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Pela internet ou com trios elétricos passando na ruas de São Paulo, a Virada conseguiu levar arte mesmo em meio à pandemia
A Virada Cultural, evento que agita São Paulo todos os anos, foi afetada pelo coronavírus, mas não deixou de manter a tradição e levar muito entretenimento para os paulistanos e para o mundo em 2020. Em uma mistura de shows virtuais e apresentações itinerantes, que passavam pelas ruas da cidade, a Virada, conhecida por levar arte no geral, como música, filmes prestigiados e produções de estudantes da faculdade de cinema, cumpriu o seu papel mais uma vez, apesar da sensação de estranheza registrada nas redes sociais de não poder ver as apresentações de perto.
Eventos itinerantes
Desde o começo da pandemia, as pessoas vêm encontrando formas de diminuir as distâncias sem se aglomerar, e na Virada não foi diferente. Além das transmissões pela web, os espectadores tiveram o prazer de ver atrações passando na porta de suas casas.
Foi assim nas regiões de Santa Cecília e da Vila Buarque, por exemplo. Os moradores puderam assistir, de suas janelas e sacadas, a passagem de um trio elétrico com apresentações alto-astral desenvolvidas pelo Cabaret da Cecília, que contaram com cantores como Edy Star, Loulou Callas e Ivana Wonder, além de apresentações de teatro de marionetes.
O trajeto entre a Avenida Angélica até a Avenida Pacaembu foi o felizardo em receber o palco móvel com um piano e 13 pianistas que se alternavam para apresentar as 32 sonatas de Beethoven para o instrumento. A homenagem aos 250 anos do nascimento do compositor durou mais de dez horas.
Na mesma tarde, o som dos Beatles invadiu as avenidas Henrique Schaumann e Brasil e o Parque Ibirapuera. As vozes eram do projeto Beatles para Crianças, que fantasiou o trio elétrico de submarino amarelo e encantou os passantes.
Eventos online
Diante das telas, foi possível conferir o show de artistas nacionais queridos pelos internautas, como a drag queen cantora de trap e funk Gloria Groove, que apresentou completamente ao vivo hits como “Coisa Boa” e “Bumbum De Ouro”. Além das apostas de seu novo projeto “AFFAIR“, como “Radar” e “A Tua Voz”.
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Em outro gênero musical, o MPB, o consagrado Arnaldo Antunes cantou acompanhado do pianista Vitor Araújo, um jovem compositor e orquestrador pernambucano. A dupla abriu a apresentação com a música “A Boca Oca”, que transita entre um poema e um trava línguas. Outra canção apresentada foi “João”, que recebeu a participação do baiano Cézar Mendes para homenagear o compositor João Gilberto, morto no ano passado, em 6 de julho.
Uma das vozes mais marcantes do samba, Elza Soares também foi aos palcos na companhia do irreverente Flávio Renegado. Juntos, cantaram “A Carne”, em uma versão renovada e adaptada para a atualidade e destacaram em tom de protesto “a carne mais barata do mercado foi a carne negra, e agora não é mais”.
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