referência de Dança, a apresentação “Sobre Glúteos, Cadeiras e Histórias”, às 19h. Com classificação indicativa para maiores de 18 anos, a apresentação também tem duração de uma hora e aborda sobre como o corpo é um território onde transitam narrativas e memórias diversas, com as gestualidades ajudando a contar essas histórias e oralidades.
Já na sexta, “Meninos Também Amam” ocupam os palcos do CDR às 19h com uma peça forte sobre marcas eternizadas na pele que escancaram a homofobia e a discriminação LGBTQIAPN+ presente na sociedade. No palco, jovens performers estão nus poetizando através de seus corpos machucados, em um espetáculo que registra as constantes perseguições, violências e inúmeros assassinatos sofridos pela comunidade LGBT no Brasil. Assim, a companhia de dança Inacabada CIA promove que o público presente celebre e espalhe o amor e a liberdade sem julgamentos. A apresentação não é recomendada para menores de 18 anos e é gratuita, bem como as demais programações deste especial.
Por último, encerrando a programação especial de 10 anos do Centro de Referência de Dança, o evento “Mercedes Ladies” idealiza a pesquisa realizada por Kika Souza, nomeada “Identificando o Apagamento Histórico da Mulher no Hip-Hop”, cujo estudo adquirido ao longo de cinco anos de apuração da Kika por meio de livros, artigos acadêmicos, vídeos, documentários e pela sua vivência como dançarina e participante ativa do Hip-Hop, contam o machismo, o abuso, a exclusão, a necessidade da validação masculina no meio. Sendo assim, “Mercedes Ladies” dá palanque às mulheres históricas e necessárias para o desenvolvimento da cultura Hip-Hop e demais danças urbanas para o que elas são hoje. O evento está programado para iniciar às 14h e terminar por volta das 21h.
Todos os ingressos para os eventos elencados acima podem ser retirados na própria bilheteria do Centro de Referência de Dança a partir de 1h antes do início do evento, sujeito ao esgotamento por ocupação.
Mais sobre o Centro de Referência de Dança
O Centro de Referência de Dança é um espaço dedicado à promoção, pesquisa, preservação e difusão da dança, e tem como missão fomentar constantemente o desenvolvimento artístico e cultural da dança em todas as suas manifestações. Nasceu em 2014, fruto de uma reivindicações da classe de dança, e de parceria firmada entre a Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo e a Cooperativa Paulista de Dança – com Sandro Borelli como presidente à época. O CRD reflete uma óptica de política pública inovadora no que diz respeito ao seu formato de gestão, seguindo um modelo participativo com a sociedade civil.
Desde 2019, dispõe de uma equipe de trabalho ligada à Secretaria Municipal de Cultura, que realiza a gestão institucional local, vinculada à Coordenadoria de Centros Culturais e Teatros – CCult. Paralelamente, uma organização social passou a ser selecionada a cada ano por meio de edital de chamamento, com a função de elaborar e gerir o programa artístico-pedagógico. Assim, ambas as equipes atuam em parceria, zelando pelo espaço e programação do Centro de Referência de Dança.
Entre junho de 2019 e dezembro de 2024, o CRD recebeu mais de 500 programações (espetáculos, vivências, encontros, seminários e mostras), por meio de contratações públicas ou parcerias artísticas. E recebeu centenas de atividades organizadas pelos respectivos programas artístico-pedagógicos selecionados a cada ano, assim como as residências artísticas oferecidas aos artistas de dança, de grande pertinência para a manutenção de seus trabalhos, estudos e trajetórias.
Serviço
CRD 10 ANOS
Dias: 10 a 14/12
Horário: Terça a sexta às 19h; sábado das 14h até 21h.
Entrada gratuita
Centro de Referência de Dança – Baixos do Viaduto do Chá, s/n – Centro
Artistas, coletivos e companhias
“Imagens que confrontam o passado e o presente para abrir caminhos que permitam imaginar o presente e o futuro de um espaço”. Esse é o ponto de partida da celebração do Aniversário de 10 anos CRD, que reaviva e alimenta a memória do público que vive esse espaço, cada um à sua maneira. A dança faz o público dançar entre espaços e tempos, imagens e depoimentos e convida todos a essa viagem pelo passado-presente. Quais os próximos passos a serem dados? Por onde passará essa viagem nos próximos anos? As palavras podem não dar conta dessas respostas, mas os corpos dançantes dos bailarinos e do público terão a chance de imaginar esses caminhos durante a jornada.
Programação:
11.12
Núcleo de Improvisação – Só se For Agora
19h / 60 min / Livre / Grátis
Ingressos distribuídos com 1h de antecedência
Sinopse: A relação entre o conhecido e o imprevisível estão presentes nessa obra, envolvendo corpos que se encontram e tem a improvisação e o contato físico como meio de comunicação na impermanência do instante. Com ou sem acordos prévios, sabemos que nunca dançamos sozinhas. Revelar o invisível através da dança expressa-se na relação entre corpo, espaço, poesia e música, e assim, conecta passado, presente e futuro. “Só se for agora” é um espetáculo em que criamos a estética desses recortes elencados, preenchendo ou aceitando as lacunas da consciência enquanto nos movemos, emaranhados pela poesia do contato improvisação que expressa tamanha potência nos seus diálogos.
12.12
Cia Ouvindo Passos – Sobre Glúteos, Cadeiras e Histórias
19h / 60 min / 18 + / Grátis
Ingressos distribuídos com 1h de antecedência
Sinopse: Quais gestualidades acompanham as oralidades de contadorxs de histórias, poetas populares, familiares, no universo das culturas negras? Coreografar esses gestos é a nossa proposta! O corpo é território onde transitam narrativas e memórias diversas;
13.12
Inacabada CIA – Meninos Também Amam
19h / 60 min / 18+ / Grátis
Ingressos distribuídos com 1h de antecedência
Sinopse: No palco, jovens performers estão nus poetizando através de seus corpos que também registram as marcas e cicatrizes da homofobia. O espetáculo é também uma crônica poética que (infelizmente) registra as constantes perseguições, violências e inúmeros assassinatos sofridos pela comunidade LGBT no Brasil.
A poesia protagoniza a cena e convida a todos a celebrar em grande coro a vida, o amor e a liberdade na comunidade LGBT no Brasil. A poesia protagoniza a cena e convida a todos a celebrar em grande coro a vida, o amor e a liberdade.
14.12
Mercedes Ladies
14h às 21h / Livre / Grátis
Ingressos distribuídos com 1h de antecedência
Sinopse: O evento foi idealizado a partir da pesquisa realizada por Kika Souza, denominada “Identificando o Apagamento Histórico da Mulher no Hip-Hop”, que vem se desdobrando nos últimos 5 anos através do acesso à diversos livros, artigos acadêmicos, vídeos e documentários, além da sua vivência como participante ativa da cultura Hip-Hop.
Além de ter acesso a nomes de mulheres históricas e necessárias para o desenvolvimento da cultura Hip-Hop e demais danças urbanas para o que elas são hoje, a pesquisadora acabou listando uma série de fatores que estão diretamente ligados a esse apagamento histórico, entre eles: o machismo, o abuso, a exclusão, a necessidade da validação masculina, dentre outros.