Leandro Wendel Martins
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Alguns pensadores se pautam em uma espiral de desenvolvimento, sobretudo, com a ação de fazer perguntas, respondê-las, e acreditar no resultado desse raciocínio para iniciar um novo processo de reflexão. No entanto, é preciso gerar evidências para que as perguntas sejam pautadas em algo significativo, ou seja, um problema necessário de solução, ou mesmo o desejo de criar algo novo.
Com a chegada do Novo Ensino Médio os alunos agora carregam a responsabilidade de optar por quais áreas de conhecimento irão estudar. Essa busca pela resposta, parte de inúmeras frentes: provocações mediadas pelo professor, acesso ao que o estudante apresenta em sua história de estudo, novas aproximações de referências epistemológicas, e uma série de outros elementos que podem contribuir na busca por uma resposta. Partindo deste princípio, como as escolas podem auxiliar neste processo?
Porque desenvolver a criatividade e pensamento crítico será essencial para a formação dos jovens?
Segundo o report “The Future of jobs” divulgado pelo Fundo Econômico Mundial de 2019, criatividade, originalidade, aprendizagem ativa, inovação, pensamento crítico e o contexto de expertise com as novas tecnologias, são competências fundamentais para 2022. Isso está referido diretamente ao mercado de trabalho, mas se relaciona com a formação de cidadãos críticos, capazes de estabelecer processos de formação continuada ao longo da vida.
É importante destacar que habilidades não são ensinadas como conteúdos (exigem muitas aproximações do fazer) e, ainda, que um não exclui a importância do outro, pois os saberes escolares são necessários para o desenvolvimento integral, bem como, o modo de gerar conhecimento oriundo da ação: estamos diante de um movimento que deve ser espiralado e fomentado durante todo o tempo de vida escolar.
Contudo, não se trata de valorar o conteúdo e subjetivar a forma como o estudante se aproxima dele e o utiliza para resolver problemas e, tampouco, valorar a forma da ação do fazer e subjetivar o conteúdo envolvido no percurso: se trata de refletir para planejar, aplicar, avaliar e retomar, em um constante ato de mediação.
O que muda com o Novo Ensino Médio?
Retomando a premissa da geração de evidências para reflexão, os itinerários formativos do Novo Ensino Médio solicitam a escolha do estudante, pois estão dispostos em áreas de concentração, e deve ser feita a opção por uma, mas com base em quais evidências deve o estudante optar por um itinerário?
Neste sentido, o desafio para os estudantes, responsáveis e equipes pedagógicas está em fomentar a geração de evidências que provoquem reflexões e a decisão pelo itinerário formativo mais assertivo, mesmo que haja possibilidade de mudança durante o percurso.
O rol de apoios está na proficiência dos profissionais da escola, na aquisição de ferramentas epistemológicas e, sobretudo, no momento de reflexão do estudante em caráter de autoavaliação e no apoio dos responsáveis e orientadores escolares para uma decisão pensada de maneira crítica: isso só ocorrerá se os dados gerados forem pertinentes ao propósito. Plataformas como a IDEM, da Vetor Editora, que busca facilitar esse momento de decisão e também auxiliar as instituições de ensino com a organização dos horários e professores, possibilita ganhos e melhorias para ambos os lados.
Por fim, mediar essas situações pode exigir abertura para novas aproximações de apoios e técnicas, uma vez que, estamos em tempos do fazer coletivo, porque a complexidade das coisas solicita apoios múltiplos e equipes multidisciplinares.
Leandro Wendel Martins é Mestre em Educação, Arte e História da Cultura, Especialista em gestão escolar e da EaD, Pedagogo em doutoramento em Educação: Currículo. Colabora com a Vetor Editora e leciona na Educação Básica e no Ensino Superior.