Passar um café é algo tão rotineiro que a maioria nem se preocupa com os detalhes do processo, apenas espera o aroma delicioso subir, avisando-o que está pronto, e serve antes que esfrie. Entretanto, mudanças mínimas nesse ritual, como o tipo de pó usado ou com qual método é preparado, podem elevar a hora do café para uma pausa que mexe tanto com o paladar quanto com a criatividade . A chefe Helena Mil-Homens, da St. Chico e Caio Tucunduva, especialista em torras de cafés especiais nacionais e internacionais , dão algumas dicas de como preparar um café mais saboroso de forma rápida e que cabe no bolso, jeitos simples de dar mais carinho a um momento de pausa na rotina.
Dica 1: Aposte nos Cafés Especiais
Os cafés com notas “frutadas, cítricas e amendoadas” nas prateleiras do mercado levam um tempinho para revelarem seus sabores para quem nunca os experimentou, mas é uma mudança que vale a pena.“O café especial é uma experiência que convida a aguça os sentidos e curiosidade dos consumidores” diz Caio Tucunduva, especialista em torras especiais de café. Esses cafés tem um pó mais claro e conservam uma variedade maior de notas sensoriais, e conforme mais se prova, melhor se aproveita a complexidade deste produto. Para começar, um café com notas de frutas vermelhas vai bem acompanhando um docinho, ainda mais com chocolate.”Só tem um jeito de treinar sensorial: bebendo e cheirando muito café, realmente entender o cheiro daquilo que vamos consumir, já que as notas sensoriais em de uma memória olfativa do cérebro”, comenta Caio.
Dica 2: métodos de adoçar Helena é direta: “Se precisa de açúcar no café, é porque não está bom!”. Mas claro, como tomar café puro é um gosto adquirido com o tempo, uma opção mais simpática é variar nos métodos de adoça-lo, mudando a experiência palatável como um todo. “Fora do Brasil, é comum usar xaropes e aromas, que também trazem um perfume ótimo na xícara!”.Mel, Stevia e xarope de baunilha já são usados no lugar do açúcar para dar uma variada, e para os curiosos, vale abraçar o sabor brasileiro e jogar um pedacinho de rapadura e deixar dissolver para descobrir qual sabor a sobremesa pode somar à bebida.
Dica 3: Amargor Todo alimento que entra em contato com o oxigênio passa pelo processo de oxidação, e no caso da moagem do café, quão mais fino o pó é, mais acelerado esse processo ocorre, o que leva à perda de vários óleos aromáticos e sabores do grão. O pó vendido no mercado é fininho e misturado com o restante de outras coisas da plantação que não o grão do café, entram na torragem e amargam a bebida. Nesse caso, Helena recomenda “colocar menos pó que o normal e ajustar das próximas vezes”- tradicionalmente se recomenda usar 10 porções de água para 1 de café, ou seja, 10 g para 100 ml. Também vale investir em pós de moagem média unido à dica de esperar a água esfriar um pouquinho.
Dica 4: Prensa Francesa Essa máquina versátil é usada tanto no preparo de cafés quanto chás. O método de prensagem manual oferece uma bebida mais encorpada e com notas que deixam o sabor mais complexo, o que vale ser ressaltado pelo uso do grão com a moagem e torragem certa.” O uso de grãos que passaram por moagem média ou grossa deixa o sabor muito mais agradável! Para deixar o café ainda melhor, ajuda moer o grão na hora, para que o pó oxide menos. Um moedor eletrônico é um bom investimento para inciantes”. Além da bebida em si, a prensa pode ser usada no preparo de leite cremoso ou na extração mais fácil de café gelado.
Dica 5: O melhor para a cafeteira italiana No clássico bule, não se pode alterar o preparo uma vez que está fechado, então é importante que as medidas e temperaturas estejam corretas. “Muita gente aperta o pó no recipiente, e isso pode amargar o café”, alerta Helena. ” O melhor para a cafeteira italiana é que o pó seja soltinho e um pouquinho abaixo do limite. Enquanto ferve, é bom deixar a tampinha um pouquinho levantada, para ver como está indo. Ele só respinga pra fora se estiver aquecido demais” |