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LAILA GARIN ESTREIA A COMÉDIA ‘MÚSICAS QUE FIZ EM SEU NOME’, COM DIREÇÃO DE GUSTAVO BARCHILON ABRE MAIS APRESENTAÇÕES

Musical chega ao Rio de Janeiro, em 11 de março, no Teatro do Copacabana Palace, e agora terá 8 sessões: 11, 12, 19, 21, 25 e 27 de março e 01 e 02 de abril

Podemos apagar o passado? Remover nossas cicatrizes, nossos defeitos? é possível excluir apenas as memórias ruins para recomeçar uma vida livre de sofrimento e alcançar a utópica perfeição? Leide Milene, interpretada por Laila Garin na comédia ‘Músicas que fiz em seu nome’, acredita que sim. Prestes a casar, a personagem decide se submeter ao Miracle Former, um procedimento revolucionário que promete apagar lembranças dolorosas antes de seu casamento. Ela acredita que se tornaria uma nova mulher, livre das angústias pregressas. Reescrever a história não seria transformá-la em uma farsa? até que ponto nossas experiências e cicatrizes nos definem? Será possível recomeçar sem carregar o que nos moldou? Essas questões são tratadas com muito bom humor no musical que estreia em 11 de março, no Rio de Janeiro, no Teatro do Copacabana Palace, com direção de Gustavo Barchilon. O espetáculo abre novas apresentações e terá sessões até dia 02 de abril. O texto tem autoria de Laila Garin em parceria com Tauã Delmiro, direção musical de Tony Lucchesi, com consultoria de conteúdo e colaboração de roteiro da poeta, psicanalista e filósofa Viviane Mosé.
‘Músicas que fiz em seu nome’ foi criado a partir de uma fala de Viviane Mosé: “Na tentativa de não sofrer terminamos optando por não sentir. Plastificamos nossa pele. Embalsamamos nossos afetos. (…) Sentir muito e cada vez mais, aprender a lidar com os excessos, os desequilíbrios e as contradições é a condição para um ser mais amplo e para uma vida mais ética e sustentável”.
Tendo esse ponto de partida, os autores construíram uma comédia despudorada, brincando com todos esses anseios e dúvidas do ser humano. A peça combina uma narrativa envolvente com músicas já conhecidas pelo público, conduzindo os espectadores por um intenso turbilhão de emoções. O espetáculo convida o público a uma imersão profunda nas memórias, na identidade e nos desafios impostos pelas expectativas sociais.
“Nossas lembranças formam a base da nossa personalidade, influenciam nossas escolhas e determinam como nos relacionamos com o mundo. A memória nos conecta ao passado, permitindo que aprendamos com os erros, celebremos conquistas e criemos narrativas sobre nossa própria história”, afirma Barchilon. Laila acrescenta: “somos nossas memórias, para o bem e para o mal. Acho que nossa identidade está diretamente ligada a elas. Digo para o bem e para o mal porque lutamos para estarmos no presente e não termos reações automáticas, frutos de hábitos e aprendizados da primeira infância. Ao mesmo tempo, como diz Sotigui – griot que trabalhava com Peter Brook-, “para saber para onde ir a gente deve olhar para de onde viemos””.

Mais do que um espetáculo, ‘Músicas que fiz em seu nome’ é um convite à reflexão sobre os limites entre o bem e o mal, a dor e a alegria, a liberdade e o controle social. Em uma sociedade que busca anestesiar o sofrimento, acabamos também por silenciar nossas emoções mais genuínas. Na tentativa de não sentir a dor, nos tornamos cada vez mais distantes de nós mesmos – plásticos, embalados, autômatos. “A gente não quer mais dar o tempo de sentir as coisas. Não tem mais espaço para as contradições. A gente quer se corrigir e atingir resultados. Como diz um amigo ator maravilhoso de São Paulo, e não só ele, mas a própria Viviane e muitos estudiosos: o capitalismo entrou até nas nossas relações afetivas e mais, até mesmo no nosso diálogo consigo mesmo”, pondera Laila.
O roteiro
O repertório do espetáculo passeia por grandes canções brasileiras, que ajudam a costurar a história de Leide Milene. Tauã Delmiro explica que “o roteiro é bastante eclético e inspirado pela rica diversidade da música brasileira, tornando-se um catálogo de emoções, refletindo a herança poética das canções do Brasil”. São 18 canções que abrangem gêneros como baladas, boleros, sertanejo, bossa nova, entre outros.
Laila também selecionou músicas que ama cantar e geram identificação imediata. A atriz almeja repetir uma comunhão com o público que experimentou no primeiro espetáculo que fez quando chegou ao Rio, ‘Eu te amo mesmo assim’, de Jo Abdu, João Falcão e João Sanches.
Além de ser a protagonista, Laila faz sua estreia como autora. Ela e Tauã estiveram juntos no musical ‘Alguma Coisa Podre’, com direção de Gustavo Barchilon, que deu a ideia da parceria para a gestação desse espetáculo. “Gustavo tem um ótimo feeling de juntar pessoas para criar e o Tauã, além de diretor e roteirista, é um super ator de comédia. Preciso muito deles para entrar na linguagem cômica”, explica Laila, que já fez roteiros de seus shows com o trio ‘A Roda’ e sempre participou ativamente da concepção e escolha de equipe criativa nos trabalhos que realizou com a Sarau Produções, como ‘A hora da estrela’ e ‘Gota D´água a Seco’.
Tony Lucchesi assina a direção musical. “Nós já havíamos trabalhado com o Tony, mas sempre em apresentações pontuais, pela primeira vez estamos tendo um tempo para criamos juntos, experimentarmos. E estou muito feliz em conhecê-lo mais de perto. Ele é muito sagaz, muito criativo”, elogia Laila.
O reencontro de Gustavo e Laila
Gustavo Barchilon e Laila Garin trabalharam pela primeira vez em ‘Alguma Coisa Podre’ e ficou um gosto de quero mais. Gustavo não esconde a alegria desse reencontro: “ela é uma comediante nata. Sua profundidade emocional e entrega trazem camadas mais ricas para a cena, tornando-a mais autêntica e envolvente. A chave para o riso está na sinceridade com que as situações são vividas pelos personagens, e a Laila domina essa arte com maestria. Seu forte controle da construção emocional e da escuta em cena permite que explore o humor de forma natural, sem cair na superficialidade ou na busca forçada pelo riso”.

Laila também exata a alegria de reeditar a parceria com o diretor. “Eu me encantei com ele no musical que fizemos. A minha sensação é de que ele ri de situações nas quais eu me desespero e isto me tira do meu lugar conhecido e confortável. Temos loucuras diferentes e eu amo a diversidade, nosso pai comum é o teatro. Acho nossa parceria nada óbvia, como minha parceria super recente com Tauã e com o Tony e ainda com a Viviane Mosé. Esta mistura não é nada óbvia! E isto me excita! Espero que o público se empolgue, pois é para ele que estamos trabalhando”, vibra a atriz.
‘Músicas que Fiz em Seu Nome’ tem uma ficha técnica de primeira: iluminação de Maneco Quinderé, design de som de André Breda, cenário de Natália Lana e figurino de Fábio Namatame, e com realização da Barho Produções. No palco, Laila estará acompanhada por Tony Lucchesi (Piano / Regência), Léo Bandeira (bateria), Thais Ferreira (Violoncelo) e Jhony Maia (Guitarra e violão).
Com uma fusão única entre música e dramaturgia, o espetáculo promete emocionar e provocar, reafirmando o poder das memórias e dos sentimentos na construção de quem somos.
SERVIÇO:
Onde?
Teatro COPACABANA PALACE
Av. Nossa Sra. de Copacabana, 261 – Rio de Janeiro / RJ
CEP: 22020-002
Quando?
11/03, 12/03, 19/03, 21/03, 25/03, 27/03, 01/04 e 02/04
Horários: às 19h30
Valores: Ingressos a partir de R$ 25,00 (meia entrada)
Plateia VIP: R$ 160,00 (inteira) / R$ 80,00 (meia)
Plateia: R$ 120,00 (inteira) / R$ 60,00 (meia)
Balcão (Preço Popular): R$ 50,00 (inteira) / R$ 25,00 (meia)
Compras via internet:
www.sympla.com.br
Vendas na bilheteria do Teatro:
2 horas antes de cada sessão
Duração: 70 minutos
Classificação etária: livre


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