Com a pandemia do Coronavírus, os brasileiros foram privados dos festejos presenciais das tradicionais Festas Juninas. Em 2022, no entanto, graças à vacinação será possível voltar a acompanhar e aproveitar os ‘arraiás’ país afora, mas com a recomendação do uso de máscaras e higienização das mãos sempre que necessário.
A festa originariamente cristã, ao chegar no Brasil, trazida pelos portugueses, recebeu forte influência indígena e africana até se tornar o que se conhece atualmente. Neste sentido, ao mesmo tempo em que temos santos católicos como Santo Antônio, São João e São Pedro sendo homenageados nas famosas quermesses, o folclore popular também tem seu protagonismo em celebrações como o Bumba meu boi, expressão cultural muito presente no Maranhão, por exemplo.
Para além da forma como a festa se organiza, essa diversidade se vê refletida igualmente na culinária e nos pratos típicos desta época do ano. Paula Martins Chueri, docente da área de gastronomia do Senac São Miguel Paulista, aponta que embora ingredientes como o milho e o amendoim sirvam de base para muitas das iguarias juninas espalhadas pelo país, há também particularidades de estado para estado.
Ainda de acordo com a docente, em Campina Grande, na Paraíba, por exemplo, o pé-de-moleque e pratos como o baião-de-dois, o mugunzá e o cuscuz têm presença garantida, enquanto no Festival de Parintins, no estado do Amazonas, é comum dar uma pausa na festa para provar a maniçoba, o tacacá, o vatapá ou então um bolo de macaxeira. No centro-oeste há o empadão goiano, a pamonha doce (ou salgada) e a sopa paraguaia; em estados do sudeste, bolo de milho e canjica são dois dos doces mais requisitados ao passo que no sul são o arroz carreteiro e o pinhão que completam o cardápio.
Diante de tantas opções, Chueri afirma que “a comida é a principal característica da festa junina”, ressaltando mais uma vez o peso das diferentes influências em seu preparo. “Há essa mistura dos colonizadores portugueses, que trouxeram as especiarias que compõe o quentão e o vinho quente, além do arroz-doce, o bom-bocado e o quindim, e há a influência da culinária indígena e africana dos escravos trazidos ao Brasil, que criaram receitas com o que havia disponível nas senzalas, como o bolo de fubá, pipoca, canjica, pamonha e o próprio quentão, feito com cachaça”, explica.
Confirma as receitas de Canjica e Bolo de Milho de Paula Martins Chueri, docente da área de gastronomia do Senac São Miguel Paulista.
Canjica
Ingredientes
500 g de canjica
1 litro de água
1 litro de leite
400 ml de leite de coco
300g de açúcar
1 pau de canela
4 cravos da índia
200g de amendoim torrado sem casca
canela em pó para decorar
Modo de Preparo
1 – O ideal é deixar a canjica de molho por 12h para amolecer o grão e retirar o excesso de milho.
2 – Escorra a canjica e coloque para cozinhar com a água, o pau de canela e os cravos na pressão por 40 minutos.
3 – Depois de tirar a canjica da panela adicione o leite, o leite de coco, o amendoim e o açúcar e deixe em fogo médio até ferver, quando ferver, abaixe o fogo e deixe em fogo baixo por 20 minutos ou até engrossar o caldo.
4 – Sirva com a canela polvilhada por cima.
Bolo de Milho de Liquidificador
Ingredientes:
1 xícara de milho (sem a água da conserva)
1 xícara de leite integral
3 ovos
1 xícara de açúcar
1/2 xícara de óleo
1 xícara de fubá mimoso ou fino
1 colher de sopa de fermento químico
Modo de preparo:
Bata todos os ingredientes no liquidificador, exceto o fermento, acrescente ele no liquidificador só depois de bater tudo. Coloque a massa em uma forma untada e enfarinhada e leve ao forno (180°) por aproximadamente 50 minutos.
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