EM SUA ÚLTIMA SEMANA, MOSTRA BERNARDET E O CINEMA EXIBE NOVE OBRAS QUE O CINEASTA PARTICIPOU |
O evento gratuito teve início no dia 24 de agosto e segue até 22 de setembro, no Centro Cultural Banco do Brasil-São Paulo |
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Foto: “O Caso dos Irmãos Naves”, de Luiz Sergio Person, que será exibido na quinta-feira (19), às 18 horas MOSTRA BERNARDET E O CINEMA |
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A Mostra BERNARDET E O CINEMA, em homenagem ao crítico, roteirista, diretor, montador, ator, professor, escritor, pensador e um dos maiores nomes da história do cinema brasileiro, Jean-Claude Bernardet, entra em sua última semana para o público aproveitar a programação. A Mostra BERNARDET E O CINEMA é aberta para visitação gratuita no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) em São Paulo.
Em sua útima semana, haverá diversas exibições de longas e curtas em que o homenageado participou, seja dirigindo, escrevendo ou estrelando. Abaixo, tudo o que será exibido entre quinta-feira (19) e domingo (22):
A programação segue em São Paulo até 22 de setembro, apresentando 20 filmes roteirizados, dirigidos ou com atuação do cineasta. A entrada é gratuita, com exibições de quinta a domingo. O evento aconteceu no CCBB-DF (16/08 a 05/09) e acontece no CCBB-RJ (28/08 a 22/09), com patrocínio do Banco do Brasil. A Mostra BERNARDET E O CINEMA inclui importantes produções do cinema nacional e explora a vasta trajetória artística de Bernardet, desde a década de 1960 até 2024. Entre os destaques, estão filmes como “São Paulo: Sinfonia e Cacofonia”, dirigido por Bernardet, que completa 30 anos neste ano, o clássico de 1967 “O Caso dos Irmãos Naves”, dirigido por Luiz Sergio Person e escrito por Person e Bernardet, sobre dois irmãos que são torturados por um crime que não cometeram; o curta-metragem documental “Brasília: contradições de uma cidade nova”, também de 1967, com direção de Joaquim Pedro de Andrade e roteiro de Bernardet, que questiona o papel da cidade planejada; “Fome” (2015), longa de Cristiano Burlan sobre um velho homem que perambula pela cidade de São Paulo, estrelado por Bernardet; e “A Destruição de Bernardet” (2016), filme de Claudia Priscilla e Pedro Marques que transita entre ficção e documentário e aborda uma série de questões relacionadas à vida de Bernardet, como as críticas sofridas por suas atuações como ator e as perspectivas de vida como um portador do vírus HIV. “Dedicar uma mostra de filmes a Jean-Claude Bernardet, pessoa importantíssima para o cinema brasileiro, é crucial. É importante fazer esse reconhecimento, celebrar sua vida, inteligência e produtividade. Aos 88 anos continua ativo, atuando, escrevendo, refletindo, e isso é lindo! E é também uma excelente oportunidade para as novas gerações terem contato com suas obras. Como já foi dito num filme, ‘Jean-Claude Bernardet é incontornável”, comenta a curadora da mostra Andréa Cals. |
Programação – CCBB SP:
– 19/09 – QUINTA-FEIRA A reconstituição de um caso real, ocorrido no Estado Novo em 1937, na cidade de Araguari (MG). Tudo começa quando um homem foge, levando todo o dinheiro de uma safra de arroz. Os irmãos Joaquim (Raul Cortez) e Sebastião Naves (Juca de Oliveira), sócios do fugitivo, denunciam o caso à polícia. De acusadores eles passam a réus, sob a acusação de terem matado o desaparecido, por obra e graça do tenente de polícia (Anselmo Duarte) que dirige a investigação. Presos e torturados, os Naves são obrigados a confessarem o crime que não cometeram. – 20/09 – SEXTA-FEIRA Dalva, cabeleireira no bairro da Mooca, em São Paulo, vence um concurso e ganha uma passagem para Miami, e vê sua chance de mudar de vida e sair do cotidiano opressivo que leva ao lado do metalúrgico Vítor. Enquanto arruma as malas para viajar no dia seguinte, pensa em como contar a separação ao violento marido — então ele chega. Agreste (15’, 2018, cor) O mar bravo inunda os corações. – 21/09 – SÁBADO Caleidoscópio do cotidiano através de uma série de estereótipos urbanos que aguardam algo de inusitado que está para acontecer às 6 horas da tarde. Eterna Esperança: sem pressa e sem pausa, como as estelas (30’, 1971, cor) | Livre Segundo de três filmes da série Panorama do Cinema Paulista. Abrange o período de 1934 a 1939, quando tentou-se construir em São Paulo um estúdio de cinema denominado Cia Americana de Cinema. Imagens do antigo estúdio, da inauguração do estádio do Pacaembu pelo presidente Getúlio Vargas e de alguns documentários jornalísticos realizados pelo Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP). 18h – Filmefobia (84’, 2008, cor) | 16 anos Jean-Claude é o diretor de um documentário que explora os limites psicológicos das pessoas, colocando-as diante de suas fobias. – 22/09 – DOMINGO A personalidade inquieta e múltipla do crítico de cinema, escritor, professor da USP, roteirista e realizador Jean-Claude Bernardet, e sua atuação decisiva na sociedade brasileira, são tema desse documentário. A Última Valsa (6’, 2024, p/b) | Livre Um filme em preto e branco. 16h30 – Pingo d’água (80’, 2014, p/b) | 16 anos Um país, três cidades completamente diferentes. Pessoas se deslocam buscando uma mudança não apenas territorial, mas também – e principalmente – interior. Viajando aproximam-se de si mesmos, imersos em um universo de visual poético como a vida. |
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SERVIÇO MOSTRA “BERNARDET E O CINEMA” Local: Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo Entrada acessível: Pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida e outras pessoas que necessitem da rampa de acesso podem utilizar a porta lateral localizada à esquerda da entrada principal. Funcionamento CCBB: Aberto todos os dias, das 9h às 20h, exceto às terças Transporte público: O CCBB fica a 5 minutos da estação São Bento do Metrô. Pesquise linhas de ônibus com embarque e desembarque nas Ruas Líbero Badaró e Boa Vista. Táxi ou Aplicativo: Desembarque na Praça do Patriarca e siga a pé pela R. da Quitanda até o CCBB (200 m). Van: Ida e volta gratuita, saindo da Rua da Consolação, 228. No trajeto de volta, há também uma parada no metrô República. Das 12h às 21h. |
Sobre Jean-Claude Bernardet Jean-Claude Bernardet é nome fundamental do cinema brasileiro. Nascido na Bélgica, de família francesa, viveu em Paris até 1948. Aos 13 anos, em 1949, chega ao Brasil e fixa-se em São Paulo, onde passa a frequentar a Cinemateca Brasileira e onde conhece o crítico e professor Paulo Emílio Salles Gomes. Na década de 1950, começa a escrever para o “Suplemento Literário” do jornal O Estado de Paulo. Colabora também em outros jornais e revistas. Em 1965, já naturalizado brasileiro, começa a lecionar no curso de Cinema da Universidade de Brasília, a convite de Paulo Emílio Salles Gomes, onde permanece até 1968, ano em que 80% dos professores da universidade deixam o quadro docente em resposta à repressão da ditadura militar. Transfere-se para a Universidade de São Paulo (USP) e é cassado pelo AI-5 (Ato Institucional nº 5), de dezembro de 1968, sendo proibido de lecionar em universidades públicas. Até 1979, dá cursos de cinema no Instituto Goethe. Jean-Claude retorna ao quadro da Escola de Comunicações e Artes da USP em 1980, onde permanece até se aposentar, em 2004, como professor emérito. É autor de uma vasta obra, com 25 livros publicados, muitos deles referenciais para o estudo, a pesquisa e a reflexão sobre cinema, além de ficções. São dele títulos como Brasil em tempo de cinema (1967), Trajetória crítica (1978), O que é cinema (1980), Piranha no mar de rosas (1982), Cineastas e imagens do povo (1985 e 2004), Aquele rapaz (ficção e memória, 1990), Voo dos anjos: estudo sobre o processo de criação na obra de Bressane e Sganzerla (1990), O autor no cinema (1994), Historiografia clássica do cinema brasileiro (1995), A doença, uma experiência (ficção, 1996) e Caminhos de Kiarostami (2004). Divide a autoria de obras com nomes como José Carlos Avellar, Miguel Borges, Maria Rita Galvão e Ismail Xavier, entre outros. Lançou ainda Guerra camponesa do Contestado (1979), uma obra de análise política e histórica. Em cinema, atuou como roteirista e corroteirista de aproximadamente uma dezena de filmes, com destaque para títulos como “O caso dos irmãos Naves” (1967), de Luiz Sergio Person;“Um céu de estrelas” (1996) e “Através da janela” (2000), de Tata Amaral; além de dirigir vários documentários. Bernardet também dedica-se à carreira de ator, tendo participado de mais de dez filmes, entre eles “Disseram que voltei americanizada” (1995), de Vitor Angelo, e “Disaster Movie” (1979), de Wilson de Barros. |
Sobre o CCBB São Paulo O Centro Cultural Banco do Brasil em São Paulo iniciou suas atividades há mais de 20 anos e foi criado com o objetivo de formar novas plateias, democratizar o acesso e contribuir para a promoção, divulgação e incentivo da cultura. A instalação e manutenção de nosso espaço em um prédio, em pleno centro da capital paulista, reflete também a preocupação com a revitalização da área, que abriga um inestimável patrimônio histórico e arquitetônico, fundamental para a preservação da memória da cidade. Temos como premissa ampliar a conexão dos brasileiros com a cultura, em suas diferentes formas. Essa conexão se estabelece mais genuinamente quando há desejo de conhecer, compreender, pertencer, interagir e compartilhar. Temos consciência de que o apoio à cultura contribui para consolidar sua relevância para a sociedade e seu poder de transformação das pessoas. Acreditamos que a arte dialoga com a sustentabilidade, uma vez que toca o indivíduo e impacta o coletivo, olha para o passado e faz pensar o futuro. Com uma programação regular e acessível a todos os públicos, que contempla as mais diversas manifestações artísticas e um prédio, que por si só já é uma viagem na história e arquitetura, o CCBB SP é uma referência cultural para os paulistanos e turistas da maior cidade do Brasil. |