Espetáculo sobre o Lima Barreto vai abrir a Festa Literária da Penha, que neste ano homenageia o autor; sessão é na próxima terça-feira, dia 05/11, às 20h
Um ator em um estúdio improvisado e uma equipe fazem o exercício ficcional de recriar fragmentos da trajetória da vida e obra do escritor Afonso Henrique de Lima Barreto. Desta forma, sem compromisso com a cronologia biográfica, o ator Sidney Santiago Kuanza dá vida ao solo performático “A Solidão do Feio” – indicado ao Prêmio Shell 2024 na categoria de Melhor Atuação.
A peça será apresentada em sessão única e gratuita na abertura da FLIPENHA – Festa Literária da Penha, que este ano homenageia Lima Barreto. A exibição acontece na terça-feira, 05 de novembro, às 20h.
Fotos de Bob Sousa
Vídeos de Pedro Jackson
Sob direção de Gabi Costa, o ator Sidney Santiago, que também assina a dramaturgia, o monólogo parte de um velório na parte externa do teatro, e passeia por diferentes gêneros teatrais, para dar contornos de herói nacional à Lima Barreto.
Sob direção de Gabi Costa, o ator Sidney Santiago, que também assina a dramaturgia, o monólogo parte de um velório na parte externa da unidade do Sesc, e passeia por diferentes gêneros teatrais, para dar contornos de herói nacional à Lima Barreto.
“Quando penso em Lima Barreto, penso em recontar a história de um homem insubmisso, que pensou o seu tempo e o seu país em profundidade”, afirma Sidney.
Em direção compartilhada com a atriz Gabi Costa, Sidney, cujos estudos sobre o romancista remontam 2009, escolheu ampliar a representação do autor, ao sair da biografia comum, que reduz Lima ao homem negro, literato que foi parar no sanatório por problemas com bebida.
“A Solidão do Feio é o nosso diário aberto de possibilidades para a existência de Lima Barreto. É o nosso e-mail salvo em rascunhos, que sempre que é revisitado, abre uma nova porta”, explica a diretora.
O personagem, é contado em primeira pessoa com suas certezas, contradições e sonhos de futuro. O monólogo integra uma trilogia da Cia Os Crespos, intitulada “Masculinidade & Negritude”, que leva o legado político, artístico e cultural de homens negros aos palcos.
Assim como Lima Barreto, João Francisco dos Santos (Madame Satã), e Benjamim de Oliveira são os nomes escolhidos desta cartografia coordenada por Sidney Santiago Kuanza.
Foto: Fredo Peixoto
Projeto
“A Solidão do Feio” é parte de um projeto acerca dos estudos e reflexões sobre as masculinidades negras que, desde 2014, pesquisa os impactos do racismo na psique, afetividade e subjetividade de homens negros.
Sinopse
Um ator em um estúdio improvisado e uma equipe fazem o exercício ficcional de recriar fragmentos da trajetória da vida e obra do escritor Afonso Henrique de Lima Barreto. O personagem, é contado em primeira pessoa com suas certezas, contradições e sonhos de futuro.
Foto Pedro Jackson.
Lima Barreto (1881-1922)
Importante escritor, jornalista e cartógrafo afro-brasileiro. Sua obra está impregnada de fatos históricos e de uma perspectiva negra diante das evoluções e retrocessos políticos do Brasil. A paisagem da escravidão, do racismo estrutural e das desigualdades sempre estiveram em suas páginas. Lima foi um pensador do seu tempo e de sua terra. Deixou obras célebres da literatura brasileira: “Recordações do escrivão Isaías Caminha” (1909), “Triste Fim de Policarpo Quaresma” (1911), “Clara dos Anjos” (1948) , “Cemitério dos Vivos” entre outras.
Serviço
“A Solidão do Feio”
Com Sidney Santiago Kuanza (Cia Os Crespos)
Exibição única
Terça-feira, às 20h
Ingressos: Gratuitos
Duração: 80 minutos | Classificação: 14 anos
Local: Centro Cultural da Penha
Largo do Rosário, 20 – Penha de França, São Paulo