9ª Sinfonia, de Ludwig van Beethoven, estreia no dia 18 de setembro
A UNIOPERA receberá a maestra internacional Elisa Vegas para seu próximo espetáculo, em apresentações especiais para comemorar os 200 anos da 9ª Sinfonia, de Ludwig van Beethoven (1770-1827).
A regente, que é diretora da Orquestra Gran Mariscal de Ayacucho e do Teatro Nacional da Venezuela, virá para o Brasil a convite da UNIOPERA, para conduzir uma curtíssima temporada no Teatro Bradesco, entre os dias 18 e 22 de setembro.
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Uma das mais famosas obras de Ludwig van Beethoven, a 9ª Sinfonia estreou no dia 7 de maio de 1824, em Viena (Áustria) – foi quando a plateia do Teatro Kärntnertor ouviu pela primeira vez uma composição que atravessaria os séculos. Seu quarto movimento, a Ode à Alegria, é um dos mais conhecidos no mundo.
O espetáculo será executado pela Orquestra Acadêmica de S. Paulo e pelo Coral da Cidade de S. Paulo, grupos independentes ligados à Associação Coral da Cidade de São Paulo/UNIOPERA, entidade não-governamental sem fins lucrativos dedicada à difusão e ensino de música de concerto e ópera na cidade de São Paulo.
Também participarão desta temporada os solistas Rodolfo Giugliani (barítono), Marcela Vidra (mezzo-soprano), Giulia Moura (soprano) e Guilherme Moreira (tenor).
A UNIOPERA entrevistou Elisa Vegas antes do seu embarque para o Brasil. “Agradeço ao maestro Luciano Camargo pelo convite. Estou muito feliz por poder trabalhar com ele e com os solistas. Juntos, faremos um trabalho fabuloso”, disse. “A UNIOPERA se parece muito com a Orquestra Gran Mariscal de Ayacucho, no que se refere à programação, gestão cultural, autogestão. Sinto que são grupos irmãos, um no Brasil e outro na Venezuela”, disse a regente.”
A seguir, confira os principais trechos da conversa.
UNIOPERA – O que o público pode esperar da temporada da 9ª Sinfonia sob a sua regência?
Elisa Vegas – A 9ª Sinfonia é uma das obras fundamentais do repertório universal e tem me acompanhado desde que comecei minha carreira. Embora tenha sido composta há 200 anos, a mensagem da Sinfonia é pertinente ao que temos vivido atualmente.
Para esta apresentação da UNIOPERA, pretendo que cada movimento tenha sua personalidade, para transmitir diferentes sensações para o público. Por exemplo: no terceiro movimento, que é alma, que a plateia possa encontrar-se consigo mesma e ter um momento de introspecção. É o contrário do quarto movimento, que representa a união de toda a humanidade e tem mais energia.
Espero que o público se emocione e saia de alma renovada dessa temporada, que sinta todo o esplendor da mensagem que a “Ode à Alegria” proporciona e que celebremos juntos os 200 anos dessa obra-prima.
U – Por favor, fale sobre as suas impressões sobre Beethoven e sobre esta obra.
EV – Esta obra de Beethoven é um ícone universal, não à toa, a UNESCO a definiu como Patrimônio Cultural da Humanidade e também mudou a forma de fazer sinfonias. Foi com a 9ª que, pela primeira vez na história, uma obra foi escrita para coro e solistas com essa magnitude. O barítono traz uma questão muito importante: será que estamos fazendo bem? Será que não podemos ser melhores?
A ‘Ode à alegria’ é um hino global, que a própria União Europeia adotou como seu [Nota: Sua versão instrumental foi declarada hino do Conselho Europeu em 1972, e desde 1985 é o hino oficial da União Europeia (UE)]
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U – Esta será a sua primeira vez como maestra convidada da UNIOPERA. Qual é a sua expectativa em reger no Brasil?
EV – Fiquei muito emocionada com esse convite. O Brasil é um país musical, com uma riqueza cultural maravilhosa que admiro. Será a primeira vez que vou reger no país e estou disposta a colocar todos os meus esforços para que seja um grande concerto. A Venezuela é um país vizinho e, de certa forma, compartilhamos características, ritmos, cores e vegetação – e creio que essas raízes comuns farão com que a experiência seja maravilhosa. Espero que seja uma excelente semana nesse grande país.
U – O que se pode falar sobre compositores brasileiros como Villa-Lobos e Camargo Guarnieri, por exemplo?
EV – Durante toda a minha carreira estudei esses compositores, cujas obras são apresentadas na Venezuela com frequência. Temos grandes nomes na América Latina, como Carlos Charre, Antonio Estevez, Inocente Carreño e Gonzalo Castelhano, que – junto aos brasileiros – formam uma geração de compositores que abriram possibilidades sonoras ao incorporar tradições, ritmos, harmonias locais ao repertório sinfônico. Hoje, eles são referências da música universal para orquestras.
Sobre a UNIOPERA
A UNIOPERA (Associação Coral da Cidade de São Paulo) é uma entidade não-governamental sem fins lucrativos dedicada à difusão da ópera, da música de concerto e do canto coral. São mais de 20 anos de tradição, realizando montagens nas principais salas de espetáculo no estado de São Paulo. Desde 2016 realiza regularmente temporadas de concertos sinfônicos e óperas no Teatro Bradesco, em São Paulo.
Desde sua fundação, em 2002, mais de 2 mil pessoas já tomaram parte do Coral da Cidade de São Paulo e de seus cursos de teoria musical, solfejo e técnica vocal, oferecidos gratuitamente para participantes de todas as idades, profissões e interesses. A entidade, constituída juridicamente desde 2009, possui atualmente centenas de associados e participantes de suas atividades artísticas e formativas.
A UNIOPERA é pioneira em produções independentes na área da música de concerto e ópera, e realiza espetáculos de grande porte fora do circuito estatal, com a participação voluntária por meio de um coral comunitário, inspirado no modelo da “Wiener Singverein” (União Vienense de Canto).
Serviço:
Ludwig van Beethoven
Sinfonia nº 9 op. 125 “Ode à Alegria”
Orquestra Acadêmica de São Paulo
Coral da Cidade de São Paulo
Solistas:
Giulia Moura (soprano)
Marcela Vidra (mezzo-soprano)
Guilherme Moreira (tenor)
Rodolfo Giugliani (barítono)
Regência:
Elisa Vegas (maestra convidada)
Realização:
Associação Coral da Cidade de São Paulo/UNIOPERA | Link
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Teatro Bradesco São Paulo
Shopping Bourbon – R. Palestra Itália, 500 – Perdizes – São Paulo
Dias 18, 19 e 20 de setembro, às 20h
Dias 21 e 22 de setembro, às 16h
