Convidados do webinar Arena de Ideias avaliam que shows, exposições e celebrações corporativas terão a união do presencial e virtual
A pandemia obrigou os eventos culturais e corporativos a se reinventar. O modelo online substituiu o presencial de maneira praticamente instantânea. A experiência digital, no entanto, veio para ficar e deve permanecer no pós-pandemia. A tendência é que os eventos sejam híbridos, unindo o presencial e o virtual. As vantagens do formato são democratizar o acesso, encurtar distâncias físicas e permitir que o público escolha a experiência que pretende realizar. O futuro do entretenimento foi tema de debate no webinar Arena de Ideias, transmitido pela In Press Oficina, na manhã desta quinta-feira (11).
Diante desse novo cenário visualizado para os eventos culturais e corporativos, a diretora de Estratégia Integrada da In Press Oficina, Anapaula Cunha, ressalta que a comunicação é fundamental. Afinal, é preciso engajar o público e fazer a curadoria dos conteúdos que serão oferecidos, seja presencial ou virtual.
“A gente precisa olhar para esse futuro, pensando que nada será como antes. Passamos a democratizar a cultura, trazendo formatos híbridos e com a chance de oferecer um pouco mais das artes a pessoas que estão distantes. Entendo que temos uma fórmula a ser seguida, com o apoio de uma boa comunicação, que precisa ser usada para potencializar os resultados”, afirma Anapaula.
Para a gerente geral do CCBB-RJ, Sueli Voltarelli, o formato online veio para ficar e não vai perder espaço no pós-pandemia. “Mesmo quando estivermos a todo o vapor fazendo presencialmente não vamos deixar de fazer o virtual. Nos projetos de cinema ou teatro sempre teremos algo virtual, seja oficina, palestra, ou curso sobre o tema. E isso vai ao encontro de um dos pilares do CCBB, que é promover acesso à arte e cultura. Com a tecnologia podemos ampliar muito esse acesso”, destaca.
Por outro lado, embora acredite na adoção do modelo híbrido, o empresário cultural e CEO da Live Experience 4You, Rafael Godoy, afirma que o desafio é a criação de formas de monetizar eventos e celebrações que não sejam exclusivamente presenciais.
“Os conteúdos híbridos vão surgir, mas desde que sejam colocados ao mercado de forma exclusiva. Vai existir a ideia de comprar esse ingresso para assistir ao show dentro da arena ou consumir esse conteúdo virtualmente. Acredito que vamos ter valores diferentes. Quem pode se beneficiar são os canais de streaming”, ressalta.
Eventos híbridos confirmam a tendência de uma “sensorização do digital”
A reinvenção do modelo de entretenimento passa pela sensorização do digital. A tendência é que as experiências virtuais sejam cada dia mais interativas e intuitivas. “Nós vínhamos nesse processo desde 2011. Começamos a realizar exposições e eventos sempre com um toque interativo, imersivo. O consumo da arte não apenas contemplativo, mas com participação do visitante. Esse tipo de consumo era uma tendência grande e acho que é uma coisa que no virtual ou presencial vai ser trabalhada e procurada pelo público”, reforça Suelly.
Para Godoy, a tecnologia pode ampliar a sensorização do público. Essa tendência, aliás, já ocorre em outros países. “As formas de expressões imersivas e sensoriais, na verdade não são recentes. A Europa tem realizado e acho que é uma tendência da própria modernização da tecnologia e digitalização, transfigurar uma série de obras de arte e dar esse caráter sensorial e interativo com o público”, diz Godoy.