Ícone do site Dica de Teatro

Música do Brasil é destaque entre os filmes do 15º Festival de Cinema Brasileiro na Rússia

Moscou, São Petersburgo, Nizhny Novgorod e Kaliningrado exibem de 7 de novembro a 1º de dezembro 8 longas-metragens brasileiros; artista plástico Antonio Peticov cedeu sua obra “Cristo Redentor” para o cartaz da edição comemorativa

O tradicional Festival de Cinema Brasileiro na Rússia chega este ano à sua 15ª edição nas cidades de São Petersburgo (7 a 10 de novembro), Nizhny Novgorod (14 a 17 de novembro) Moscou (22 a 26 de novembro) e Kaliningrado (29 de novembro a 1º de dezembro). É a primeira vez que o festival será realizado em 4 cidades. Ao longo dos anos, o festival se consolidou como um dos principais eventos ligados à cultura brasileira na Rússia e um dos mais longevos festivais de cinema brasileiro no exterior.

Neste ano, são 8 longas-metragens selecionados entre comédias, dramas, romances e biografias. Idealizado e produzido pela Linhas Produções Culturais com o apoio da Embaixada do Brasil em Moscou, o festival já levou para as salas de cinema na Rússia mais de 50 mil pessoas ao longo dos anos e já faz parte da agenda cultural das cidades onde é realizado.

Um dos destaques desta 15ª edição é o cartaz do festival, feito a partir de uma obra cedida pelo artista plástico brasileiro Antonio Peticov, denominada “Cristo redentor”. Ele recebeu o convite da organizadora e curadora do festival, Fernanda Bulhões, diretora da Linhas Produções Culturais. “Não há imagem que represente melhor o Brasil que o Cristo Redentor! E em um período que vivi fora do Brasil, na Itália, pensei em retratar numa pintura toda a vibração, a energia e a exuberância do Rio de Janeiro”, conta.

PROGRAMAÇÃO

Entre os longas-metragens, três são inspirados na Música Popular Brasileira, do samba tradicional ao forró e ao funk melody, ritmo que explodiu no país no final dos anos 90. Um dos destaques é Nosso Sonho, do diretor Eduardo Albergaria, que traz a história de sucesso da dupla Claudinho e Buchecha, que eclodiu no país nos anos 90 e se tornou em pouco tempo um dos maiores sucessos da música brasileira.

Outro filme inspirado na música brasileira é o longa Saudosa Maloca, do diretor Pedro Serrano. A obra é inspirada nas letras do cantor e compositor brasileiro Adoniran Barbosa (1910-1982). Neste ano, pela primeira vez em suas 15 edições, a organização do festival decidiu reexibir um dos filmes de maior sucesso em todos os festivais já realizados na Rússia: Gonzaga, de Pai para Filho.

Dirigido por um dos maiores biógrafos do cinema brasileiro (Breno Silveira, morto aos 58 anos em 2022), o longa conta a vida de um dos ícones da música brasileira, Luiz Gonzaga, e sua relação conturbada com o filho Gonzaguinha Gonzaga, de Pai para Filho venceu o Festival de Cinema Brasileiro em Moscou em 2013 pela opinião do público.

Outro destaque é a comédia romântica Apaixonada, de Natália Warth, que tem como protagonista uma atriz muito conhecida dos russos por interpretar a personagem Jade na novela O Clone: Giovanna Antonelli. No filme, ela interpreta Bia, uma mulher de 40 anos e que percebe que seu casamento de 22 anos está prestes a acabar.

O festival também traz Pérola, que tem como diretor o também ator Murilo Benício. O filme é baseado na obra homônima do escritor brasileiro Mauro Rasi. Conta a história de uma mãe pelo olhar de seu filho. Logo após saber da morte da mãe, Mauro volta para a sua antiga casa no interior de São Paulo. A partir desse caminho de volta, ele revive momentos passados de sua família: manias da sua mãe, suas ilusões, seu senso de humor, sua espirituosidade e seu desejo de querer controlar todas as coisas.

Completam os filmes do festival a comédia Minha Irmã e Eu, de Susana Garcia, sobre duas irmãs que vivem brigando, mas precisam se unir quando a mãe delas desaparece; o drama De Pai para Filho, de Paulo Ham, sobre um filho que precisa deixar sua pequena cidade do interior para ir ao Rio de Janeiro quando fica sabendo da morte do pai; e A Viagem de Pedro, de Laís Bodanzky, drama que trata da travessia do Atlântico em 1831 pelo ex-imperador do Brasil Pedro, na volta a Portugal. Na viagem, ele busca forças físicas e emocionais para enfrentar seu irmão. Pedro se vê doente e inseguro e entra na embarcação em busca de um lugar e uma pátria. Mas acima de tudo em busca de si mesmo.

Para o embaixador do Brasil em Moscou, Rodrigo Baena Soares, a consolidação do Festival de Cinema Brasileiro vai ao encontro do imenso apreço que o público russo tem pela cultura brasileira.  “A diversidade de nossa produção cultural cinematográfica aproxima ainda mais os russos de nosso país, seja pela paixão pela música, refletida em vários filmes, mas também pela oportunidade de conhecer melhor nossa cultura, nossas cidades e nossas artes. E também para rever artistas brasileiros que fizeram um imenso sucesso aqui na Rússia em telenovelas que marcaram época”, ressalta.

Para Fernanda Bulhões, diretora da Linhas Produções Culturais, a riqueza da produção cultural cinematográfica brasileira é a razão maior do reconhecimento pelo público russo. “São 15 edições do festival na Rússia desde 2008, onde já exibimos cerca de 200 filmes dos mais diversos gêneros, todos contemporâneos e muitos dos quais premiados em alguns dos principais festivais do mundo. Um festival de cinema é mais que uma simples janela para o audiovisual; é uma ponte cultural que conecta histórias, sonhos e realidades. Ao longo de todos esses anos, o festival se tornou um elo vital entre Brasil e Rússia, revelando não apenas filmes, mas fragmentos da nossa alma: nossa música, nossa língua, nosso jeito de viver. Nossos melhores atores, diretores, roteiristas e toda a cadeia do cinema brasileiro. O cinema transcende fronteiras e cada exibição não representa apenas um reflexo do Brasil, mas também o afeto mútuo que une nossos países. Nosso laço com o público russo também se fortaleceu a cada sorriso e lágrimas, a cada emoção que só o cinema pode proporcionar”, afirma. 

https://www.instagram.com/cinefestbrazil


Sair da versão mobile