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Reality shows: por que fazem tanto sucesso?

Ferramentas da neurociência explicam pontos que fazem as pessoas se interessarem pelos programas televisivos
Por que os realities shows têm tanta audiência? Esses programas televisivos possuem esse nome por serem baseados na “vida real” e movem, a cada dia mais, grandes públicos que assistem e torcem vigorosamente pelos participantes que mais gostam. No Brasil, o primeiro Reality Show a ser exibido na televisão foi o No Limite, em 2000. Desde então, foram diversos programas deste gênero, sempre com temáticas variadas, como música, culinária e outros.
Desde 2020, o Big Brother Brasil (BBB), da Rede Globo, é, possivelmente, o maior exemplo de reality da TV brasileira. O índice de engajamento das torcidas nas redes sociais e os altos níveis de audiência, dignos de jogo de Copa do Mundo, tornaram o programa um fenômeno.
De acordo com a professora do Centro de Ciências e Tecnologia (CCT) da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), campus Campinas, Mariana Munis, especialista na área de Marketing, além do entretenimento, o reality show, assim como um produto e serviço, é lançado para satisfazer necessidades e desejos de seu público-alvo e de seus parceiros de negócio envolvidos com o programa.
Munis destaca que o BBB passou por uma mudança de 2019 para 2020. Desde então, o programa bateu recorde de audiência e arrecadação. No ano passado, o programa foi visto por 37 milhões de pessoas por dia e a emissora faturou bem menos com anunciantes fixos, que totalizou R$ 304 milhões. Para esse ano, o reality pretende arrecadar mais de meio bilhão de reais, conseguindo vender, antecipadamente, cotas de anúncios para empresas como Avon, Americanas, Amstel, C&A, McDonald’s, Procter & Gamble e Seara. Antes mesmo do BBB21 começar, a Globo já havia arrecadado R$ 470 milhões, com projeção de um faturamento total de R$ 520 milhões.
A professora destaca alguns pontos que justificam a utilização de ferramentas de neurociência durante a exibição do programa e que tornam os realities tão queridos pelos brasileiros.
Cada participante é escolhido com base em um arquétipo diferente. O psiquiatra e psicoterapeuta suíço Carl Jung descobriu que existem 12 arquétipos de personalidade que se repetem em todas as culturas. As marcas utilizam esses personagens para compor sua personalidade: o fora da lei, o inocente, o cara comum, o amante/apaixonado, o governante, o bobo da corte, o herói, o mago, o sábio, o explorador, o prestativo e o criador. No momento de escolher o elenco, a Globo avalia a personalidade das pessoas. Além do mais, por serem pessoas com vivências diferentes, os desentendimentos virão mais facilmente.
A professora explica que o cérebro ama histórias que tenham alguma conclusão e ressalta que o programa sempre faz de tudo para dar continuidade a essa história semanalmente. “Como o BBB dura um pouco mais de três meses, as pessoas se apegam e querem ver até onde o reality show vai. Além do mais, a cada prova, a cada paredão, há uma surpresa diferente”, reforça.
A especialista explica que o BBB trabalha com histórias empolgantes, utilizando algumas técnicas de neuromarketing e tudo é feito para gerar narrativa: desde as provas do líder, anjo, jogo da discórdia, até mesmo na escolha de seu elenco, ao misturar os grupos pipoca (anônimos) e camarote (famosos). Quanto maior a diversidade entre os brothers, maiores são as polêmicas e discussões e, portanto, mais narrativas são geradas.
“Com isso, o programa consegue gerar assunto aos diversos meios de comunicação, além de trazer marcas interessantes para patrociná-lo”, conclui.
Mariana Munis afirma que a mensagem subliminar não é aquela que aparece sem contexto, mas sim aquela que nos envolve emocionalmente. Segundo a especialista, quando os brothers participam de provas inesquecíveis, as marcas e os patrocinadores ficam em evidência.
Como um exemplo, ela comentou. “Lembro-me da prova da Coca Cola do BBB21, onde a Karol Conká acabou ganhando: a marca acabou sendo lembrada por vários dias nas redes sociais”.
As redes sociais podem ser um fator para promover o assunto e mantê-lo em alta. A professora mackenzista foi clara e disse que com certeza é um esforço proveniente de “várias mãos”.

“Assim como as mídias sociais do BBB geram assuntos, as mídias dos participantes também, mostrando looks do dia, maquiagem, produtos, vídeos previamente preparados para cada etapa que o participante alcança, engajando torcidas”, afirma.

 

Além do mais, segundo a professora esses conteúdos também engajam e geram assunto para outras redes sociais, de influenciadores, sites de fofoca, debate de assuntos polêmicos, entre outros.

Sobre a Universidade Presbiteriana Mackenzie

A Universidade Presbiteriana Mackenzie está na 103º posição entre as melhores instituições de ensino da América Latina, segundo a pesquisa QS Quacquarelli Symonds University Rankings, uma organização internacional de pesquisa educacional, que avalia o desempenho de instituições de ensino médio, superior e pós-graduação. Possui três campi no estado de São Paulo, em Higienópolis, Alphaville e Campinas. Os cursos oferecidos pelo Mackenzie contemplam Graduação, Pós-Graduação Mestrado e Doutorado, Pós-Graduação Especialização, Extensão, EaD, Cursos In Company e Centro de Línguas Estrangeiras.


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