Conhecido como um dos precursores do Manguebeat – estilo musical que combina ritmos regionais, rock, hip hop, funk e música eletrônica – o grupo volta aos palcos após um hiato de quase 20 décadas com show que revisita sua trajetória na música brasileira.
Apresentação acontecerá durante a 2ª edição do Festival de Cultura Popular, no dia 21 de setembro, em Glaura (Distrito de Ouro Preto), com acesso gratuito.
O Mestre Ambrósio ressoa como uma das mais importantes bandas do movimento Manguebeat no Brasil. Formado em 1992, o grupo recifense fez carreira nacional e internacional, com o estilo musical que combina ritmos regionais, rock, hip hop, funk e música eletrônica. Após quase 20 anos sem se reunir nos palcos, os músicos iniciaram em 2022 uma turnê pelo país para celebrar os 30 anos de criação da banda, inspirando um reencontro de Siba (vocal, guitarra e rabeca), Eder “O” Rocha (percussão), Helder Vasconcelos (fole de 8 baixos, percussão e coro), Sérgio Cassiano (vocal e percussão), Mazinho Lima (baixo e coro) e Mauricio Bade (percussão e coro).
Minas Gerais recebe, pela primeira vez, a turnê que marca o retorno do Mestre Ambrósio e comemora as três décadas de formação do grupo, no dia 21 de setembro, às 18h30, com apresentação aberta ao público na Praça da Igreja Matriz de Santo Antônio, em Glaura (Distrito de Ouro Preto). O show integra a programação da 2ª edição do Festival de Cultura Popular, que acontecerá entre os dias 17 e 22 de setembro, em Outro Preto e nos Distritos de Glaura e Miguel Burnier.
No show, a banda revisita o repertório dos três álbuns da carreira: Mestre Ambrósio (Independente, 1995), Fuá na Casa de Cabral (Sony Music, 1998), Terceiro Samba (Sony Music, 2001) (Indicado ao Grammy Latino), com a formação original. Ainda mais com o lançamento em vinil de toda a discografia da banda abrilhanta a celebração dos 30 anos, obras que tem muito ainda a dizer para o presente.
Para Siba, o retorno de shows tem clima de “reencontro de amigos” e carrega o poder de mobilizar o público com a mensagem da diversidade e da valorização da cultura brasileira, dois elementos centrais do Manguebeat. “A gente faz esses shows para lembrar que o Brasil tem necessariamente que se assumir enquanto diverso, valorizar a sua herança indígena e africana, a cultura popular. Mestre Ambrósio nada mais é do que uma parte disso e, por isso, cabe no presente também.”
O repertório traz canções como “Pé de Calçada”, “Se Zé Limeira Sambasse Maracatu”, “Vó Cabocla”, “Fuá Na Casa de Cabral”, “Pescador”, ”Coqueiros”, ”Sóis”, ”Os Cabôco” e outros sucessos da banda, que levam às apresentações a tradicional figura do Mestre Ambrósio, personagem do folguedo Cavalo Marinho, da região da Zona da Mata Norte pernambucana, feito por Helder Vasconcelos. “Ao nos reunirmos, ativamos muito rapidamente nossa memória musical e corporal e a expectativa agora é de um encontro com o público com muito carinho e respeito”, explica o percussionista. “Pela repercussão no perfil do Mestre Ambrósio nas redes sociais, também já vimos que se formou uma grande rede de afeto dos fãs e é aí que mora a magia”.
Formada em 1992, Mestre Ambrósio é uma banda recifense com carreira nacional e internacional, com turnês pela Europa, em países como Portugal, Espanha, Bélgica, França, Alemanha, Holanda, Eslovênia, dentre outros. Fora do continente Europeu, realizou turnês pelos Estados Unidos, Rússia e pelo Japão entre os anos 1990 e o início dos anos 2000.
Festival de Cultura Popular
A 2ª edição do Festival de Cultura Popular acontece de 17 a 22 de setembro, na cidade de Ouro Preto e nos distritos de Glaura e de Miguel Burnier. Um evento plural, pensado para exaltar a diversidade da cultura popular. Com uma programação gratuita que valoriza os costumes e tradições de cada região, o festival irá oferecer seminário, feira de comidas típicas e artesanato, cortejo, giros de folia, danças e músicas típicas.
“O Festival de Cultura Popular propõe celebrar as tradições culturais, por meio de experiências artísticas e de formação. O evento caracteriza-se por sua programação plural, pensada para exaltar as culturas populares, e pelo seu intercâmbio entre territórios. Os espaços serão tomados por uma programação rica e marcada pela diversidade cultural que ilustra e colore as nossas tradições”, conta a coordenadora do festival, Fernanda Vidigal, da Agentz Produções.
A curadora do festival, Gabriela de Lima Gomes, completa que uma das propostas do evento é também fomentar o intercâmbio entre os agentes envolvidos na cadeia produtiva da cultura popular. “Assim como na primeira edição, o festival realiza um seminário e convida nomes importantes que atuam na valorização e preservação do patrimônio, tanto da gestão pública quanto atores sociais. A ideia é promover um diálogo aberto, a fim de discutir estratégias para difundir as expressões e modos de fazer e saber da cultura popular.”
Programação – Ouro Preto
Entre os dias 17 e 19 de setembro, Ouro Preto recebe o seminário “Diálogos com as Culturas Populares”, que reunirá agentes da cadeia produtiva da cultura popular a fim de levantar abordagens em torno do tema. O debate “Paisagem e Patrimônio Industrial” abre a programação no dia 17/9, terça, para tratar sobre como salvaguardar as tradições culturais das cidades que sediam atividades minerárias, e quais as estratégias e políticas públicas que vêm sendo criadas para a preservação deste patrimônio. Para o debate, estão convidados Cristina Cairo, Arquiteta e Urbanista, e Karine Gonçalves Carneiro, Coordenadora GEPSA da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) e Gustavo Nolasco, Escritor, roteirista, jornalista e sócio e diretor de Projetos da NITRO.
No dia 18/9 quarta, acontece o debate “Redes e Culturas Populares”, que propõe abordar como os coletivos e as manifestações culturais podem se tornar um ponto de cultura, e como os pontos de cultura auxiliam o IPHAN no registro de tradições e saber fazer. Participam do encontro João Pontes, Diretor da Política Nacional de Cultura Viva do Ministério da Cultura (MINC), Virgínia Maria Henriques Deveza, Presidente da Associação das Senhoras Artesãs (ASA) e Tainah Leite, Superintendência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).
“A Extroversão Das Culturas Populares” é o tema a ser tratado no dia 19/9, quinta, para discutir sobre como cidades que sediam festivais e museus de cultura popular transformam as comunidades em que estão sediados, e como os festivais e museus mobilizam e formam seus públicos. O debate contará com as presenças de Rafa Barros, Diretor do Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular (IPHAN/MINC), Rachel Falcão, Coordenadora do Núcleo de Artes e Ofícios da Fundação de Arte de Ouro Preto (FAOP), e Joana Corrêa, Antropóloga e Gestora Cultural, Articuladora da Rede Nacional de Culturas Populares e Tradicionais.
O seminário “Diálogos com as Culturas Populares” acontecerá no Anexo do Museu da Inconfidência, na Praça Tiradentes, sempre das 14h30 às 17h30. O acesso é gratuito sem a necessidade de inscrição prévia.
Programação – Glaura
As atividades no distrito de Glaura terão início no dia 20/9, sexta, às 18h, na Praça da Igreja Matriz de Santo Antônio, com a Feira Gastronômica que irá oferecer uma grande variedade de comidas típicas. O filme “Recordar Miguel Burnier”, que conta a história e vocação do distrito, será exibido às 18h30. O grupo “Batuque Dagmar” – formado apenas por mulheres – fecha programação na sexta, às 20h, com show que reúne grandes sucessos do samba de raiz.
No dia 21/9, sábado, a partir das 12h, o público poderá visitar a Feira da Matriz de Glaura, que oferece a riqueza do artesanato local, e a Feira Gastronômica. Às 14h30, acontece a “Dança das Fitas” com alunos da Escola Municipal Benedito Xavier de Glaura/MG. A banda “Corporação Musical Sagrado Coração de Jesus e Maria” se apresenta às 15h, mesmo horário que começa a “Rua de Brincar” com o grupo “Atrás do Pano”. A folia do “Boi da Manta” de São Bartolomeu começa às 17h, com o seu tradicional cortejo repleto de alegorias, música, teatro e dança e, logo depois, e às 17h40 é a vez da “Caretagem dos Amaros” de Paracatu, que sairá cantando e dançando pelas ruas, com suas máscaras e roupas coloridas com fitas. Para encerrar a programação, às 18h30, o público poderá assistir ao show do grupo “Mestre Ambrósio”, do Recife – um dos precursores do manguebeat, estilo musical que combina ritmos regionais, rock, hip hop, funk e música eletrônica – que leva ao festival o seu trabalho autoral que apresenta músicas inspiradas na tradição popular.
Programação – Miguel Burnier
O Festival de Cultura Popular chega a Miguel Burnier no dia 22/9, domingo, na Praça da Estação, com a “Festa de Nossa Senhora do Rosário e Santa Efigênia”, tradicional encontro de Congados da região, que acontecerá das 8h às 12h, e com a exibição do Filme “Recordar Miguel Burnier” durante toda a festa. O distrito também receberá a folia do “Boi da Manta” de São Bartolomeu, com o seu cortejo repleto de alegorias, música, teatro e dança, encerrando a programação, às 12h.
SERVIÇO
Festival de Cultura Popular
17 a 22 de setembro
Ouro Preto, Glaura e Miguel Burnier
Programação gratuita
Informações: www.festivaldeculturapopular.com.br
Ouro Preto
17 à 19/09 – 14h30 à 17h30
Seminário “Diálogos Com As Culturas Populares”
Local: Anexo do Museu Da Inconfidência
(Praça Tiradentes)
Dia 17/09
Tema: “Paisagem e Patrimônio Industrial”
Como salvaguardar as tradições culturais das cidades que sediam atividades minerárias? Quais as estratégias e políticas públicas que vêm sendo criadas para a preservação deste patrimônio?
Convidados: Cristina Cairo (Arquiteta e Urbanista) e Karine Gonçalves Carneiro (Coordenadora Gepsa – UFOP) e Gustavo Nolasco (Nitro)
Dia 18/09
Tema: “Redes e Culturas Populares”
Como coletivos e manifestações culturais podem se tornar um ponto de cultura e como os pontos de cultura auxiliam o Iphan no registro de tradições e saber fazer?
Convidados: João Pontes (Diretor da Política Nacional De Cultura Viva – MINC), Virgínia Maria Henriques Deveza (Presidente da Associação Das Senhoras Artesãs – ASA) e Tainah Leite (Superintendente do IPHAN).
Dia 19/09
Tema: “A Extroversão Das Culturas Populares”
Cidades que sediam festivais de cultura popular e museus de cultura popular, como os festivais/museus transformam as comunidades em que estão sediados? Como os festivais/museus mobilizam/formam seus públicos?
Convidados: Rafa Barros (Diretor do Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular -IPHAN/MINC), Rachel Falcão (Coordenadora Do Núcleo De Artes e Ofícios – FAOP) e Joana Corrêa (Antropóloga e Gestora Cultural, Articuladora da Rede Nacional de Culturas Populares e Tradicionais)
Glaura
Local: Praça da Igreja Matriz de Santo Antônio
Dia 20/09
18h – Feira Gastronômica
18h30 – Exibição do filme “Recordar Miguel Burnier”
20h – Show com o grupo “Batuque Dagmar” (BH)
Dia 21/09
12h – Feira da Matriz de Glaura e Feira Gastronômica
14h30 – Dança das Fitas com a Escola Municipal Benedito Xavier
15h – Banda “Corporação Musical Sagrado Coração de Jesus e Maria”
15h – Rua de Brincar com o Grupo de Teatro Atrás do Pano
17h – Boi da Manta de São Bartolomeu
17h40 – Caretagem dos Amaros de Paracatu
18h30- Show com “Mestre Ambrósio” (Recife)
Miguel Burnier
Local: Praça da Estação
Dia 22/09
08h às 12h – Festa de Nossa Senhora do Rosário e Santa Efigênia
Durante a Festa – Exibição do Filme “Recordar Miguel Burnier”
12h – Boi da Manta de São Bartolomeu
