referência em Dança – no projeto Feminino Informe na cúpula do Theatro Municipal de S. Paulo de 4 a 9 de outubro
A versão solo da instalação coreográfica (Prêmio Denilto Gomes 2017) faz seis apresentações de 4 a 9 de outubro
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Bondages – versão solo – Crédito – João Caldas
Referência em Dança, a bailarina, performer e coreógrafa Marta Soares dá continuidade ao projeto de circulação e criação Feminino Informe com apresentação do espetáculo solo Bondages, de 4 a 9 de outubro, na Cúpula do Theatro Municipal de São Paulo. Prêmio Denilto Gomes 2017, serão seis apresentações, de sexta a quarta-feira. No oitavo pavimento do edifício centenário fica o salão circular, com 12,5 m de altura entre o tablado e o ponto mais alto do telhado. É lá que Marta Soares estará. Com trabalhos apresentados em festivais nacionais e internacionais, a artista segue com a proposta de dar prosseguimento e aprofundamento à trajetória de pesquisa e desenvolvimento da linguagem artística que vem realizando desde 1995. O projeto Feminino Informe já apresentou o solo de dança Les Poupées, concebido, dirigido e interpretado por Marta Soares. A programação tem o apoio do 35º Programa de Fomento a Dança, que consiste na manutenção do seu núcleo artístico com a circulação de quatro espetáculos, em 24 apresentações com ingressos gratuitos ou preços populares.
Experimentação no corpo feminino
O espetáculo Bondages tem como ponto de partida a série fotográfica “Amarrações” desenvolvida pelo fotógrafo surrealista alemão Hans Bellmer nos anos 50, que teve como objetivo submeter o corpo feminino a uma experimentação direta. Nela, Bellmer amarrou o corpo nu da sua parceira Unica Zurn e fotografou as várias dobras que se formaram de diferentes pontos de vista. O seu objetivo principal foi a remodelação do corpo, operação que ele já havia realizado nos seus desenhos de Unica mais de dez anos antes. Na cena, em cima de uma plataforma, Marta Soares explora amarrações com um fio de nylon no seu próprio corpo. Cada movimento gera uma nova pose que é iluminada por um flash de luz estimulando um olhar fotográfico para o espetáculo. A proposta é uma reencenação do ato fotográfico que Bellmer realizou no corpo de Única Zurn, mas também, uma desfetichização desse ato, ao, como mulher, amarrar-se a si mesma,
Núcleo que atua na cidade de São Paulo desde 1995, Marta Soares e Cia vem realizando pesquisa de vanguarda em dança. Seu objeto de investigação são as possibilidades de interseções entre a dança, as artes visuais, a arte performática e a música com frequência no formato imersivo “instalação coreográfica”. Depois da versão solo, a artista estreia Bondages em versão trio, de 15 a 20 de novembro. Prêmio APCA 2004, O Banho encerra o projeto da artista com seis apresentações em espaço a ser definido em breve.
Sobre as obras
Essas obras abordam questões relacionadas ao feminino a partir, entre outros, do conceito “inconsciente físico” desenvolvido pelo fotógrafo surrealista alemão Hans Bellmer. O qual, de uma maneira breve, seriam os caminhos que os desejos inconscientes percorrem pelo corpo. Bellmer procurava incessantemente em suas fotografias, ao virar o corpo ao avesso para expor os mecanismos dos desejos humanos, revelar a relação entre o dentro e o fora do mesmo. Como também, a partir do conceito “informe” segundo o sociólogo francês Georges Bataille ao transgredir a lógica formal da distinção de oposições categóricas do corpo como dentro/fora, figura/fundo, homem/mulher, morto/vivo e animado/inanimado para refletir sobre a condição do sujeito na contemporaneidade. As questões relacionadas ao feminino são abordadas na obra da Marta Soares e Cia. a partir da fricção e do embate entre as esferas micro e macro políticas. As quais são investigadas a partir das suas vivências como mulher, brasileira, artista da dança e, meia idade, ou seja, através de conteúdos históricos e biográficos atualizados ao momento presente.
Ficha Técnica “Bondages” (versão solo)
Concepção e Direção – Marta Soares. Performance – Marta Soares. Dramaturgia – Bruno Levorin. Desenho de Luz – Aline Santini. Objeto Cênico – Guilherme Pardini e Marcelo Venzon. Produção – CAIS Produção Cultural. José Renato F. de Almeida e Beto de Faria. Duração: 40 minutos. Classificação: a definir junto ao Teatro Municipal contém nudez. Realizado com o apoio do Programa Municipal de Fomento a Dança para a Cidade de São Paulo. Recebeu o Prêmio Denilto Gomes de Dança 2017 e foi indicado ao Prêmio da Revista BRAVO 2017!
Sobre Marta Soares
Marta Soares é dançarina, performer e coreógrafa. Completou o One Year Course no Laban Centre for Movement and Dance em Londres. Em Nova Iorque completou o Bacharelado em Artes (BA) na State University of New York (SUNY), o Certificado em Análise de Movimento Laban (CMA) no Laban/Bartenieff Institute of Movement Studies (LIMS). Estudou e trabalhou com a diretora e dramaturga Lee Nagrin (fundadora do grupo “The House” dirigido por Meredith Monk e ganhadora do Prêmio OBIE em dramaturgia) como também nas escolas Movement Research , Susan Klein , Alwin Nickolais entre outras. Recebeu a Bolsa para artistas da Fundação Japão através da qual estudou dança butô com Kazuo Ohno em Tóquio, Bolsa para Pesquisa e Criação Artística da John Simon Guggenheim Foundation. E, foi Artista em Foco na Mostra Internacional de Teatro (MIT) em 2019.
No Brasil criou entre outros o solo “Les Poupées” (Prêmio APCA 1997); o trabalho em grupo “Formless”; o solo “O Homem de Jasmim” (Prêmio APCA 2000); a instalação coreográfica “O Banho” (Prêmio APCA 2004), o trabalho em grupo “Um corpo que não agüenta mais”; a instalação coreográfica “Vestígios” (indicada ao Prêmio da Revista BRAVO! e ganhadora do Prêmio APCA 2010), o trabalho site específico “Deslocamentos”, o solo “Bondages” (indicado ao Prêmio da Revista Bravo! e ganhador do Prêmio Denilto Gomes 2017). Os seus trabalhos foram apresentados em festivais internacionais entre os quais destacam-se: Festival Temps d’Images na França; Festival Queer Zagreb na Croácia; Festival Europália na Bélgica; Festival In Transit na Alemanha; Festival Proximamente na Bélgica e Festival Dias de Dança em Portugal. E, em festivais nacionais como Fórum Internacional de Dança de Belo Horizonte (FID), Festival Panorama Rio Arte de Dança, Festival Porto Alegre Em Cena, Festival Internacional de Dança de Recife, Bienal Internacional de Dança do Ceará, Festival de Dança de Joinville, Bienais de Dança dos SESC em Santos e Campinas. Marta Soares é mestre em Comunicação e Semiótica e doutora em Psicologia Clínica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
Para roteiro
Projeto FEMININO INFORME
Local: Cúpula do TMSP – THEATRO MUNICIPAL DE SÃO PAULO. Praça Ramos de Azevedo, s/n.
Datas das apresentações dos espetáculos:
Bondages Solo – de 4 a 9/10 (recomendado para maiores de 16 anos).
Horários: 19h (domingo) / 20h (segunda-feira a sábado).
Bondages Grupo – de 15 a 20/11/2024 (recomendado para maiores de 16 anos).
Dia 15 às 17h. Dia 16 às 20h. Dia 17 às 19h. Dia 18 às 20h. Dia 19 às 20h. Dia 20 às 17h.
Ingressos: R$ 33,00 (inteira) / R$16,50 (meia-entrada). Duração: 40 minutos.
Capacidade – 150 pessoas.