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MARTA SOARES estreia a versão trio da obra Bondages de 15 a 20 de novembro com três bailarinas/intérpretes

O projeto Feminino Informe acontece na Cúpula do Theatro Municipal de São Paulo.

Marta Soares dirige a instalação coreográfica com as intérpretes
Flávia Scheye, Manoella Brunelli e Maria Basulto

 

Fotos de João Caldas

 

Referência no cenário da dança, com trabalhos apresentados em festivais nacionais e internacionais, a bailarina, performer e coreógrafa, Marta Soares apresenta sua nova obra. A versão trio da instalação coreográfica Bondages estreia dia 15 de novembro, às 20h, na Cúpula do Theatro Municipal de São Paulo. A mini temporada vai até 20 de novembro. A nova criação é a terceira obra a ser apresentada do projeto de circulação e criação Feminino Informe, iniciado com Les Poupées (Prêmio APCA 1996, 15 a 20 de setembro) e Bondages em versão solo (Prêmio Denilto Gomes 2017 (4 a 9 de outubro), ambos com seis apresentações cada. A proposta é dar continuidade e aprofundamento à trajetória de pesquisa e desenvolvimento da linguagem artística que a artista vem realizando desde 1995. A programação tem o apoio do 35º Programa de Fomento a Dança, que consiste na manutenção do seu núcleo artístico com a circulação de espetáculos, em 24 apresentações com ingressos gratuitos ou preços populares.

 

No oitavo pavimento do edifício centenário fica o salão circular, com 12,5 m de altura entre o tablado e o ponto mais alto do telhado. É lá que as bailarinas Flávia Scheye, Manoella Brunelli e Maria Basulto estarão. Prêmio APCA 2004, O Banho encerra o projeto da artista com seis apresentações no Sesc Ipiranga entre os dias 22 de novembro e 01 de dezembro. Núcleo que atua na cidade de São Paulo desde 1995, Marta Soares e Cia vem realizando pesquisa de vanguarda em dança. Seu objeto de investigação são as possibilidades de interseções entre a dança, as artes visuais, a arte performática e a música com frequência no formato imersivo “instalação coreográfica”.

 

Sobre as obras

Essas obras abordam questões relacionadas ao feminino a partir, entre outros, do conceito “inconsciente físico” desenvolvido pelo fotógrafo surrealista alemão Hans Bellmer. O qual, de uma maneira breve, seriam os caminhos que os desejos inconscientes percorrem pelo corpo. Bellmer procurava incessantemente em suas fotografias, ao virar o corpo ao avesso para expor os mecanismos dos desejos humanos, revelar a relação entre o dentro e o fora do mesmo. Como também, a partir do conceito “informe” segundo o sociólogo francês Georges Bataille ao transgredir a lógica formal da distinção de oposições categóricas do corpo como dentro/fora, figura/fundo, homem/mulher, morto/vivo e animado/inanimado para refletir sobre a condição do sujeito na contemporaneidade. As questões relacionadas ao feminino são abordadas na obra da Marta Soares e Cia. a partir da fricção e do embate entre as esferas micro e macro políticas. As quais são investigadas a partir das suas vivências como mulher, brasileira, artista da dança e, meia idade, ou seja, através de conteúdos históricos e biográficos atualizados ao momento presente.

 

Sobre o espetáculo

“Bondages” (versão trio) – Nova Criação

O espetáculo “Bondages” versão grupo será um desdobramento no formato trio do espetáculo “Bondages” versão solo. E, como este último também terá como ponto de partida a série fotográfica “Amarrações”, desenvolvida pelo fotógrafo surrealista alemão Hans Bellmer nos anos 50. A qual teve como objetivo submeter o corpo feminino a uma experimentação direta. Nela Bellmer amarrou o corpo nu da sua parceira Unica Zurn e fotografou as várias dobras que se formaram de diferentes pontos de vista. O seu objetivo principal foi a remodelação do corpo, operação que ele já havia realizado nos seus desenhos de Única mais de dez anos antes. Na cena, em cima de mesas de madeira, as performers explorarão amarrações com um fio de nylon nos seus próprios corpos. Cada movimento gerará uma nova pose propondo uma reencenação do ato fotográfico que Bellmer realizou no corpo de Única Zurn, mas também, uma desfetichização desse ato, ao, como mulheres, amarrarem-se a si mesmas. O desenho de luz será criado por Aline Santini e o desenho de som por Lívio Tragtenberg.

 

Ficha Técnica “Bondages” (versão trio)

Concepção e Direção – Marta Soares. Intérpretes – Flávia Scheye, Manoella Brunelli e Maria Basulto. Acompanhamento Dramatúrgico – Clayton Santos Guimarães. Desenho de Luz – Aline Santini. Desenho de Som – Lívio Tragtenberg. Espaço Cenográfico Marta Soares.

Realização Objetos Cenográficos Rafael Boese Produção – CAIS Produção Cultural. José Renato F. de Almeida e Beto de Faria. Duração: cerca de 60 minutos Classificação: a definir junto ao Teatro Municipal, contém nudez. Assessoria de Imprensa – M. Fernanda Teixeira e Macida Joachim/ Arteplural. Realizado com o apoio do Programa Municipal de Fomento a Dança para a Cidade de São Paulo

 

Sobre Marta Soares

Marta Soares é dançarina, performer e coreógrafa. Completou o One Year Course no Laban Centre for Movement and Dance em Londres. Em Nova Iorque completou o Bacharelado em Artes (BA) na State University of New York (SUNY), o Certificado em Análise de Movimento Laban (CMA) no Laban/Bartenieff Institute of Movement Studies (LIMS). Estudou e trabalhou com a diretora e dramaturga Lee Nagrin (fundadora do grupo “The House” dirigido por Meredith Monk e ganhadora do Prêmio OBIE em dramaturgia) como também nas escolas Movement Research , Susan Klein , Alwin Nickolais entre outras. Recebeu a Bolsa para artistas da Fundação Japão através da qual estudou dança butô com Kazuo Ohno em Tóquio, Bolsa para Pesquisa e Criação Artística da John Simon Guggenheim Foundation. E, foi Artista em Foco na Mostra Internacional de Teatro (MIT) em 2019.

 

No Brasil criou entre outros o solo “Les Poupées” (Prêmio APCA 1997); o trabalho em grupo “Formless”; o solo “O Homem de Jasmim” (Prêmio APCA 2000); a instalação coreográfica “O Banho” (Prêmio APCA 2004), o trabalho em grupo “Um corpo que não agüenta mais”; a instalação coreográfica “Vestígios” (indicada ao Prêmio da Revista BRAVO! e ganhadora do Prêmio APCA 2010), o trabalho site específico “Deslocamentos”, o solo “Bondages” (indicado ao Prêmio da Revista Bravo! e ganhador do Prêmio Denilto Gomes 2017). Os seus trabalhos foram apresentados em festivais internacionais entre os quais destacam-se: Festival Temps d’Images na França; Festival Queer Zagreb na Croácia; Festival Europália na Bélgica; Festival In Transit na Alemanha; Festival Proximamente na Bélgica e Festival Dias de Dança em Portugal. E, em festivais nacionais como Fórum Internacional de Dança de Belo Horizonte (FID), Festival Panorama Rio Arte de Dança, Festival Porto Alegre Em Cena, Festival Internacional de Dança de Recife, Bienal Internacional de Dança do Ceará, Festival de Dança de Joinville, Bienais de Dança dos SESC em Santos e Campinas.

 

Marta Soares é mestre em Comunicação e Semiótica e doutora em Psicologia Clínica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

 

Fotos Bondages – versão trio – Link

Crédito – João Caldas

 

Para roteiro

Projeto FEMININO INFORME

Local: Cúpula do TMSP – THEATRO MUNICIPAL DE SÃO PAULO. Praça Ramos de Azevedo, s/n.

Bondages Trio – de 15 a 20/11/2024 (recomendado para maiores de 16 anos).

Dias 15 (sexta), 16 (sábado), 18 (segunda), 19 (terça) e 20 (quarta) às 20h |

Dia 17, domingo, às 19h .

Ingressos: R$ 33,00 (inteira) / R$16,50 (meia-entrada). Duração: 40 minutos.

Capacidade – 150 pessoas.


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