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Espetáculo “Marcas do Tempo”, de Maria Célia Nunes, estreia dia 14 de maio, no Centro Cultural Vila Rica, em BH

Espetáculo “Marcas do Tempo”, de Maria Célia Nunes, baseado em três contos de sua autoria, estreia dia 14 de maio, 

no Centro Cultural Vila Rica, em BH

 

Com direção de Alan Najara, o espetáculo “Marcas do Tempo” aborda temáticas relacionadas aos povos originários, à escravidão e às estruturas políticas, econômicas e culturais da sociedade brasileira. O projeto é gratuito e contará com intérprete de Libras.

 

 

No dia 14 de maio, às 19h, acontecerá a estreia do espetáculo “Marcas do Tempo”, da autora e contadora de histórias Maria Célia Nunes, no Centro Cultural Vila Rica, em BH. O espetáculo, dirigido por Alan Najara, é baseado em três contos de autoria de Maria Célia Nunes e também conta com narração de poemas alusivos à sabedoria ancestral dos povos originários. A dramaturgia da peça agrega, também, dados estatísticos relacionados às temáticas que o projeto abarca. O evento é gratuito e contará com intérprete de Libras, reforçando o interesse em democratizar o acesso aos bens culturais de maneira equânime. Esse espetáculo é realizado com recursos do Fundo Municipal de Cultura, da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte.

 

Inspirado em três contos de autoria de Maria Célia, historicamente contextualizados, sendo eles “As Chamas e o Legado”, “O Menino e a Mulher” e “Amor Proibido”, o projeto tem como intuito proporcionar ao público a vivência de narrativas do passado, entremeadas por uma construção musical cuidadosa. “A história, a literatura e a arte da narração oral se entrelaçam no espetáculo, remontando às raízes de nosso passado histórico para explicar as estruturas políticas, econômicas e culturais da sociedade brasileira contemporânea em toda sua complexidade, riqueza e deformidade. Nesse sentido, a busca dos elos de conexão passado/presente suscitam reflexão e aguçam a visão crítica das demandas e questões da atualidade”, diz a autora.

 

Em seu trabalho artístico, Maria Célia traz a influência de sua carreira como professora de História e Sociologia, o que lhe permitiu alinhavar o conhecimento artístico às pesquisas realizadas durante suas atividades como docente. De acordo com ela, “o espetáculo aborda três matrizes étnicas, sendo elas indígena, africana e europeia, agrupadas em um processo de dominação, exclusão, extermínio cruel, desumano e degradante que ainda persiste. Este processo envolve a construção de uma sociedade patriarcal por uma elite branca, de traços marcadamente autoritários, discriminatórios, misóginos, moralistas e hipócritas”, argumenta.

 

O projeto “Marcas do Tempo” tem por objetivo cooperar com o fortalecimento da tradição da narração oral como veículo privilegiado de perpetuação da memória coletiva, abrindo caminho para que se compreenda todas as possibilidades de expressão da palavra nas mais diversas manifestações da cultura popular e literária que incluem contos, crônicas, anedotas, causos, cordéis, lendas, fábulas, poemas e canções.

 

Desde 2005, Maria Célia vem desenvolvendo trabalhos no campo artístico em diversos projetos. A autora também integra o grupo de narradoras de histórias “Prosa Mineira”. Dessa maneira, o projeto “Marcas do Tempo” também tem como propósito dar vez e voz a uma profissional idosa que sonha em compartilhar conhecimentos e saberes por meio de um espetáculo apresentado de forma democrática e universalizada.

 

Após a estreia no Centro Cultural Vila Rica, no dia 14 de maio, o espetáculo será realizado em outras regionais da cidade, como nos centros culturais Venda Nova, Salgado Filho e Padre Eustáquio, e também em espaços públicos como o Museu de Moda de Belo Horizonte, Parque Municipal Fazenda Lagoa do Nado e Teatro Raul Belém Machado. A previsão do projeto é beneficiar um público estimado em 700 pessoas de diversos segmentos sociais, regiões e com idade acima de 14 anos.

 

Sobre os contos que compõem o espetáculo “Marcas do Tempo”

 

O primeiro conto, intitulado “As Chamas e o Legado”, fala sobre a trajetória de vida de uma nativa, Inaiá, matriarca de várias gerações de mulheres, adentrando o cotidiano das comunidades originárias em dois momentos: em terras de Pindorama (anterior à invasão dos europeus), e após a invasão do território com o início do processo de exploração das riquezas, das terras e dos indígenas brasileiros pelos portugueses.

 

Em “O Menino e a Mulher”, a narrativa se passa em tempos da escravatura no Brasil, mostrando um lado pouco explorado nas escolas quando se trabalha o tema da escravidão como a captura de homens, mulheres e crianças na África, o tráfico intercontinental de seres humanos e o comércio de escravizados no Brasil. A história também tem como tema uma outra dimensão do amor, construída a partir da dor, do sofrimento e da solidão. O início e o término do conto são marcados pela exaltação de frases de conhecidos ativistas do Movimento Negro e trechos de textos e poemas de autoras conhecidas como Conceição Evaristo, Carolina Maria de Jesus, Maya Angelou, entre outras.

 

Já no terceiro conto, “Amor Proibido”, o enredo se passa no final do século XIX. A história versa sobre envolvimentos amorosos que se entrelaçam como uma teia urdida pelas mãos do destino. A trama se desenrola em um contexto social conservador, machista e hipócrita dominado pela elite branca e marcado por rígidos padrões éticos e morais de comportamento.

 

Sobre Maria Célia Nunes

 

Licenciada em História pela UFMG, em 1973, e especialista em História do Brasil pelo PREPES da PUC-MG, em 1990, desde 2005 Maria Célia Nunes vem se dedicando à narração de histórias, tendo participado de diversas oficinas realizadas no Instituto Aletria e em cursos como “Conta Contos”, pelo grupo Tudo Era Uma Vez (2005); “Arte de contar Histórias”, por Sandra Bittencourt (2006); “Pontos para Tecer Histórias”, por Benita Prieto (2006); “Contos Africanos”, por Vera Lúcia da Silva Sales Ferreira (2007); “Hora H da Leitura”, pelo núcleo artístico da FMC (2007); “Um conto, dois contos, três pontos”, com Fabiano Moraes (2007); além de cursos regulares de teatro ministrado pela diretora teatral Beth Haas (2007 – 2008).

 

Outros cursos realizados pela autora são “A Arte de Contar Histórias”, com Beatriz Myrrha (2007); “Curso de aperfeiçoamento de Contadores de Histórias”, com Rosana Mont’Alverne e Beatriz Myrrha (2008); “Boca Cheia de Histórias”, com José Bocca (2008); “Contos terapêuticos, com Clara Haddad (2013); “A Poética na Narração de Histórias, com Gislayne Matos (2014); “A Musicalidade da Palavra”, com Beatriz Myrrha (2015); “Mil e Uma Noites, com Gislayne Matos (2016 e maio de 2023); e “Personagens infanto-juvenis”, com Daniel D’Andrea (SP – 2020).

 

Sobre Alan Najara

 

Professor de Teatro no projeto Kyrius, em Contagem – MG – 2022). Alan participou como músico e ator no espetáculo “O Vale Encantado”, dirigido por Oswaldo Montenegro, nos Teatros Dom Silvério e Alterosa (1998); e dirigiu peças como “Mineirice”, no Teatro do Net e Ministério da Fazenda (1995 a 1996); “Que Trem Danado Sô”, na Sala Juvenal Dias – Palácio das Artes (2001); “A Voz do Morro no Compasso da Arte”, no Teatro Dom Silvério – Projeto Abrindo Portas; “Contos de Gaia”, na Sala Juvenal Dias – Palácio das Artes (2007 e 2008).

 

Como músico, atuou na banda “Caçamba Swing” – SLU (1995); no espetáculo “Mulheres”, com Maria Célia Nunes, no Automóvel Clube (2019); em apresentações no Colégio Magnum (Feira Literária) com o espetáculo “O Encanto do Encontro do Conto com a Magia da Poesia” (2015), “Minas de Grandes Segredos, Minas de Grandes Enredos (2016), e “Das Montanhas de BH Ecoam Mistérios e Sussurros” (2018). Em 2018, Alan participou do evento literário “Minas de Grandes Segredos, Minas de Grandes Enredos (2017), no Minas Tênis Clube e na Biblioteca Pública Infantil e Juvenil de BH, onde também se apresentou no evento “Mulheres de Outrora, Mulheres de Agora” (2017 e 2018). Com o grupo de narradores Prosa Mineira, atuou em diversas apresentações ao lado de Maria Célia Nunes e, em 2019, participou do “Festival Descontorno Cultural”.

 

Como narrador de histórias, Najara trabalhou nos espetáculos “Quero Brincar” – Mostra Literária SEDUC, na Prefeitura de Contagem (2008), e também na BPIJBH, em comemoração aos 15 anos da Biblioteca (2006). Entre os concursos que participou, estão “Os Melhores Contadores de histórias, na BPIJBH (2000); “História para todas as Horas – Cursos e Oficinas Ministrados Cantatória – ASSEMP (2019 e 2020); “Vivências Teatrais” (2019 e 2020). Em 2005, participou de “A Arte de Contar Histórias” – SEDUC Cidade Alto Caparaó e Santa Rita de Minas (2005) e “Sempre um Papo – Workshop sobre a Arte de Contar Estórias”.

 

Ficha técnica:

Maria Célia Nunes: contadora de história e criadora dos contos

Alan Najara: direção do espetáculo

Flávia Mafra: gestão e produção executiva

Iarla Marques: figurino

Dione Marcos Aurélio: cenário

Márcio Macedo: iluminação

Debris Oliveira: sonorização

Dinalva Andrade: intérprete de libras

Helga Prado: assessoria de imprensa

Júlia Mafra: assessoria de redes

Maracujá: arte gráfica

 

SERVIÇO

Estreia do espetáculo “Marcas do Tempo, de Maria Célia Nunes, dia 14 de maio

Local: Centro Cultural Vila Rita, às 19h – Rua Ana Rafael dos Santos, 149, Vila Santa Rita
Classificação: 14 anos

*Espetáculo gratuito e com intérprete de Libras

 

Apresentações em outros centros culturais e no Museu da Moda de BH:

Datas de maio:

Dia 16 de maio, no Centro Cultural Venda Nova, às 14h – Rua José Ferreira dos Santos, 184 – Jardim dos Comerciários (Regional Venda Nova)

Dia 17 de maio, no Museu da moda, a partir das 19h – Rua da Bahia, 1.149, Centro

*Retirada de ingresso 30 minutos antes

 

Datas de junho:

Dia 7 de junho, no Parque Municipal Fazenda Lagoa do Nado, às 15h – Rua Ministro Hermenegildo de Barros, 904, Itapoã

Dia 8 de junho, no Centro Cultural Salgado Filho, às 16h – Rua Nova Ponte, 22, Salgado Filho

Dia 9 de junho, no Teatro Raul Belém Machado, às 19h – Rua Jauá, 80, Alípio de Melo

Dia 13 de junho, no Centro Cultural Padre Eustáquio, às 15h – Rua Jacutinga, 550, Padre Eustáquio


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