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Livro PISTAS FALSAS vence o Prêmio Academia Mineira de Letras 2024

Comissão formada por acadêmicos da instituição, selecionou a obra do jornalista e escritor são-joanense José Eduardo Gonçalves, editada por Eduardo Lacerda (Editora Patuá). A premiação destaca o trabalho de autores mineiros e editoras, com obras publicadas no ano de 2023.

 

O livro de contos Pistas Falsas do escritor mineiro José Eduardo Gonçalves, com edição de Eduardo Lacerda (Editora Patuá), é o vencedor da 2ª edição do Prêmio Academia Mineira de Letras. A premiação, criada no ano passado, destaca o trabalho de autores mineiros e editoras, com obras publicadas no ano de 2023.  

 

Para José Eduardo Gonçalves, o prêmio veio como uma surpresa: “Cada livro é como um filho que parte para o mundo, em busca de seus leitores. Que este honroso prêmio da AML, que recebo com espanto e alegria, possa abrir pistas novas em direção àqueles que realmente justificam o trabalho obsessivo, apaixonado e quase selvagem da escrita à qual me dedico  – os leitores  de ontem, hoje e sempre, cúmplices deste amor à literatura”, comenta o jornalista, escritor e editor, José Eduardo Gonçalves, autor também de Cartas do Paraíso (Mazza, 1998), Vertigem (Record, 2003) e A cidade das memórias flutuantes (Conceito, 2005), com premiação, em 2015, de melhor livro teórico do ano pela FNLIJ-Fundação Nacional do Livro Infanto-Juvenil.

 

O editor Eduardo Lacerda – poeta, produtor cultural e editor, que à frente da Patuá já publicou quase 3000 títulos, alguns semifinalistas, finalistas e vencedores em prêmios como Jabuti, Biblioteca Nacional, Oceanos, Casa de Las Américas, Guavira, e agora, Academia Mineira de Letras – comenta: “Estamos muito felizes com o prêmio e o reconhecimento, esperamos que traga ao autor o que todos os escritores e escritoras esperam, que são leitores, leitoras e a leitura. Pistas Falsas é realmente muito especial”.

 

Participaram da comissão julgadora do Prêmio Academia Mineira de Letras 2024, os acadêmicos J. D. Vital (presidente), Carlos Herculano Lopes, Humberto Werneck, Luís Giffoni e Maria Ester Maciel. “Em ‘Pistas falsas’, José Eduardo Gonçalves revaloriza, com destreza e inventividade, a arte mineira do conto. As histórias, centradas em situações inesperadas e, por vezes insólitas, enfocam a vida cotidiana, as relações amorosas e familiares, as experiências da infância, os animais. Tudo com muita habilidade narrativa, sensibilidade e um certo humor inquietante”, comenta a acadêmica Maria Ester Maciel. Para o jornalista e acadêmico J. D. Vital, a obra traz contos curtos e saborosos, reafirmando “a vocação do escritor mineiro para o gênero literário que lhe deu fama. É a ressurreição do contista mineiro”, afirma.

 

Sobre Pistas Falsas

 

Em “Pistas Falsas”, situações inesperadas e imprevistas são a principal matéria-prima da obra premiada, que traz 59 contos com narrativas variadas sobre um cotidiano mais prosaico, as relações familiares, a infância, os conflitos amorosos, a vida dos animais, em que o fracasso pode estar sempre à espreita. Caracterizada por narrativa curta, textos envolventes que descrevem um enredo completo em apenas duas linhas, destaca a destreza do autor na intimidade com o verbo e sua forma de contar histórias. “Minhas maiores referências literárias sempre foram os contistas”, reconhece Gonçalves, elencando nomes como Julio Cortázar, Raymond Carver, John Cheever, Otto Lara Resende, Lygia Fagundes Telles, Juan Rulfo, Dalton Trevisan, Katherine Mansfield e Kafka, este o seu favorito.

 

Para o editor Eduardo Lacerda, “ ‘Pistas Falsas’ traz aos leitores um livro conciso. Cada palavra, cada frase, de cada conto são trabalhados pelo autor em um equilíbrio exato entre o rigor com linguagem e ao mesmo tempo a beleza e a leveza de uma história bem contada, para o prazer da leitura, assim como a possibilidade de múltiplas interpretações pelos leitores, como toda boa literatura”, diz.

 

Para o premiado escritor Milton Hatoum, que assina a 4ª capa do livro, “os textos de ‘Pistas falsas’ podem ser lidos como contos ou crônicas, mas o gênero literário não vem ao caso. O que nesses textos fascina o leitor é a densidade das relações humanas, narradas com brevidade, precisão e, quase sempre, com assombro, surpresa e (auto)ironia. ‘A vingança do escritor é inventar a vida dos outros’. Essa frase lapidar parece definir a excelente prosa de ficção de José Eduardo Gonçalves”, diz.

 

Sobre o Prêmio Academia Mineira de Letras

 

O valor total do prêmio é de R$100 mil, sendo R$60 mil destinados ao autor e R$40 mil à editora. “O Prêmio Academia Mineira de Letras pretende somar-se aos já existentes em Minas e no país. A Academia entende ser importante valorizar os autores daqui, até por ser uma instituição que atua no âmbito do Estado. Isso implica o reconhecimento da qualidade da produção literária e ensaística mineira, pois não se trata de um prêmio estritamente literário, mas abrange qualquer tipo de obra publicada”, comenta o presidente da AML, Jacyntho Lins Brandão.

 

Outro diferencial é que o prêmio também será concedido à editora. “Uma diferença destacável em relação a outros prêmios, inclusive nacionais. Não há exigência de que a editora seja mineira, apenas não é a editora que puxa a premiação, mas o autor, podendo o livro ter sido publicado por editora de qualquer lugar”, pontua o presidente.


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