Um show que mostra a garra e a raça de quem tem fonte de inspiração em sua ancestralidade e quer fazer ecoar longe sua voz marcante, som que vem da alma, como intérprete da música brasileira. É o que o público pode esperar da apresentação do cantor e compositor Alcides Sodré, que faz lançamento do EP “Em Mar Aberto” (Selo Zenitha Música) no dia 26 de setembro, quinta-feira, às 19h, no Centro Cultural da Justiça Federal, na Cinelândia, Rio de Janeiro.
_ Esse é um show que eu esperei muito. Algumas canções me acompanham há mais de 20 anos e agora estou pronto para entregá-las ao mundo. “Em Mar Aberto” é literalmente onde me sinto com o repertório que eu escolhi com todo cuidado. A música é um mar aberto de ritmos, estilos e sons. Eu não me prendo a um cais. Eu vou embora nessas águas e me deixo levar! – conta ele, finalizando a fala em tom poético.
Quem já assistiu Alcides Sodré, que também é ator, sabe que sua presença no palco lembra a figura dos negros americanos, com a ancestralidade formando a imagem do artista, transbordando em muita brasilidade quando canta. Na apresentação, ele estará acompanhado de Fábio Negroni (violão, guitarra e direção musical), Georgia Câmara (bateria) e Sandra Niceli (baixo). Participação especial do Paulo Baiano (piano).
_ Meus companheiros de palco são um capítulo à parte nesse trabalho. A Georgia é minha amiga há mais de 20 anos, grande musicista. Já Negroni é o cara que traduz em som as coisas que eu nem penso, e as que eu penso, ele consegue sempre melhorar com brilho musical. A Sandra é a baixista que eu sonhei ter comigo na banda desde a primeira vez que a vi tocando com uma amiga – ressalta.
“Rua Marielle”: uma homenagem
Para marcar a sua raiz afrodescendente, o artista no show vai apresentar a música “Rua Marielle” (Vicente Paschoal/ Rogério Santos) que “pelos versos já sinalizam a mensagem de quem sabe o que é ser preto nesse país”. Para Alcides, a sua voz assusta por ter um timbre pouco usual, “não é uma referência à imagem de um cara preto que canta como de costume”.
_ Essa música é uma homenagem à memória de quem dedicou boa parte da vida na luta contra as desigualdades. Uma canção que canto há mais de dois anos nos shows e vai estar no meu próximo álbum. Eu nunca vou pelo óbvio musical e as pessoas esperam que um negro cante samba, porque estamos sempre associados a esse gênero. A canção que eu canto não é o que a sociedade espera que eu interprete musicalmente. É só ouvir a linda canção sobre Marielle Franco e sentir a força dela. É isso que me inspira. A gente que é preto tem que estar onde a gente quer estar e ponto final. Ela lutou muito para isso.
Alcides, o ex-jogador de voleibol, “filho musical” da reverenciada cantora Áurea Martins, é elogiado por nomes da música como o maestro Gilson Peranzzetta e os cantores e compositores Leila Maria, Mauro Aguiar e Edu Kneip. No repertório de 14 composições, entre canções autorais e parcerias inéditas, figuram sucessos de grandes nomes como Egberto Gismonti e Lulu Santos. As 4 músicas do EP estão na lista: “Em Mar Aberto” (Kiko Furtado/Daniel Gonzaga), que abre o show, “Caixinha de Música” (Mussa/João Callado), “Os Poetas” (Mussa/Alcides Sodré) e “Com Quantos Paus se Faz uma Fogueira” (Alcides Sodré).
Repertório do show:
1 – Em Mar Aberto (Daniel Gonzaga/Kiko Furtado); 2 -Os Troianos (Túlio Vilaça/Adiron Marcos); 3 – Sumidouro (Zé Manoel/Márcio Bulk/Fábio Negroni); 4 – Areia, Areia (Fábio Negroni/Edu Kneip); 5 – O Sonho (Egberto Gismonti); 6 – Anjo exterminador (Ana Cristina César/Paulo Baiano); 7 – Os Faróis (Marcos Sacramento/Paulo Baiano); 8 – Os Poetas (Alcides Sodré/Mussa); 9 – Estilhaços (Michele Agra); 10 – Choro Moderno (Iuri Salvagnini/Alcides Sodré); 11 – Caixinha de Música (João Callado/Mussa); 12 – O Último Romântico (Lulu Santos); 13 – Rua Marielle (Vicente Paschoal/Rogério Santos); 14 – Santo de Casa (Edu Kneip/Mauro Aguiar)
Serviço
Dia: 26/9 – quinta-feira, 19h
Show de lançamento do EP “Em Mar Aberto” (Selo Zênitha Música), do cantor e compositor Alcides Sodré. Músicos: Fábio Negroni (violão, guitarra e direção musical), Georgia Câmara (bateria) e Sandra Niceli (baixo). Participação especial do Paulo Baiano (piano).
Local: Centro Cultural da Justiça Federal
Endereço: Av. Rio Branco, 241 – Centro, Rio de Janeiro – RJ (Entrada também pela Rua México, 57). Fica próximo à saída do Metrô.
Ingresso: R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia-entrada)
Capacidade: 141 lugares
Duração: 1h20
Classificação indicativa: livre
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Mais informações disponíveis no site do CCJF
