Segundo dados recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), um terço das crianças de até 14 anos, em comparação a outros grupos etários, não possuem acesso a museus, teatros ou salas de espetáculos e cinemas do país. Apesar da arte e a cultura desempenharem papéis importantes na formação de como os brasileiros se veem e se relacionam uns com os outros, há uma desigualdade nos acessos a eventos culturais, principalmente com os mais jovens, o que pode impactar em todo um desenvolvimento pessoal e interpessoal.
Para Claudio Gandelman, CEO da Beplauze, plataforma de eventos culturais, as pessoas são moldadas de acordo com a cultura de onde nascem e vivem. Com isso, é natural que em cada região do mundo elas se relacionem de maneiras diferentes, mas não é normal ver tanta falta de acesso em cultura e lazer. Para ele, a cultura é o espelho no qual encontramos nossa identidade e onde descobrimos as nuances das relações humanas.
Além disso, a mesma pesquisa aponta uma desigualdade em relação ao gasto médio mensal com atividades culturais. Famílias com rendimento de até R$ 1.908 comprometem apenas 5,9% dos ganhos com atividades de cultura, ou seja, R$ 82,15 ao mês. O valor segue abaixo da média nacional, que é de 7,5%. Porém, aqueles com renda superior a R$ 23.850 destinam até 7,9% das despesas à cultura, sendo R$ 1.443,41 do salário.
De acordo com o empreendedor, para fornecer um acesso mais amplo à cultura pelo país e no mundo é preciso investimento do setor público e privado, além de programas que beneficiem os menos favorecidos. A cultura molda a autopercepção, influencia no comportamento, determina as normas do convívio em sociedade e afeta a comunicação e as estruturas sociais. É fundamental reconhecer, compreender e democratizar cultura para promover o respeito e as diferentes vertentes regionais, por exemplo.
Gandelman encontra-se disponível para falar sobre o tema e esclarecer quaisquer dúvidas sobre como a cultura pode moldar a forma como as pessoas se veem e se relacionam.
Claudio Gandelman – CEO da Beplauze
O sócio fundador e CEO da Beplauze, Claudio Gandelman, é um empreendedor serial com mais de 20 anos de experiência na administração de empresas e startups. Sua mais recente empreitada, a plataforma cultural Beplauze, nasceu após o executivo escutar de um amigo, dono de um teatro, que as pessoas estão com dificuldade de localizar o que está acontecendo no segmento cultural e que se todas as informações estivessem em um só lugar, ajudaria a todos. Pensando nisso, Gandelman passou a analisar mais o mercado, chamou pessoas ligadas à tecnologia e cultura e desenvolveu a plataforma, que tem como objetivo ajudar o público a estar por dentro dos eventos. a Beplauze contará com opção de assinatura ofertando descontos de até 50% nas atrações. Além disso, as primeiras três mensalidade de cada usuário, e depois os 10% de toda receita, terão como destino um fundo de fomento à cultura.
O executivo também fundou e atua na administração do fundo de investimentos em startups Bronze Ventures e esteve à frente da plataforma de audiolivros Autibooks, do aplicativo para os amantes de gastronomia, DeliRec e Match.com para a América Latina, detentora das marcas ParPerfeito e Tinder.
Graduado em economia, Gandelman começou a carreira em 1992, no Banco Nacional e desde então sempre assumiu cargos de destaque em empresas do mercado financeiro, seguradoras e de internet como Oracle, Ágora, Icatu Seguros e Lokau.com.