O Cineclube Helena Ignez, um projeto da sociedade civil de valorização do cinema, realiza nesta sexta-feira (8), em parceria com a Escola Livre de Cinema e Vídeo (ELCV) de Santo André, o Noitão na ELCV – O Fantástico Mundo de Rogério Sganzerla.
A programação do evento, que começará às 22h e seguirá até a madrugada do sábado (9), vai homenagear o maior símbolo do cinema marginal, sinônimo de genialidade e transgressão, Rogério Sganzerla. O Noitão na ELCV será realizado no equipamento cultural “A Casa”, localizado na Avenida Industrial, 1.740, no bairro Campestre.
O cinema marginal foi um movimento iniciado no final da década de 60, caracterizado por filmes radicais e experimentais, dedicados a salientar as incoerências da realidade brasileira a partir de paisagens, personagens e temáticas marginalizadas. “O Bandido da Luz Vermelha”, de Rogério Sganzerla, e “À Meia-Noite Levarei sua Alma”, de José Mojica Marins, em que acontece a estreia do personagem Zé do Caixão, são exemplos de clássicos do cinema marginal.
A programação do evento começa às 22h com apresentação da banda Der Baum, seguida pela banda Velório Clandestino, às 23h. A entrada é gratuita, com distribuição de pipoca durante as sessões de cinema, e o público fantasiado será muito bem-vindo. Haverá inclusive concurso de fantasia e exposição de objetos.
O curta “Monstra do Armário” de Bruno Derotzi, aluno da Escola Livre de Cinema e Vídeo, será exibido à meia-noite. O filme conta a história de um jovem que precisa lidar com os medos e ansiedades causados por algo misterioso que se esconde dentro do seu armário.
Aos 15 min do sábado será exibido o filme “Abismu”, de Rogério Sganzerla, lançado em 1977. Na sinopse, um jovem salta de asa-delta no Rio de Janeiro. Ao mesmo tempo, um homem atira, acertando-o mortalmente. Um arqueólogo presencia o incidente e fotografa a cena, tentando seguir o assassino, mas é impedido por Madame Zero. Às 2h terá início o concurso de fantasia, que contará com premiação.
Outro clássico de Sganzerla encerra a programação às 3h, o “Copacabana Mon Amour”, de 1970. O filme traz a história de Sônia Silk, que trabalha como prostituta e tenta virar cantora da Rádio Nacional. Após ouvir repetidamente sua mãe afirmar que ela e o irmão estão possuídos pelo demônio, Sônia busca a ajuda de um pai de santo para quebrar o feitiço que acredita estar sobre eles.
Haverá também uma exposição de objetos que contam a história do cinema marginal e de Rogério Sganzerla, promovida em parceria com o Soberano (@sobranoruatriunfo), museu do cinema da Boca do Lixo, (antigo Bar Soberano, na Rua do Triunfo), em São Paulo. A programação conta com parceria da Mercúrio Produções, produtora fundada pela atriz Helena Ignez.
| Texto: Paola Zanei