– Sessão de pré-estreia será uma homenagem à dona Lia, que faleceu no dia 4 de maio.
QUANDO: 05/07, sexta-feira, às 19h.
ONDE: Café Fon Fon (Rua Vieira de Castro, 22 — bairro Farroupilha, Porto Alegre)
QUANTO: entrada franca
Link com imagens em vídeo https://youtu.be/KeaOBqopAyk?si=xrbbmz_h9IU9HOXE
Reconhecido como um dos mais premiados e inovadores grupos teatrais do Rio Grande do Sul, o Projeto Gompa completa 10 anos de atividades de 2023 e irá lançar um novo projeto. À Borda da Vida é um curta-metragem sobre como cuidamos de quem nos cuidou. O documentário mostra a relação de Lia Regina Carvalho Venturella, uma mulher de 93 anos que precisa de cuidados 24 horas por dia, com a filha dela, Liane Venturella, atriz que tenta conciliar a vida profissional com as necessidades da mãe.
A sessão de pré-estreia terá entrada franca e será no dia cinco de julho, sexta-feira, às 19h, no Café Fon Fon (Rua Vieira de Castro, 22 — bairro Farroupilha, Porto Alegre). A exibição seria realizada dois meses atrás. Mas, na época, foi cancelada em função das enchentes que devastaram o estado gaúcho. Será uma homenagem à dona Lia, que faleceu de causas naturais no dia 4 de maio e, por pouco, não conseguiu assistir ao filme.
— Depois que a mãe partiu, eu não entrei mais em contato com o curta. Já era para ser uma grande homenagem, um registro de devoção, agora mais ainda. Rever a mãe conversando, brincando, interagindo em vida é a possibilidade que só o registro audiovisual consegue. Que bom que esse filme foi feito e concluído antes da partida dela — diz, emocionada, Liane Venturella.
O título traduz o cotidiano de muitos brasileiros que já chegaram à terceira idade.
— O idoso em um país como o nosso é deixado à margem tanto pela sociedade, como pelas leis. Estar à borda é no duplo sentido, falamos do tempo cronológico e do distanciamento social. À Borda da Vida retrata uma realidade com privilégios de uma mãe que está sendo cuidada por uma filha — explica a atriz.
A direção é de Camila Bauer, que também assina o roteiro com Liane.
— Esse título traz pra mim a ideia de limiar entre estar e não estar mais aqui, da fragilidade da nossa existência no mundo. É um clichê, mas é assim que vejo: a vida como um sopro mesmo.
Como tentar resumir um relacionamento de amor, dependência e culpa? A produção apresenta, sem romantizar, uma relação de cuidado que é complexa e, ao mesmo tempo, repleta de afeto como resposta ao amor recebido.
— Foi um processo muito espontâneo. Surgiu de nossa vontade de registrar esse momento da vida da Liane e da Lia, por ver o quão rápido tudo estava mudando para as duas. Uma situação que, a princípio, se estenderia apenas durante a pandemia, mas que acabou virando algo permanente. Então vinha a pergunta: como conciliar a vida pessoal e profissional, cuidando de alguém vinte e quatro horas por dia? É uma coisa que muitas famílias passam e que a gente não tem como não se identificar — comenta Camila Bauer.
A produção tem trilha sonora original de Álvaro RosaCosta e Simone Rasslan. A montagem é de Mateus Ramos e Raoni Ceccim, que também realizou a finalização de imagens. Juan Quintáns é o responsável pelo desenho e mixagem de som. A produção executiva é de Fabiane Severo. O projeto conta com o financiamento do Pró-Cultura RS e Secretaria de Estado da Cultura, tendo sido contemplado pelo Edital SEDAC 01/2022 — FAC Filma RS.
> FICHA TÉCNICA:
Direção: Camila Bauer; Roteiro: Liane Venturella e Camila Bauer; Elenco: Lia Regina Carvalho Venturella e Liane Venturella; Consultoria audiovisual: Liliana Sulzbach; Captação de imagens: Camila Bauer, Liane Venturella e Mateus Ramos; Montagem: Mateus Ramos e Raoni Ceccim; Finalização de imagens: Raoni Ceccim; Trilha sonora: Álvaro RosaCosta e Simone Rasslan; Desenho e mixagem de som: Juan Quintáns; Arte gráfica: Mitti Mendonça; Mídias sociais: Pedro Bertoldi; Colaboração artística: Pedro Bertoldi, Letícia Vieira, Lucas Tergolina e Tiago Bortolini; Tradução para o inglês: Carina Corá; Tradução para o espanhol: Fanael Gonzalves; Audiodescrição: Mil Palavras Acessibilidade Cultural; Intérprete de LIBRAS: Vânia Consultoria; Produção executiva: Fabiane Severo; Realização: Venturella Produções e Projeto Gompa; Financiamento: Pró-Cultura RS e SEDAC; Apoio: IECINE.
> PROJETO GOMPA — 10 ANOS:
Fundado em Porto Alegre em 2014, o Projeto Gompa é um coletivo de artistas que desenvolve projetos de experimentação em dramaturgia e linguagem cênica, pesquisando cruzamentos entre teatro, dança, música, artes visuais e audiovisual. Tem como ênfase a fusão das diferentes artes como princípio narrativo. As criações são feitas em colaboração com artistas de diferentes escolas e companhias. O grupo possui também uma atenção especialmente voltada a experimentações de linguagens que ampliem os limites do que compreendemos por teatro para adultos e teatro para público infantojuvenil.
Em uma década, o Projeto Gompa produziu onze espetáculos teatrais premiados e vistos em cidades brasileiras e até fora do país: As Aventuras do Pequeno Príncipe (2014), Margem Oculta (2016), Chapeuzinho Vermelho (2017), Inimigos na Casa de Bonecas (2018), Frankenstein (2019), Olga (2020), Derrota (2021), Amazônia (2022), Frankinh@ — uma história em pedacinhos (2022), Instinto (2023) e Meretrizes (2023). Também lançou cinco obras audiovisuais: A Última Negra (2021), A Derrota (2021), A Avó da Menina (2021), A Mãe da Mãe da Menina (2021) e, agora, À Borda da Vida (2024).
No final de abril deste ano, a companhia apresentou Instinto — inspirado na obra Brand, de Henrik Ibsen — no Ibsen Scope Festival, na cidade de Skien, na Noruega. Outra montagem da companhia foi vista em Havana, Cuba, em maio. Frankinh@ — uma história em pedacinhos integraou a programação o 21º ASSITEJ Congresso Mundial e Festival de Artes Cênicas para Crianças e Jovens. Inspirada em Frankenstein, de Mary Shelley, a atração mescla teatro, dança, narração e música para contar a relação de um criador e sua criatura.