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Sesc SP apresenta “Isabel das Santas Virgens e sua Carta à Rainha Louca”

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▹ da obra de Maria Valéria Rezende, finalista do Prêmio Jabuti 2020

▹ direção de Fernando Philbert

▹ idealização, adaptação e atuação de Ana Barroso  

▹ considerada uma das melhores peças de 2023 no Rio de Janeiro pelo Jornal Correio da Manhã

 

O texto ficciona a história real de uma mulher do final do século XVIII acusada de loucura e rebeldia e enclausurada no convento do Recolhimento da Conceição, em Olinda, Pernambuco. Através de uma carta, ela tenta se comunicar com a Rainha Maria I de Portugal, conhecida como a Rainha Louca, com quem se sente irmanada na opressão pelo mundo dos homens, e de quem espera receber clemência e liberdade.

 

A carta relata os destemperos e injustiças praticados pelos homens de poder contra mulheres, escravizados e todos que se encontravam em situação de vulnerabilidade. Entre perdas e amores proibidos, a saga de Isabel passa por períodos em que assumiu uma identidade masculina para conseguir viver da única coisa que sabia fazer: ler e escrever.

ESTREIA: 08 de agosto (5ªf), às 20h

ONDE: SESC Pinheiros / auditório – Rua Paes Leme, 195/3º and, Pinheiros / SP

HORÁRIOS: quinta a sábado às 20h / INGRESSOS: R$40, R$20 (meia) e R$12 (credencial plena) / VENDAS: https://www.sescsp.org.br/programacao / ou na bilheteria de 3ª a 6ªf das 10h às 22h; sab das 10h às 21h; dom e feriados das 10h às 18h /  / CLASSIFICAÇÃO: 14 anos / DURAÇÃO: 70 min / CAPACIDADE: 100 espectadores / ACESSIBILIDADE: sim / ESTACIONAMENTO (com manobrista): 3ª a 6ªf, das 7h às 21h; sab, dom e feriado, das 10h às 18h / TEMPORADA: até 13 de setembro

 

 

O romance “Carta à Rainha Louca”, de Maria Valeria Rezende, lançado em 2019, é a matéria-prima da peça “Isabel das Santas Virgens e sua Carta à Rainha Louca”, que estreia dia 08 de agosto no Sesc Pinheiros, com direção de Fernando Philbert e idealização, adaptação e atuação de Ana Barroso. A parceria entre atriz e diretor nasceu da longa convivência artística de ambos com o diretor Aderbal Freire-Filho (1941-2023), de quem absorveram os princípios básicos e o amor pelo teatro.

 

A vivência de Isabel – tanto a real quanto a ficcional –, narrada em suas cartas (que existem de fato, mas não endereçadas à rainha) vai ao encontro das vivências da maioria das mulheres de então e chega até os dias de hoje, uma vez que a luta feminista ainda se encontra longe do seu fim.

 

SINOPSE

 

Convento do Recolhimento da Conceição, Olinda, 1789. Isabel das Santas Virgens está enclausurada, acusada de loucura e rebeldia por lutar pela sua autonomia numa sociedade patriarcal colonial. Ela escreve uma carta à Rainha Dona Maria I, conhecida como a Rainha Louca, com quem se sente irmanada na opressão pelo mundo dos homens. Tida por muitos como também lunática, Isabel relata os destemperos e injustiças praticados pelos homens da Coroa – e por outros tantos – contra mulheres, escravizados e todos que se encontravam em situação de vulnerabilidade.

 

A SAGA DE ISABEL DAS SANTAS VIRGENS, UMA MULHER DO SÉCULO XVIII – UMA SAGA AINDA ATUAL

 

Isabel das Santas Virgens foi uma menina branca, filha de portugueses pobres recém-chegados ao Brasil para trabalhar num engenho de cana de açúcar no Recôncavo Baiano. Com a perda precoce dos pais, é criada entre a senzala e os aposentos da jovem sinhazinha Blandina, filha única do poderoso Senhor do Engenho. Com o passar dos anos, Blandina e Isabel, já crescidas, se apaixonam pelo mesmo homem, o aventureiro Diogo. A sinhazinha acaba se entregando ao “pecado da carne” e é punida, junto a Isabel, com a clausura num convento. Mais adiante, com a morte de Blandina e já em liberdade, Isabel assume uma identidade masculina para atuar em trabalhos que envolviam a escrita e não eram permitidos às mulheres, e acaba novamente presa.

 

A personagem é uma heroína feminista: sem recursos ou proteção de quem quer que seja, enfrenta perigos e desafios munida de suas únicas ferramentas: a inteligência e a capacidade de ler e escrever, adquirida durante a convivência na casa grande.

 

Com suas cartas, Isabel expõe, com algum humor e uma boa dose de ironia, o pano de fundo da colonização brasileira e da situação da mulher que ousava desafiar o status quo. Foi subjugada de todas as formas porque ousou ir além do que lhe era permitido. É a história da luta de uma mulher por sua própria sanidade – através das palavras e do exercício de organização mental, é capaz de manter um pouco de si, escrevendo, escrevendo e escrevendo.

 

A CRÍTICA

 

Ana, já Isabel, é uma narradora hábil e talentosa. (…) Sem o cenário realista de beira de rio ou de cela de prisão nos transporta para esses locais, apenas com a sua voz. (…) Fernando (Philbert, diretor), na realização de Ana, nos faz pensar como, desde sempre, as dificuldades da mulher advém de querer encontrar seu caminho de escolha, de sua individualidade. Esse encontro entre querer e poder é que Ana realiza como atriz-idealizadora. Com total talento.”

Claudia Chaves, Correio da Manhã

 

Mais uma vez, Fernando Philbert executa uma direção discreta e, ao mesmo tempo, bonita, limpa e robusta, sem o desejo de criar excentricidades (…) Philbert, um dos melhores diretores de teatro surgidos nos últimos anos, extrai o melhor do potencial de interpretação de Ana Barroso.”

Gilberto Bartholo, O Teatro Me Representa

 

Ana sabe fazer um teatro elegante, belo e coroado de simplicidade.”

Paty Lopes, EuRio

 

Ana Barroso interpreta de forma clara, com poesia e sedução, trazendo à tona o silêncio daquela mulher que já lá nos setecentos gritava contra a opressão. E, dessa forma, conquista o público que está lhe assistindo, porque é cativante, apaixonante.

Alex Varela, Revista Vislun

 

 

FICHA TÉCNICA

 

Da obra de Maria Valéria Rezende

Adaptação: Ana Barroso

Direção: Fernando Philbert

Elenco: Ana Barroso

Direção Musical: Marcelo Alonso Neves

Cenário: Natália Lana

Iluminação: Vilmar Olos

Figurino: Luciana Cardoso

Projeto Gráfico: Visual Raquel Alvarenga

Idealização e Realização: Ana Barroso / BB Produções Artísticas

Assessoria de Imprensa: JSPontes Comunicação – João Pontes e Stella Stephany

 

MARIA VALÉRIA REZENDE – autora

 

Maria Valéria Rezende é paulista, atualmente vivendo em João Pessoa. Uma das escritoras mais importantes da cena atual, premiada seguidamente – Jabuti (com os romances “Quarenta Dias” e “Outros Cantos”), Prêmio São Paulo e Casa de Las Américas -, Maria Valéria conjuga com igual maestria a escrita sofisticada e a liderança junto a seus pares como idealizadora, mentora e inspiradora do Mulherio das Letras, movimento que fez ecoar, de maneira consagradora, a voz das mulheres que escrevem, editam, ilustram, revisam, contam histórias e vendem seus livros. “Carta à Rainha Louca” foi um dos finalistas na categoria romance do Prêmio Jabuti 2020. Em 1965, entrou para a Congregação de Nossa Senhora – Cônegas de Santo Agostinho, e dedicou-se sempre à educação popular, primeiro na periferia de São Paulo e, a partir de 1972 no Nordeste.

 

FERNANDO PHILBERT – diretor

 

Fernando Philbert iniciou sua carreira como diretor assistente de Gilberto Gawronski, Domingos Oliveira e, desde o ano de 2008, com o diretor Aderbal Freire-Filho, de quem foi assistente em mais de quinze peças, entre elas “Hamlet” com Wagner Moura; “A Ordem do Mundo” com Drica Moraes; “Incêndios” com Marieta Severo; “Macbeth” com Renata Sorrah e Daniel Dantas, entre outras. Assinou a codireção de “O Topo da Montanha” com Lázaro Ramos e Thaís Araújo. Como diretor assinou “O Escândalo Felipe Dussaert”, com Marcos Caruso, vencedor de todos os prêmios de melhor ator no Rio de Janeiro em 2016. Em 2017 dirige “Contos Negreiros do Brasil”, espetáculo de grande repercussão. Em 2018/19 dirige Louise Cardoso em “O Que é Que Ele Tem” baseado no livro homônimo de Olivia Byington.

 

Entre outros espetáculos, dirige Kiko Mascarenhas em “Todas as Coisas Maravilhosas”, indicado aos Prêmios Shell categorias Melhor Direção e Ator; Pedro Paulo Rangel em “O Ator e o Lobo”, indicado a categoria Melhor Dramaturgia; Thelmo Fernandes em “Diário do Farol – Uma Peça sobre a Maldade”, Prêmio Cesgranrio categorias Melhor Ator e Melhor Espetáculo; “Órfãos” e “Três Mulheres Altas”, agraciados com diversos prêmios e indicações.

 

ANA BARROSO – atriz, adaptadora e produtora

 

Com 40 anos de carreira no teatro, Ana Barroso começou no Tablado no final da década de 70 como aluna de Maria Clara Machado, Carlos Wilson Damião, Bernardo Jablonski entre outros. Aprofundou sua formação em oficinas com mestres como Philippe Gaullier, Amir Haddad, Rubens Correa, Luiz Carlos Vasconcellos, Ron Daniels, Aderbal Freire-Filho, Cesar Brie, Victor Olivares (voz) e outros. Trabalhou na Itália com o grupo Teatro Due Mondi, aperfeiçoando suas técnicas de Clown e teatro de rua. Nos anos 90, participou ativamente do Centro de Demolição e Construção do Espetáculo sob a direção de Aderbal Freire-Filho, com quem ainda trabalhou em outras produções. O grupo foi responsável por espetáculos importantes no cenário teatral carioca como “O Tiro que Mudou a História”, “Tiradentes Inconfidência no Rio”, “Turandot e o Congresso dos Intelectuais” de Bertold Brecht, e “Senhora dos Afogados”, de Nelson Rodrigues, entre outros. Também sob a direção de Aderbal, participou de “O Púcaro Búlgaro” e “Vianinha Conta o Último Combate do Homem Comum”. Trabalhou em diversos espetáculos com diretores como Moacir Chaves, Ivan Sugahara, Rodrigo Nogueira e Rodrigo Penna.

 

Desenvolve em paralelo um trabalho voltado para o público infantil há 34 anos, com a dupla de clowns Lasanha e Ravioli, criando e produzindo um repertório de mais de 10 espetáculos em circulação, indicações e prêmios, e um expressivo reconhecimento de crítica e público. Em TV, participou de produções e novelas como “Verdades Secretas”, “O Outro Lado do Paraíso” e “Nos Tempos do Imperador”, na Rede Globo, e “A Terra Prometida” e “Jesus”, na Rede Record.


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