Segurança pública (95%) e trânsito (79%) emergem como os principais desafios
80% das queixas no último ano foram a falta de luz. 90% responsabilizam a ENEL pela crise energética e 58% a prefeitura
São Paulo, uma das maiores cidades do mundo, completa 470 anos. Além da celebração, para medir o nível de satisfação, expectativas e prioridades dos paulistanos, a Hibou – empresa de pesquisa e análise de mercado – mergulhou fundo no comportamento dos moradores de SP, entrevistando, durante os dias 11 e 13 de janeiro, mais de 1000 paulistanos para analisar os desafios que marcam a vida na maior metrópole do Brasil e 4a maior do mundo.
Nem tudo é comemoração: o ranking São Paulo de insatisfação Ao olhar para São Paulo como um todo, os 10 desafios mais prementes, segundo os paulistanos, são:
1.Segurança Pública (95%): uma preocupação que ecoa em cada esquina. 2.Trânsito e tempo de deslocamento (79%): as vias congestionadas refletem o pulso acelerado da cidade. 3.Cuidados com moradores de rua (67%): a questão humanitária pede soluções efetivas. 4.Saúde (62%): filas e marcações tornam a busca por cuidados médicos uma jornada desafiadora. 5.Qualidade do Asfalto (54%):ruas esburacadas impactam a mobilidade. 6.Limpeza das Ruas (51%): a zeladoria urbana é uma demanda crescente. 7.Conservação de Praças e Monumentos (49%): o patrimônio cultural requer atenção constante. 8.Cuidados com Animais Abandonados (38%): a preocupação com o bem-estar animal ganha destaque. 9.Educação (35%): vagas, qualidade e merenda são focos de inquietação. 10.Saneamento Básico (30%): elemento essencial para o bem-estar diário.
Alô ouvidoria: 5 principais demandas da população paulistana para Prefeitura em 2024 Os habitantes de São Paulo delineiam suas expectativas, e a segurança, empatada com a saúde, conquista o posto mais elevado da lista de prioridades para a prefeitura da cidade. Segurança Pública (90%): um clamor unânime por medidas que assegurem a tranquilidade nas ruas. Saúde (61%): acesso a leitos, agilidade no atendimento e eficiência nos exames figuram como requisitos primordiais. Cuidados com Moradores de Rua (51%): abrigo e alimentação para os mais vulneráveis ganham destaque. Trânsito e Tempo de Deslocamento (37%): melhorias para aliviar a congestão e otimizar a mobilidade urbana. Educação (35%): a busca por vagas, qualidade e merendas dignas para os estudantes permanece presente.
Sensação de Insegurança: uma realidade incontestável Analisando o retrospecto da segurança, a mudança no cenário é palpável, refletindo uma cidade que viu sua atmosfera de segurança desvanecer-se ao longo dos anos.
Percepção da segurança: Muito seguro: 9% Moderadamente seguro: 51% Um pouco inseguro: 33% Muito inseguro: 7%
Hoje: Muito seguro: 0% Moderadamente seguro: 11% Um pouco inseguro: 33% Muito inseguro: 55%
“A cidade de São Paulo enfrenta a necessidade premente de ações assertivas para restaurar a sensação de segurança e endereçar as demais demandas cruciais apontadas por seus moradores.” explica Ligia Mello, sócia da Hibou, e coordenadora da pesquisa. Contrariando a percepção popular, São Paulo destaca-se como uma cidade menos violenta do que se imagina. Ao considerarmos um ranking das capitais brasileiras com base no número de homicídios por habitante, a realidade surpreende: apenas 10% dos entrevistados acreditam que São Paulo é a mais violenta. A maioria representada por 41%, a coloca entre a 2ª e 3ª posição em termos de violência, enquanto 47% a posicionam entre a 4ª e a 10ª posição. Apenas 2% reconhecem São Paulo como a mais segura. Este dado corrobora com a avaliação do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), cujo Atlas da Violência 2023 aponta São Paulo como a capital brasileira com o menor índice de homicídios a cada 100 habitantes.
A crise de energia não ficou de fora: desafios e soluções na cidade que nunca dorme A falta de luz tornou-se um tema rotineiro nas conversas dos moradores de São Paulo. Nos últimos 12 meses as principais queixas apontadas foram:
Falta de luz: 80% Queda de sinal de internet/TV a Cabo/Telefonia: 74% Vizinho chato/barulhento: 46% Falta de água: 38% Queda de árvore: 31% Assalto/tentativa de assalto: 26% Alagamento na rua: 17% Alagamento dentro de casa: 3%
Ranking responsabilidade: a falta de luz é culpa de quem? Diante desse cenário, a percepção da responsabilidade revela uma complexidade de fatores:
ENEL (Cia de energia elétrica): 90% Prefeitura da cidade: 58% Governo do Estado de São Paulo: 49% Gatos/ligações clandestinas na rede elétrica: 28% Eleitores, que não cobram as atitudes devidas: 27%
“Essa junção de responsabilidades evidencia a urgência de ações coordenadas para superar os desafios energéticos em São Paulo, e precisa ser um movimento que envolva todos, inclusive os líderes de bairros e moradores.” completa Lígia.
Para enfrentar o panorama energético, as principais propostas sugeridas pelos paulistanos são lideradas por: Incentivo a geração de energia residencial (paineis solares) com 72% dos respondentes, seguido de mais ações punitivas contra ligações clandestinas (55%), permissão para que a população possa fazer poda de árvores (34%) além da criação de uma taxa para solicitação de poda de árvore com prioridade (23%) e criação de adicional na conta de luz para a migração de fiação elétrica de poste para subterrâneo (19%).
O lado bom de SP: o que o paulistano mais ama em São Paulo?
Em meio à vastidão urbana que define São Paulo, emerge a identidade única da cidade, traçada pela gastronomia, cinemas, agitação dos shoppings e diversidade pulsante do comércio. A paixão dos paulistanos por essa metrópole multifacetada: 61% se encantam com a riqueza da gastronomia. 60% aproveitam as diversas opções de lazer, enquanto 55% destacam a variedade única no comércio local. A entrega por delivery é adorada por 47%, e 43% enaltecem os centros culturais, museus e espetáculos que colorem a vida na cidade.
Profissionalmente, 42% consideram SP como o melhor lugar para estar, e 37% desejam manter-se próximos de familiares e amigos. A saúde é um ponto forte, com 36% mencionando as excelentes opções no setor. Os parques da cidade, a história de vida e o conforto da casa própria representam laços sentimentais para 30%, 27% e 25%, respectivamente.
Além disso, 25% enaltecem a facilidade de transporte e mobilidade, enquanto 9% destacam a infraestrutura da cidade, desde o asfalto até os serviços essenciais. A cordialidade e simpatia do povo conquistam 6%, e 2% reconhecem São Paulo como uma capital segura em comparação com outras.
O programa “cultural” de sair para comer e beber é a cara de SP Em meio ao caleidoscópio de sabores que caracteriza São Paulo, a pizza reassume seu trono como a “comida” típica da cidade, conquistando 39% dos corações gastronômicos paulistanos. O pastel da feira aparece em segundo lugar, com 29%, seguido por outros pratos como marmita/PF, feijoada, massa, churrasco, hambúrguer, cachorro-quente, e opções orientais como sushi e yakissoba, cada um com sua fatia no apetite dos paulistanos.
No quesito de bebidas, o café mantém sua liderança inquestionável, conquistando 17% das preferências, enquanto o caldo de cana surpreende, elevando-se para 13%. A diversidade de opções, como cerveja, refrigerante, caipirinha, chopp, tubaína, vinho e água, revela o ecletismo dos gostos na terra da garoa.
Todo shopping é shopping em SP No universo dos shoppings, nenhum nome se destaca com uma porcentagem expressiva, mas o Shopping Center Norte emerge como o mais citado, com 21%, refletindo sua posição singular na mente dos moradores.
Mas o cartão postal da cidade vai para… Na arquitetura, a Avenida Paulista continua a ser o principal cartão postal da cidade, liderando com 20%, seguida pelo Parque do Ibirapuera, Mercado Municipal, MASP, e outros ícones que dão forma à identidade visual de São Paulo. 71% dos respondentes afirmaram ter nascido na cidade, enquanto 29% trouxeram consigo histórias de vida de outros cantos do país. A conexão emocional com a metrópole também se destaca, com 74% declarando sentir-se genuinamente parte de São Paulo, independente do berço geográfico de origem. “Observamos que a identidade paulistana se molda por experiências, vivências e o amor cultivado pelos habitantes, consolidando a cidade como um lar acolhedor para uma diversidade de histórias”, finaliza Lígia.
Sobre a Hibou
|