Coordenada por Karkará Tunga, a iniciativa tem a missão de fomentar o desenvolvimento de roteiros de curta-metragem de criadores indígenas
Com a proposta de incentivar autores indígenas e fortalecer sua participação no audiovisual, o processo seletivo para a primeira edição do ARUPEMBA – Laboratório de Ficções Indígenas, coordenado e concebido pela roteirista e diretora de cinema Karkará Tunga e realizado pelo projeto Marieta, tem suas inscrições abertas até o dia 10 de novembro. Trata-se de um curso online, intensivo e gratuito de escrita de roteiro, no qual os criadores devem produzir, ao final do processo, o roteiro em versão avançada para seu curta-metragem.
Os dezesseis encontros do laboratório são todos virtuais e acontecem via ZOOM, de 21 de janeiro a 20 de março de 2025, às terças e quintas-feiras, das 19h às 21h. E os participantes selecionados ganham uma bolsa de R$700.
Para participar do processo seletivo, os interessados devem preencher este formulário online, contando um pouco sobre seu interesse no tema, sua trajetória/anseios profissionais e um pouco sobre o curta-metragem de ficção que gostariam de desenvolver no laboratório. A partir da análise desse material, serão escolhidos sete candidatos (no caso de coletivos, só será possível a participação de um integrante).
O ARUPEMBA – Laboratório de Ficções Indígenas busca a valorização dos profissionais da escrita de roteiros para o audiovisual, com foco em autorias indígenas, buscando o fortalecimento de sua participação na cadeia produtiva audiovisual.
Durante o curso intensivo, os encontros têm como temas “Personagem: o ponto de partida”, “Arco narrativo: cena, sequência e ato”, “Transformação e tema”, “Antagonismo e conflito”, “Pontos de virada e os beats dramáticos” e “Experimentado narrativas curtas”.
Nos encontros subsequentes, os participantes dedicam-se à produção dos roteiros em si, formando um grupo de desenvolvimento. Quatro dessas reuniões são dedicadas à criação dos argumentos e outras quatro, à escrita dos roteiros.
Quem pode participar?
O laboratório é voltado para pessoas indígenas, jovens e adultas, interessadas em cinema e literatura, com projetos de curta-metragem. São bem-vindas pessoas indígenas de todas as idades, de todos os lugares e com todo tipo de formação.
“Buscando construir um espaço plural, iremos acolher indígenas de diferentes contextos sociais e políticos, isto é, pessoas indígenas que nasceram em suas comunidades, mas também pessoas indígenas que nasceram em cidades e/ou que estejam em processo de retomada de suas ancestralidades, entendendo as diferentes estratégias de resistir aos processos de apagamento e de etnocídio”, comenta a coordenadora Karkará Tunga.
A fim de superar os desafios da colonialidade moderna, este será um espaço de diálogo entre diferentes formas de afirmação da identidade indígena na contemporaneidade, uma vez que essas identidades passam por transformações e se reelaboram cultural e politicamente em processos de etnogênese.
Sobre Karkará Tunga
Karkará Tunga formou-se em Cinema e Audiovisual na Universidade Federal de Pernambuco e faz parte da Rede Paradiso de Talentos. É indígena Tunga, uma rama remanescente do tronco Tarairiú, originários da Serra dos Caboclos, um território fronteiriço entre o Agreste e a Zona da Mata de Pernambuco.
“Suçuarana”, seu primeiro roteiro de longa-metragem, foi contemplado no 16º Edital Funcultura de Audiovisual (PE) e participou do laboratório CENA 15, no Porto Iracema das Artes; da residência de roteiro “Desde la Raíz”, realizada em Cali, na Colômbia pela Fundación Algo en Común; e do 5º Argumenta realizado pelo Sesc Rio. Com o roteiro do curta-metragem “Batoki – Noite sem Lua”, ficou em segundo lugar no Prêmio Cardume Cabíria 2024.
Esteve no comitê de visionamento do 34º e 35º Festival Internacional de Curtas de São Paulo. Realizou a montagem e o design de som na videoarte “O Verbo Se Fez Carne” (2019), com a qual recebeu os prêmios de “Melhor Concepção Sonora” no 18º Primeiro Plano e “Melhor Som” no 13º Curta Taquary, sendo indicada também ao Grande Prêmio do Cinema Brasileiro de 2021 como “Melhor Som”.
Projeto Marieta
O Marieta é um projeto cultural colaborativo, fundado em 2015 com a proposta de ser um espaço de pesquisa, difusão e produção de arte e conhecimento. Um lugar onde não apenas consumir cultura, mas fazer cultura!
Com o objetivo de difundir conhecimento e estimular a vida cultural da sociedade, o Marieta oferece à comunidade uma constante e variada programação pública: grupos de trabalho, cineclubes, exposições, cursos, seminários, entrevistas, debates e residências culturais, entre inúmeras outras atividades.
Entre os destaques da programação organizada pelo projeto, estão o Marieta Virtual (cursos e palestras feitas no Zoom voltadas para profissionais do audiovisual), os Grupos de Desenvolvimento (espaços de criação e acompanhamento de projetos que também acontecem no Marieta Virtual); sessões gratuitas de Modelo Vivo (sessões de três horas para desenhar, estudar e trocar em coletividade sobre desenho de observação), o Mesa-Vitrine (uma residência gratuita para artistas visuais) e o Cineclube Marieta.
Serviço
ARUPEMBA – Laboratório de Ficções Indígenas
Inscrições: até 10 de novembro pelo link: https://airtable.com/
Resultado do processo seletivo: os candidatos selecionados serão avisados por meio dos canais informados no formulário de inscrição até o dia 02 de dezembro de 2024.
Encontros: via Zoom, 21 de janeiro a 20 de março de 2025, às terças e quintas-feiras, das 19h às 21h.
Investimento: Grátis
Vagas: 7 participantes, que ganham uma bolsa de R$700
Calendário dos encontros:
Janeiro de 2025: dias 21, 23, 28 e 30/1
Fevereiro de 2025: dias 4, 6, 11, 13, 18, 20, 25 e 27/2
Março: dias 4 e 6, 11, 13, 18, e 20/3 (com pausa para o Carnaval)
Consulte a programação do Marieta no Instagram @projetomarieta e no site do centro cultural