Mesas abordam resistência antirracista, justiça climática, povos de terreiro, arte e cultura e formas de subverter sistemas de imposição pela sobrevivência;
Mikaelah Drullard, transativista caribenha, é a atração internacional confirmada para a mesa Desvendando Projetos de Dominação — a ativista pelos direitos das pessoas trans, Neon Cunha e a jornalista da Agência Pública, Bianca Muniz, também participam da agenda;
Nathalia Grilo, Jackson Cruz Magalhães, Salloma Salomão, Alexandre Salles, Daniel Mundukuru e Ekedy Sinha, também estão confirmados para o evento a ser realizado no dia 7 de fevereiro, na Escola da Cidade – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo em São Paulo;
O público presente acompanhará ainda a performance artística Macacos, do ator e dramaturgo Clayton Nascimento e um baile charme de encerramento
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Acima, da esquerda para a direita: Mikaelah Drullard, Nathalia Grilo, Bianca Muniz e Daniel Mundukuru. Abaixo, da esquerda para a direita: Jackson Cruz Magalhães, Ekedy Sinha, Salloma Salomão, Neon Cunha e Alexandre Salles – Fotos de divulgação
No dia 7 de fevereiro, acadêmicos, pesquisadores, artistas, organizações não governamentais, grupos de ativistas negros, estudantes e paulistanos interessados no debate racial brasileiro em geral, poderão participar do seminário Reflexos do espelho de Oxum: a radicalidade negra perante a branquitude, promovido pelo Observatório da Branquitude. A entidade, que tem sede no Rio de Janeiro e se dedica à produção de conhecimento e incidência estratégica com foco na branquitude e suas estruturas de poder, realizará o evento pela primeira vez em São Paulo, na Escola da Cidade — Faculdade de Arquitetura e Urbanismo.
O conceito de radicalidade surge com o intuito de romper com o que está posto, de forma que outras possibilidades se apresentem a partir desta ruptura. Neste sentido, a radicalidade negra perante a branquitude busca não apenas abolir a supremacia branca, mas acabar com o statu quo em que a supremacia branca faça sentido e exigir reparação para que sejam estabelecidos novos horizontes.
O seminário Reflexos do espelho de Oxum: a radicalidade negra perante a branquitude propõe reflexões contextualizadas no passado de desumanização e de sofrimento descomunal impostos à população negra, mas com o olhar focado em um futuro onde a humanidade negra floresce nos seus próprios termos, por meio da arte, cultura e pensamento crítico coletivo.
Para o mestre em antropologia e codiretor do Observatório da Branquitude, Thales Vieira, o momento é de desconstrução das narrativas narcisistas da branquitude, que fragmentam e desumanizam o corpo negro. “Quebrar o espelho de Narciso implica desconstruir os padrões eurocêntricos que privilegiam o individualismo e a supremacia branca. Simultaneamente, ampliar o espelho de Oxum é mergulhar nas águas da ancestralidade, onde a beleza negra se revela em toda sua plenitude. Essa é a proposta do nosso encontro. Celebrar a força da comunidade, que nos acolhe e nos nutre, e construir um futuro onde a diversidade é valorizada”, afirma.
A abertura do evento acontecerá dia 7, às 9 horas, com a recepção da equipe do Observatório, e as discussões terão início às 9h30, com a mesa Desvendando Projetos de Dominação, conduzida por Thales Vieira, com a participação da transativista caribenha — autodenominada mexicana, não por cidadania, mas por cruzar a fronteira fugindo da desumanização de seu corpo negro e trans —, Mikaelah Drullard, Neon Cunha, mulher, negra, transgênero, referência na luta por direitos humanos e de pessoas LGBTQIAPN+ no Brasil. Também estará na mesa Bianca Muniz, jornalista da Agência Pública, de jornalismo investigativo independente.
Às 11h15, está prevista uma performance artística com o monólogo Macacos, do ator e dramaturgo Clayton Nascimento, um dos maiores nomes do teatro brasileiro na atualidade.
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Ator e dramaturgo Clayton Nascimento – Foto de divulgação
Depois de uma pausa, o debate será retomado às 13h30, com a mesa Dissonâncias Criativas contra a Supremacia Branca, com mediação da pesquisadora negra Nathalia Grilo, tendo o produtor cultural, professor universitário e artista afro periférico Salloma Salomão como um dos painelistas convidados, e ainda o arquiteto e mestre em Semiótica Urbana Alexandre Salles.
Às 15h30, a terceira e última palestra do seminário será sobre Justiça Climática, Ancestralidade e Território: a vida como resistência, mesa mediada pelo transmasculino, quilombola, biólogo, mestre em Sustentabilidade e doutorando em Antropologia Social Jackson Cruz Magalhães. A mesa contará com a ativista social, ambientalista e candomblecista Ekedy Sinha, como painelista, fazendo reflexões sobre o papel dos povos de terreiro na pauta da Sustentabilidade, e o escritor, professor, ator e ativista indígena brasileiro originário do Povo Munduruku, Daniel Mundukuru.
Entre às 17h e 17h15, a organização do evento se despede dos presentes e às 17h30, haverá ainda um baile charme no encerramento final do dia.
Para saber mais sobre a agenda acesse as redes sociais do Observatório da Branquitude.
Sobre o Observatório da Branquitude
Fundado em 2022, o Observatório da Branquitude é uma iniciativa da sociedade civil dedicada a produzir conhecimento e incidência estratégica com foco na branquitude e suas estruturas de poder, materiais e simbólicos. Contando com uma equipe integralmente negra, multidisciplinar e com paridade de gênero, o Observatório da Branquitude é a primeira organização da sociedade civil com centralidade temática na análise da identidade racial branca e suas estruturas de poder.
SERVIÇO
Seminário Reflexos do espelho de Oxum: a radicalidade negra perante a branquitude
Data: 7/02/25 (sexta-feira)
Horário: 9h às 18 horas
Local: Escola da Cidade — Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Endereço: Rua General Jardim, 65 – Vila Buarque, São Paulo – SP
PROGRAMAÇÃO
09h20 – Abertura
9h30 – 11h
Mesa 1: Desvendando Projetos de Dominação
Mediação: Thales Vieira
Painelistas: Mikaelah Drullard, Neon Cunha e Bianca Muniz
11h15 – 12h
Performance artística – Peça Macacos
Com Clayton Nascimento
12h – 13h30
Almoço
13h30 – 15h
Mesa 2: Dissonâncias Criativas contra a Supremacia Branca
Mediação: Nathalia Grilo
Painelistas: Salloma Salomão e Alexandre Salles.
15h – 15h30
Coffee Break
15h30 – 17h
Mesa 3: Justiça Climática, Ancestralidade e Território: a vida como resistência
Mediação: Jackson Cruz Magalhães
Painelistas: Ekedy Sinha e Daniel Mundukuru
17h – 17h15
Mensagem final
17h30 – 18h30
Baile Charme / Encerramento