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Espetáculo operístico faz reverência à voz e terá o sopranista Bruno de Sá no Theatro São Pedro

“Grão da Voz” propõe um mergulho na fisicalidade e emoção do canto, tendo como destaque uma das vozes mais relevantes da cena lírica mundial da atualidade, Bruno de Sá. Sob criação e direção cênica de Ligiana Costa e direção musical de André Dos Santos, o espetáculo é inédito e conta com participação da Orquestra e da Academia de Ópera do Theatro São Pedro, em apresentações nos dias 04, 06, 11 e 13 de outubro

 

Bruno de Sá. Crédito: Íris Zanetti

 

O Theatro São Pedro, equipamento cultural da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, gerido pela Santa Marcelina Cultura, irá apresentar, nos dias 04, 06, 11 e 13 de outubro, o espetáculo operístico Grão da Voz, tendo a presença do sopranista Bruno de Sá, da Orquestra e da Academia de Ópera do Theatro São Pedro.

 

Criada e dirigida cenicamente por Ligiana Costa, a montagem tem direção musical de André dos Santos e é uma colagem de árias, lieders, canções e grupos, que percorrem cinco séculos de música e são entoadas em cinco línguas. Essas peças, em parte rearranjadas pela compositora Juliana Ripke, se unem em um fio poético que atravessa o tempo, recriando a unidade que só a voz pode oferecer, como explica Ligiana Costa.

 

Grão da Voz faz reverência à voz, instrumento primevo da arte lírica. Aqui, para além do termo cunhado por Roland Barthes para referir-se ao ‘corpo na voz enquanto canta’, propomos um mergulho na fisicalidade e emoção do canto. É na voz de Bruno de Sá, para quem este espetáculo foi idealizado, que encontramos a encarnação desse ‘objeto-voz’, como sugere Michel Poizat”, diz.

 

Segundo ela, Grão da Voz propõe novas formas de pensar e realizar espetáculos operísticos, onde o repertório canônico encontra novas criações e onde a estética contemporânea se sobrepõe à tradição. “Neste espaço, cenários e figurinos históricos se misturam e homenageiam aqueles que, ao longo dos tempos, deram forma à ópera na cidade de São Paulo”.

 

Nesse sentido, o diretor de arte do espetáculo, Renato Bolelli, ressalta que por se tratar de uma colagem lírica que atravessa a dimensão da voz em vários momentos da história, em diferentes contextos e territorialidades, esses conceitos foram adotados na cenografia. Por isso, Grão da Voz conta com acervos de cenários, elementos, figurinos, objetos, adereços e mobiliário do Theatro São Pedro e do Theatro Municipal de São Paulo, visando aliar sustentabilidade e reutilização criativa de materiais, além de homenagear o trabalho passado de cenógrafos e figurinistas.

 

“Vamos ter esses jogos de tempos, linguagens, espacialidades e estéticas, e isso vai estar muito presente nos nossos figurinos e visagismo, assinados por Alma Negrot, que temos a honra de ter nesta equipe e que está estreando no mundo da ópera. Com esses elementos cenográficos, os vídeos de Vic von Poser e a luz de Aline Santini, muitas vezes atritando e colocando para conversar junto algumas temporalidades diversas, seja com figurinos bem contemporâneos e referenciais mais tradicionais e vice-versa, buscaremos criar um universo próprio que contenha todos esses elementos”, esclarece Bolelli.

 

Para o sopranista Bruno de Sá, protagonista de Grão da Voz, o espetáculo conclui um projeto de três anos, iniciado em 2022, que foi uma espécie de ocupação ou residência artística no Theatro São Pedro. “É simplesmente um motivo de muita honra e muita alegria trazer esse espetáculo ao público e encerrar esse ciclo. Estou muito empolgado de trazer algumas dessas obras pela primeira vez, peças que trazem grandes desafios vocais, estilísticos e muita emoção. Espero que o público receba e seja tocado pelo espetáculo da mesma maneira que me tocou, pois tudo está sendo preparado com o maior zelo e amor”, avalia.

 

Grão da Voz será o primeiro espetáculo dirigido por Ligiana Costa, musicóloga, dramaturgista de ópera e compositora, que assina a criação ao lado de toda a equipe criativa e em especial da dramaturga Sofia Boito e do diretor de arte Renato Bolelli. A equipe criativa, incluindo os cantores da Academia de Ópera do Theatro São Pedro (Valeska Terzetti, Debora Neves, Willian Manoel e Ariel Bernardi) e os bailarinos Roberto Alencar, que também assina a coreografia, e Alma Luz Adélia, funciona como uma trupe, evocando as antigas trupes de commedia dell’arte e as primeiras companhias andarilhas que levaram a ópera veneziana por toda a Europa, solidificando o gênero enquanto o tornavam permeável às metamorfoses do tempo e dos lugares em que se estabeleceu.

 

Transmissão ao vivo

O concerto do dia 11 de outubro, sexta-feira, às 20h, será também transmitido ao vivo gratuitamente pelo canal de YouTube do Theatro São Pedro

 

SERVIÇO

 

GRÃO DA VOZ

 

Orquestra do Theatro São Pedro

Academia de Ópera do Theatro São Pedro

 

Ligiana Costa, criação e direção cênica

André Dos Santos, direção musical

Renato Bolelli, direção de arte e cenografia

Sofia Boito, dramaturgismo e assistência de direção

Alma Negrot, figurino e visagismo

Aline Santini, desenho de luz

Vic von Poser, videografia

Juliana Ripke, arranjos

Roberto Alencar, coreografia e direção de movimento

Anísio Serafim , assistente de cenografia

Rick Nagash, assistente de figurino

Gabi Ciancio, assistente de iluminação

Paulo Galvão, adaptação de orquestrações

 

Bruno de Sá, sopranista

Débora Neves, soprano

Laleska Terzetti, mezzo soprano

Ariel Bernardi, baritonista

Wilian Manoel, tenor

Alma Luz Adélia, bailarina

Coleção Técnica do Acervo Complexo Theatro Municipal de São Paulo

 

PROGRAMA

 

VINCENZO BELLINI

Casta diva

[ópera Norma]

 

H. VILLA-LOBOS

Martelo/Bachianas Brasileiras Nº 5

 

A. VIVALDI

Siam navi all’onde algenti

 

ALBAN BERG/THEODOR STORM

Die Nachtigall

 

DAVID LANG

Just

 

Ensaio geral aberto e gratuito: 02 de outubro, quarta-feira, 19h

Concertos: 04, 06, 11 e 13 de outubro

sextas-feiras, 20h; domingos, 17h

Ingressos: R$ 35 (meia) e R$ 70 (inteira), aqui

Duração: 70 minutos (sem intervalo)

Classificação etária: 12 anos

Local: Theatro São Pedro (Rua Barra Funda, 171, São Paulo – SP)

 

THEATRO SÃO PEDRO

Com mais de 100 anos, o Theatro São Pedro, instituição do Governo do Estado de São Paulo e da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas, gerido pela Santa Marcelina Cultura, tem uma das histórias mais ricas e surpreendentes da música nacional. Inaugurado em uma época de florescimento cultural, o teatro se insere tanto na tradição dos teatros de ópera criados na virada do século XIX para o XX quanto na proliferação de casas de espetáculo por bairros de São Paulo. Ele é o único remanescente dessa época em que a cultura estava espalhada pelas ruas da cidade, promovendo concertos, galas, vesperais, óperas e operetas. Nesses mais de 100 anos, o Theatro São Pedro passou por diversas fases e reinvenções. Já foi cinema, teatro, e, sem corpos estáveis, recebia companhias itinerantes que montavam óperas e operetas. Entre idas e vindas, o teatro foi palco de resistência política e cultural, e recebeu grandes nomes da nossa música, como Eleazar de Carvalho, Isaac Karabtchevsky, Caio Pagano e Gilberto Tinetti, além de ter abrigado concertos da Osesp. Após passar por uma restauração, foi reaberto em 1998 com a montagem de La Cenerentola, de Gioacchino Rossini. Gradativamente, a ópera passou a ocupar lugar de destaque na programação do São Pedro, e em 2010, com a criação da Orquestra do Theatro São Pedro, essa vocação foi reafirmada. Ao longo dos anos, suas temporadas líricas apostaram na diversidade, com títulos conhecidos do repertório tradicional, obras pouco executadas, além de óperas de compositores brasileiros, tornando o Theatro São Pedro uma referência na cena lírica do país. Agora o Theatro São Pedro inicia uma nova fase, respeitando sua própria história e atento aos novos desafios da arte, da cultura e da sociedade.

 

ORQUESTRA DO THEATRO SÃO PEDRO

A Orquestra do Theatro São Pedro foi criada em 2010, por iniciativa da Secretaria de Estado da Cultura, Economia e Indústria Criativas, e mesmo com pouco tempo de atuação já é reconhecida como uma das principais orquestras de ópera do país. Nesses mais de dez anos, o grupo já interpretou importantes títulos do repertório, como As Bodas de Fígaro, de Mozart, e Falstaff, de Giuseppe Verdi, e tem se destacado especialmente ao explorar os novos caminhos da ópera. O grupo foi responsável pela estreia nacional de obras como Alcina, de Georg Friedrich Handel, Kátia Kabanová, de Leoš Janáček, A Volta do Parafuso, de Benjamin Britten, e Arlecchino, de Busoni, além da estreia mundial de Ritos de Perpassagem, do compositor brasileiro Flo Menezes. Entre outros títulos pouco executados que foram revisitados pelo grupo estão Adriana Lecouvreur, de Cilea, Dom Quixote, de Massenet, O Rapto do Serralho, de Mozart, Édipo Rei, de Stravinsky, As Bodas no Monastério, de Prokofiev, Dido e Eneas, de Henry Purcell, e Os Sete Pecados Capitais, de Kurt Weill, Entre os artistas que já dividiram o palco com a Orquestra estão regentes de renome como Ligia Amadio, Ira Levin, Valentina Peleggi, Cláudio Cruz, Luis Otavio Santos, Priscila Bomfim, Gabriel Rhein-Schirato, Luiz Fernando Malheiro e Silvio Viegas; instrumentistas do naipe de Antonio Meneses, Gilberto Tinetti, Nicolau de Figueiredo, Pacho Flores; e cantores de destaque como Denise de Freitas, Paulo Szot Rosana Lamosa, Savio Sperandio, Gabriella Pace, Gregory Reinhart, Luisa Francesconi, Luciana Bueno, Marília Vargas, Giovanni Tristacci, entre outros. A partir da gestão da Santa Marcelina Cultura, a Orquestra do Theatro São Pedro segue um novo modelo de trabalho, com regentes convidados e maior variação de repertório, abordando tanto a ópera quanto a música sinfônica e de câmara, numa rotina que visa aprofundar a investigação de diferentes formas do fazer musical, elevando ainda mais a excelência de suas apresentações.

 

SANTA MARCELINA CULTURA

Eleita a melhor ONG de Cultura de 2019, além de ter entrado na lista das 100 Melhores ONGs em 2019 e 2020, a Santa Marcelina Cultura é uma associação sem fins lucrativos, qualificada como Organização Social de Cultura pelo Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura, Indústria e Economia Criativas. Criada em 2008, é responsável pela gestão do GURI e da Escola de Música do Estado de São Paulo – Tom Jobim (EMESP Tom Jobim). O objetivo da Santa Marcelina Cultura é desenvolver um ciclo completo de formação musical integrado a um projeto de inclusão sociocultural, promovendo a formação de pessoas para a vida e para a sociedade. Desde maio de 2017, a Santa Marcelina Cultura também gere o Theatro São Pedro, desenvolvendo um trabalho voltado a montagens operísticas profissionais de qualidade aliado à formação de jovens cantores e instrumentistas para a prática e o repertório operístico, além de se debruçar sobre a difusão da música sinfônica e de câmara com apresentações regulares no Theatro. Para acompanhar a programação artístico-pedagógica do Guri, da EMESP Tom Jobim e do Theatro São Pedro, baixe o aplicativo da Santa Marcelina Cultura. A plataforma está disponível para download gratuito nos sistemas operacionais Android, na Play Store, e iOS, na App Store. Para baixar o app, basta acessar a loja e digitar na busca “Santa Marcelina Cultura”.

 


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