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Grupo Rosas Periféricas comemora 15 anos com bate-papo sobre teatro periférico no Sesc Itaquera

O grupo foi indicado ao Prêmio Shell de Teatro 2023, na categoria Energia que Vem da Gente.

Foto de Andressa Santos

 

Fundado em maio de 2009, na zona Leste de São Paulo, o Grupo Rosas Periféricas está comemorando 15 anos de trajetória. No dia 26 de outubro, domingo, o grupo encerra programação no Sesc Itaquera com o bate-papo Teatro Periférico na Zona Leste com participação do grupo O Buraco d’Oráculo e do Núcleo Teatral Coletiva Filhas da Dita. O evento é gratuito e ocorre na Área de Convivência da unidade, às 13h30. Os coletivos convidados – também oriundos da Zona Leste – cruzaram a trajetória do Rosas Periféricas e foram parceiros(as) na linguagem teatral da periferia. O encontro busca elucidar seus trabalhos, suas produções e suas lutas por visibilidade.

 

Não poderíamos imaginar que nosso teatro sobreviveria por tanto tempo, com tantas conquistas e transformações em nossa comunidade pela linguagem teatral. A importância dessa temporada no Sesc Itaquera passa por colocar nosso trabalho em evidência, por ocupar esse importante espaço e consolidar parte da história do teatro que prolifera na periferia, no nosso caso, na Zona Leste paulistana”, declaram uníssonos os integrantes do grupo.

 

Grupo Rosas Periféricas – Atuante na Zona Leste, o grupo iniciou suas pesquisas teatrais em 2008, consolidando-se como um grupo no ano seguinte. São artistas e educadores(as) que investigam linguagens cênicas ancoradas em processos de criação em equipe. Os temas vêm do que ronda as periferias onde vivem: a desigualdade social, o machismo, a feira livre e o tênis pendurado no fio elétrico. Com sede no Parque São Rafael, em seu repertório constam os espetáculos: Vênus de Aluguel (2009), com temporada no Teatro X; A Mais Forte (2010); performance Fêmea (2012); Rádio Popular da Criança (2013); Narrativas Submersas (2014); Lembranças do Quase Agora (2015); Labirinto Selvático (2016); e Ladeira das Crianças – TeatroFunk (2019). Desde 2018, realiza o Sarau da Antiga 28 no último sábado do mês, em sua sede. Por várias vezes o Rosas Periféricas foi contemplado em editais de cultura da cidade e do estado de São Paulo. Sua trajetória inclui apresentações em unidades do Sesc São Paulo, Casas de Cultura, Fábricas de Cultura, praças e ruas; participação no Festival Internacional de Teatro de Setúbal – Portugal; e participação na Ocupação Decolonialidade: Poéticas da Resistência, no Teatro de Arena Eugênio Kusnet. Rrealizou o projeto Rosas Faz 10 Anos – Memórias de Um Teatro Maloqueiro (2020-2023), que incluiu livro biográfico assinado por Akins Kinté e documentário feito pelo Lado Sujo da Frequência. Em 2023, o Rosas Periféricas foi indicado ao Prêmio Shell de Teatro na categoria Energia que Vem da Gente, pelo conjunto da obra de 15 anos de teatro nas periferias.

 

O Buraco d’Oráculo – O grupo nasceu, em 1998, com o intuito de fazer um teatro que discutisse o homem urbano contemporâneo e os seus problemas. Desde o início, optou pelo teatro de rua, pois foi à maneira mais efetiva que encontraram para compartilhar momentos de reflexão e afetividade por meio de sua arte. O trabalho do grupo é norteado por três pontos – um “tripé” – estéticos e éticos, fundamentais para a construção do grupo: a rua, como local para promover o encontro direto com o público, lembrando que o artista precisa ir aonde o povo está; a cultura popular, como fonte inspiradora de criação, pois nos reconhecendo nas manifestações, nos seus ritos que emanam do povo; e o riso e o cômico, pela sua forma de crítica social. E a Cenopoesia entra como um novo processo artístico que visa a possibilidade de mudança nas relações sociais. Desde a formação até o momento, o grupo produziu 11 espetáculos: A Guerra Santa – 1998; Amor de Donzela, Olho Nela! – 1999; Quem Pensa Que Muito Engana, Acaba Sendo Enganado – 2000; A Bela Adormecida – 2001; O Cuscuz Fedegoso – 2002/2013; A Farsa do Bom Enganador – 2006; Comi Cidade – 2008; Ser TÃO Ser – Narrativas da Outra Margem – 2009; Ópera do Trabalho – 2013; O Encantamento da Rabeca – 2016. Pelas Ordens do Rei Que Pede Socorro – 2018; e Kausos de Rizo – 2023.

 

Núcleo Teatral Filhas da Dita – Nascida da transmigração de mulheres-mães “expulsadas” para a região sudeste dessa terra chamada Brasil, Filhas da Dita é mais antiga do que se vê e pensa. Nas artes, em 2024, a coletiva completou 17 anos de trabalho e pesquisa teatral contínuas, envolvendo diversos projetos e ações artístico-culturais em seu território-ventre, o bairro Cidade Tiradentes. Atualmente, realiza pesquisa intensa acerca dos fundamentos do teatro do cotidiano, faz a gestão da Cooperativa de Artistas juntamente com outras artistas dissidentes da CT e desenvolve o projeto de educação em direitos humanos Muvuca no Teatro: LedAzeda na Cidade Tiradentes. Filhas da Dita conta sete espetáculos no repertório – LedAzeda (2023), o primeiro espetáculo musical para infâncias dirigido por uma artista travesti no Brasil; Canto das Ditas (2019), que integrou a Mostra de Teatro de Heliópolis, em 2022; O Sonho de Tatiana – Uma Poética Sobre Juventudes (2017); Coquetel Molotóv (2015); A Guerra (2013); El Quijote (2009) e Os Tronconenses (2008) – e três produções audiovisuais, a websérie Corpas (2022); a performance MOVA – Efeito Colateral (2022); e o documentário Cê Qué Mentir pra Preta Velha? (2020). Realizou também diversas intervenções artísticas e prestou serviços em arte-educação e fez consultoria para organizações como Secretaria Municipal de Cultura, Unicef, Itaú Social e ONG Serenas.

 

Serviço

 

Grupo Rosas Periféricas

Bate-papo: Teatro Periférico na Zona Leste

Com: Grupo Rosas Periféricas, O Buraco d’Oráculo e Núcleo Teatral Filhas da Dita

26 de outubro – Sábado, às 13h30

Gratuito – Não é necessário retirar ingressos.

Local: Área de Convivência

 

Sesc Itaquera

Av. Fernando do Espírito Santo Alves de Mattos, 1000 – Itaquera. São Paulo/SP.

Funcionamento: quarta a domingo e feriados, das 9h às 17h

Tel.: (11) 2523-9200 | www.sesc.sp.org.br/unidades/itaquera/ |Nas redes: @sescitaquera

Estacionamento: 1.060 vagas – Consulte preços no local.

Transporte público: Metrô Itaquera – 7200m / Terminal São Mateus – 5200m.

 

Sobre o Sesc Itaquera – A unidade está localizada em uma reserva ambiental, com mais de 350 mil m², na maior área de Mata Atlântica da Zona Leste de São Paulo. Faz parte da Área de Proteção Ambiental (APA) do Carmo, ao lado do Parque do Carmo. Inaugurado em 1992, o Sesc Itaquera se configura um dos maiores centros de cultura e lazer da Zona Leste.

 


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