Especialista em crimes eletrônicos, destaca dicas para evitar que o prejuízo vá além da perda do aparelho.
No fim de ano, especialmente durante as festividades de Réveillon, os furtos de celulares tornam-se uma preocupação acentuada, destacando um cenário em que a perda do aparelho vai além do mero prejuízo financeiro.
Dado o contexto, marcado pelo avanço tecnológico, o roubo de smartphones não se limita apenas à privação material, mas representa uma ameaça significativa à segurança digital dos indivíduos. Com o aumento da desses delitos, os criminosos não visam apenas os dispositivos, mas também buscam acessar informações mais importantes, como documentos, redes sociais e contas bancárias das vítimas. Em sintonia com esse desafio crescente, é de suma importância buscar compreender estratégias mais eficazes para minimizar danos e proteger-se contra as consequências desses furtos durante as festividades de fim de ano.
De acordo com a Secretária de Segurança de São Paulo (SSP), o capital registrou no primeiro bimestre de 2023, 14.627 boletins de ocorrência de celulares furtados. Dos 14.601 registros com informações de bairro, 4.625 aparelhos foram furtados na região central. Para Wanderson Castilho, especialista em crimes eletrônicos e CEO da Enetsec, não se trata apenas da perda do aparelho mais. Se trata de acesso a informações importantes. “Há muitos casos, em que os familiares e amigos podem ser atingidos por golpes, ao acreditarem estarem falando de fato com o usuário e dono do celular” diz o especialista, e acrescenta “As ameaças virtuais seguem crescendo na mesma proporção que as novas tecnologias, deixando assim, ataques virtuais cada vez mais corriqueiros e sofisticados. Todas essas ocorrências têm deixado um alerta: se atente aos seus dados”.
Assim, saber o que fazer ao ter o smartphone roubado ou furtado ajuda a evitar prejuízos muito maiores. Conversamos com Castilho, que elenca algumas dicas de como minimizar o dano, veja:
Faça o Boletim de Ocorrência
O B.O. pode ser feito na delegacia mais próxima ou online. “Assim, é possível evitar que você seja responsabilizado por possíveis usos indevidos de informações e serviços disponíveis no celular, além de realizar junto a operadora o bloqueio do IMEI, isso dificulta o uso do aparelho pelos criminosos”, alerta o especialista.
Bloqueie a linha
Ligue na operadora para bloquear a linha telefônica, isso impede que o criminoso de fazer qualquer tipo de ligação e receber sms. É importante anotar o número de protocolo que confirma o bloqueio.
Bloqueie as operações bancárias
Ligue no banco para solicitar o bloqueio de todas as operações da conta, isso impede transferências e compras, dependendo do caso a instituição financeira pode ressarci-lo em caso de perdas.
Informe seus contatos
Ao informar os contatos, isso diminui a chance que o criminoso aplique golpes, como falso sequestro, pedido de dados bancários, PIX, entre outros. Uma simples postagem em suas redes sociais informando o ocorrido basta para evitar os danos destes golpes.
Apague os dados do celular
Deve ser realizado o mais rápido possível, antes que o celular saia do raio de cobertura, atualmente esse procedimento é feito online sendo IOS ou Android, ele consiste em apagar dados de acesso a redes sociais, fotos, vídeos e documentos.
Recupere as suas senhas
Nessa etapa é importante estar com um novo chip – com o mesmo número que foi bloqueado anteriormente pela operadora – uma vez que você primeiro terá que trocar as senhas dos aplicativos e verificar quais dispositivos estão conectados aquele aparelho para depois desconectá-los do aparelho, geralmente essa etapa pede um código que chega via sms por esse motivo é importante estar com o novo chip.
Saiba mais sobre Wanderson Castilho: Com mais de 5 mil casos resolvidos, o perito cibernético e físico utiliza estratégias de detecção de mentiras e raciocínio lógico para interpretar os algoritmos dos crimes digitais. Autor de quatro livros importantes no segmento e há 30 anos no mercado, Wanderson Castilho refaz os passos dos criminosos virtuais para desvendar a metodologia empregada no crime digital. Certificado pelo Instituto de Treinamento de Análise de Comportamento (BATI) da Califórnia, responsável por treinar mais de 30 mil agentes policiais, entre eles profissionais do FBI, CIA e NSA ). Também possui certificados em Certified Computing Professional – CCP – Mastery, Expert in Digital Forensics, é membro da ACFE (Association of Certified Fraud Examiners ). E sua recente certificação como Especialista em investigação de criptomoedas pelo Blockchain Intelligence Group, ferramenta usada pelo FBI, o coloca hoje em um patamar de um dos maiores profissionais em crimes digitais do mundo sendo um dos especialistas mais cotados para resolver crimes cibernéticos.