Valéria Cristina Leal
A Semana de Arte Moderna de 1922 representa um marco na história cultural brasileira. O movimento foi organizado por artistas e intelectuais em virtude da comemoração do centenário de Independência do Brasil. Os participantes entendiam que as transformações políticas, sociais e o progresso técnico decorrente da industrialização do período pediam também mudanças estéticas. O Brasil deveria se libertar dos padrões acadêmicos vigentes e ainda tão admirados pela sociedade conservadora paulista. A procura por inovação já era apresentada por meio do trabalho crítico e literário de Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Menotti del Picchia e alguns outros artistas, os quais já entendiam que as transformações eram necessárias.
A ideia de organizar um evento foi inspirada nos festivais que já aconteciam em Paris. Os vanguardistas conseguiram apoio financeiro de ricos paulistanos e a autorização para utilizar o Teatro Municipal de São Paulo. As exposições, as apresentações, os concertos e as conferências foram realizados de 13 a 17 de fevereiro, tendo a participação de Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Heitor Villa-Lobos, Anita Malfatti, Di Cavalcanti, Vicente do Rego Monteiro, Vitor Brecheret, dentre outros. Muitos deles estudaram na Europa e conheceram os movimentos de vanguarda que se intensificaram a partir do início do século XX, como o Fauvismo, o Cubismo e o Futurismo. É importante lembrar que o grupo não era homogêneo e não possuía os mesmos propósitos. Porém, compartilhavam, sim, a ideia da construção de uma identidade cultural brasileira.
Em virtude do centenário da Semana de 22, o governo do Estado de São Paulo e outras iniciativas promovem uma ampla programação cultural. A Pinacoteca de São Paulo apresenta duas exposições: “Acervo Modernista” e “A Máquina do Mundo”. O Museu de Arte Sacra promove as exposições “A Arte Sacra dos Modernistas” e “O Modernismo e o Patrimônio”. O Museu da Língua Portuguesa apresentará exposição e programação cultural “SP Vinte e Dois”. Na Sala São Paulo, o público poderá conferir a série de concertos “Clássicos Modernistas”, com execução pela Osesp. O MIS Experience, do Museu da Imagem e do Som, será palco de uma exposição sobre Cândido Portinari, que se destacou no movimento modernista por volta da década de 30.
O site da Secretaria de Cultura de São Paulo oferece a descrição de cada evento oferecido. As atividades comemorativas tiveram início em 2021 e decorrerão durante todo este ano. São exposições, espetáculos, atividades on-line e presenciais, palestras e cursos. Esses eventos promovem oportunidade para conhecimento, apreciação, reflexão e lazer.
Valéria Cristina Leal é professora de Artes do Colégio Presbiteriano Mackenzie Tamboré Internacional.
Sobre os Colégios Presbiterianos Mackenzie
Os Colégios Presbiterianos Mackenzie são reconhecidos, hoje, pela qualidade no ensino e educação que oferecem aos seus alunos, enraizada na antiga Escola Americana, fundada em 1870, por George e Mary Chamberlain, em São Paulo. A instituição dispõe de unidades em São Paulo, Tamboré (em Barueri-SP), Brasília (DF) e Palmas (TO). Com todos os segmentos da Educação Básica – Educação Infantil (Maternal, Jardim I e II), Ensino Fundamental e Ensino Médio, procura o desenvolvimento das habilidades integrais do aluno e a formação de valores e da consciência crítica, despertando o compromisso com a sociedade e formando um indivíduo capaz de servir ao próximo e à comunidade. No percurso da história, o Mackenzie se tornou reconhecido pela tradição, pioneirismo e inovação na educação, o que permitiu alcançar o posto de uma das renomadas instituições de ensino que mais contribuem para o desenvolvimento científico e acadêmico do País.