Produzido na Boca do Lixo, longa de Ícaro Martins e José Antonio Garcia será distribuído em uma parceria entre Tanto e Vitrine Filmes no primeiro trimestre de 2025 |
Segundo longa de uma trilogia dos diretores Ícaro (Francisco) Martins e José Antonio Garcia, ONDA NOVA exibido, em cópia restaurada e remasterizada, no Festival de Locarno e na Mostra de Cinema de SP, será relançado nos cinemas em parceria inédita entre a Tanto e a Vitrine Filmes no primeiro trimestre de 2025.
ONDA NOVA teve sua primeira exibição no Brasil na 7ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, em 1983. Logo em seguida, foi proibido pela Censura do regime militar e só pôde ser lançado quase um ano depois, o que prejudicou muito sua carreira comercial. Protagonizado por Carla Camurati e Cristina Mutarelli, o filme, que tem roteiro assinado pelos diretores, traz a história das jogadoras do time Gayvotas Futebol Clube, no ano em que o futebol feminino foi regulamentado no Brasil. Em plena ditadura militar, esse time de jovens paulistanas desafia a moral vigente sobre gênero e sexualidade, ao mesmo tempo em que as jogadoras lidam com problemas pessoais. No campo, contam com o apoio de jogadores renomados, como Casagrande e Wladimir, fundadores da célebre (famosa?) “Democracia Corintiana”, e Pita. Também participam do filme artistas como Caetano Veloso, Regina Casé e o locutor Osmar Santos. |
Confira o trailer abaixo: |
Apesar de não ser uma “pornochanchada” tradicional, ONDA NOVA foi produzido de forma semelhante, na Boca do Lixo. Seu lançamento comercial tardio, quando esse ciclo já havia acabado, de certa forma o coloca como o último do gênero. Entretanto, como no longa de estreia dos diretores – “O Olho Mágico do Amor” – e nas outras obras, o filme rechaça o moralismo sexista dessas produções comerciais. (A trilogia dos diretores é encerrada com “A Estrela Nua”, de 1985).
“É um filme onde o desejo assume o protagonismo, define e conduz as personagens e a narrativa. Mesmo não tratando diretamente de política, ao colocar o desejo como afirmação de identidade e de vida, ONDA NOVA é a própria negação da ditadura vigente na época. Por isso a censura não foi apenas a uma cena ou outra, mas ao filme inteiro. Foi considerado ‘amoral’ e interditado integralmente”, conta Martins. A seleção do filme para a seção “Histoire(s) du Cinéma” do 77º Festival de Cinema de Locarno, deu a Júlia Duarte – sobrinha de José Antonio Garcia, que infelizmente faleceu em 2005 – a oportunidade de começar seu projeto de restauro das obras do tio. Também o trailer e cartaz, que tinham desaparecido foram refeitos. Aliás, o novo poster foi feito por Helena Garcia, artista gráfica e uma das filhas de José Antonio. Graças ao trabalho conjunto da família com o outro diretor, Ícaro (Francisco) Martins, ONDA NOVA agora poderá ser assistido novamente em todas as telas com a merecida qualidade. “Em 1984, numa entrevista a Leon Cakoff, fundador e então diretor da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, Zé Antonio declarou: ‘Nosso filme é de vanguarda, só será entendido daqui a dez anos’…Talvez tenha demorado um pouco mais, mas ele tinha razão”, conclui Martins. |
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Sinopse ONDA NOVA, 1983, é uma comédia erótica e anárquica que reúne histórias das jogadoras do Gayvotas Futebol Clube, um time de futebol feminino recém-formado em plena ditadura militar, no ano em que o esporte foi regulamentado no Brasil, depois de ter sido banido por 40 anos. Com o apoio de renomados jogadores da época como Casagrande, Pita e Wladimir, elas enfrentam os preconceitos de uma sociedade conservadora. Paralelamente, lidam com seus problemas pessoais e familiares, e se preparam para um simbólico jogo internacional contra a seleção italiana. Restaurado e remasterizado em 4K por Aclara Produções Artísticas e a família de José Antonio Garcia, com a colaboração da Cinemateca Brasileira / SAC Sociedade de Amigos da Cinemateca, Zumbi Post e JLS Facilidades Sonoras. |
Ficha Técnica
Roteiro e Direção: Ícaro Martins e José Antonio Garcia Elenco: Carla Camurati e Cristina Mutarelli; Cida Moreira, Cristina Bolzan, D’Artagnan Jr., Ênio Gonçalves, Lucia Braga, Luis Carlos Braga, Neide Santos, Patrício Bisso, Petrônio Botelho, Pietro Ricci, Pita, Regina Carvalho, Vera Zimmermann Atrizes convidadas: Regina Casé e Tânia Alves Participações especiais: Caetano Veloso, Casagrande, Osmar Santos, Wladimir Direção de fotografia: Antonio Meliande Montagem: Eder Mazini Direção de arte: Cristina Mutarelli Música tema: Laura Finochiaro e Cristina Santeiro Trilha original: Luiz Lopes Produção executiva: Adone Fragano Produção: Adone Fragano e José Augusto Pereira de Queiroz Produtora: Olympus Filme |
Sobre José Antonio Garcia
José Antonio Garcia (1955 – 2005) foi um cineasta brasileiro. Membro da geração do cinema paulista da década de 80, batizada entre os críticos paulistanos de “Novo Cinema Paulista” frequentou os cursos de roteiro e direção da Escola de Comunicação e Artes da USP, entre 1973 e 1976, onde dirigiu alguns curtas-metragens experimentais, como Hoje tem futebol (1976), Marilyn Tupi (1977) e Tem bola na escola (1979), antes de debutar nos longas-metragens em parceria com Ícaro (Francisco C.) Martins. Seu filme solo, O corpo (1991), baseado no conto A via crucis do corpo, de Clarice Lispector, com Marieta Severo, Claudia Jimenez e Antonio Fagundes, foi premiado nos Festivais de Brasilia (Brasil) e de Cartagena (Colombia). Também dirigiu o longa Minha Vida em Suas Mãos, produzido e protagonizado pela atriz Maria Zilda Bethlem. Faleceu no Rio de Janeiro, em 2005, após estrear uma peça com sua direção baseada na obra de Clarice Lispector “Crônicas para não esquecer e A Pecadora Queimada e os Anjos Harmoniosos”. |
Sobre Ícaro Martins
Ícaro Martins, ou Francisco C. Martins (1954), começou no “Novo Cinema Paulista”, escrevendo e dirigindo, junto com José Antonio Garcia, O Olho Mágico do Amor (1982), Onda Nova (1983) e Estrela Nua (1985), conquistando vários prêmios , como APCA, Gov. do Estado de SP, entre outros. Colaborou nos roteiros da renomada série da TV Cultura, “Castelo Rá-Tim-Bum” e foi roteirista de Tempo de Resistência (2003), de André Ristum. Dirigiu, junto com Helena Ignez, Luz nas Trevas – A volta do Bandido da Luz Vermelha (2010), exibido no 63º Festival de Locarno. Diretor e co- roteirista de Maria – Não Esqueça que eu Venho Dos Trópicos, seleção oficial do festival “É Tudo Verdade”, em 2017. No teatro dirigiu espetáculos virtuais, como O Grande Inquisidor, de Fiódor Dostoévski, Diana, de Celso Frateschi e Horácio, de Heiner Müller (Teatro Ágora, 2021/22); Em 2022, no Teatro SESC Consolação, colaborou com Vivien Buckup na direção de O Canto do Cisne, de Tchechov, e dirigiu, junto com Celso Frateschi, sua peça Gongorê. |
Sobre Tanto
A TANTO, fundada em 2019 como Tanto Produções, nasceu como uma trailer house e rapidamente se tornou referência em campanhas audiovisuais para filmes. Envolvida em mais de 150 lançamentos, como “Bacurau”, “Guerra Civil” e “Anatomia de uma Queda”, atualmente colabora com empresas como Globo Filmes, Paris Filmes e Vitrine Filmes. Em 2021, criou um braço de mídia, a @TantoCine, que hoje possui mais de 24 mil seguidores nas redes sociais e que realiza campanhas completas incluindo social media, estratégia de conteúdo, design e marketing de influência. Continuando sua expansão, em 2023 nasce o selo Tanto Filmes, produtora que já teve filmes selecionados e premiados em dezenas de festivais ao redor do mundo, como o Festival de Cannes, o Festival de Havana e o FIDMarseille, de onde saiu premiada. Com os três selos, a TANTO se torna um dos poucos casos na indústria audiovisual brasileira que participa do processo de um filme de ponta a ponta – é produtora, criadora da campanha e ainda possui um veículo próprio de divulgação. A TANTO nasceu para ser a ponte entre o audiovisual e o público, e é composta por pessoas apaixonadas pelo cinema. |
Sobre Vitrine Filmes
Desde 2010, a Vitrine Filmes já distribuiu mais de 250 filmes e alcançou milhares de espectadores apenas nos cinemas do Brasil. Entre seus maiores sucessos estão “Bacurau”, de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, Prêmio do Júri no Festival de Cannes 2019; “O Processo”, de Maria Augusta Ramos, que entrou para a lista dos 10 documentários mais vistos da história do cinema nacional; e “Druk: Mais Uma Rodada”, de Thomas Vinterberg, vencedor do Oscar® de Melhor Filme Estrangeiro em 2021. Hoje a Vitrine Filmes faz parte do Grupo Vitrine, que conta com selos e iniciativas diversas a fim de atender diversas áreas do mercado, são eles: Vitrine España que há 4 anos produz e distribui longas-metragens na Europa; Vitrine Lab, curso on-line sobre distribuição cinematográfica, vencedor do prêmio de distribuição inovadora do Gotebörg Film Fund 2021; Manequim Filmes, selo com distribuição de filmes com apelo a um público com sucessos como “Nosso Sonho – A História de Claudinho e Buchecha”, filme brasileiro mais assistido em salas de cinema em 2023; Sessão Vitrine Petrobras que volta com lançamentos brasileiros premiados e aclamados pela crítica e festivais com ingressos reduzidos como “Sem Coração” e relançamento de “A Hora da Estrela”; e Vitrine Produções, que produz e coproduz curtas, documentários e longas-metragens, dentre eles “O Nosso Pai”, curta de Anna Muylaert exibido no Festival de Brasília, “Levante”, de Lillah Halla, vencedor do prêmio FIPRESCI na Semana da Crítica 2023, e “Retratos Fantasmas”, Kléber Mendonça Filho, documentário mais visto dos últimos 8 anos nos cinemas e também exibido em Cannes em 2023. |