Ícone do site Dica de Teatro

“Engravidei, Pari Cavalos e Aprendi a Voar Sem Asas”

Com Lucélia Santos interpretando cinco mulheres negras paulistas, o espetáculo fica em cartaz de 7 a 10 de novembro; ingressos gratuitos

 Foto: Gumma Zuma

Cinco mulheres negras dividem o centro do palco, expondo suas histórias de vida, amores, medos e sonhos. Em uma espécie de retrato falado, a atriz Lucelia Sergio dá voz e corpo a essas personagens — inspiradas em histórias reais de mulheres entrevistadas em São Paulo — que revelam suas verdades mais íntimas e sua força de superação no espetáculo “Engravidei, Pari Cavalos e Aprendi a Voar Sem Asas”.

Em curtíssima temporada no Centro Cultural São Paulo (CCSP), o espetáculo fica em cartaz no CCSP de 7 a 10 de novembro, de quinta à sábado, às 20h; e domingo, às 19h. As apresentações serão gratuitas.

De maneira sensível, o espetáculo ilumina as vivências de quem enfrenta desafios diários em busca de dignidade, amor e transformação, compondo um retrato da sociedade marcado por desigualdades e esperanças.

Parte do repertório da Cia. Os Crespos desde 2013, a peça estreou com seis atrizes em cena, e reestreou como monólogo em 2015. O espetáculo foi dirigido por Lucelia Sergio e Sidney Santiago Kuanza e é em sua segunda versão que Aysha Nascimento compõe o trio de direção e Lucelia assume a atuação.

 

O texto escrito por Cidinha da Silva tem dramaturgia coletiva da Cia Os Crespos e mistura fragmentos de histórias reais coletadas pela Cia. Em 2013, o grupo entrevistou mais de 60 mulheres na cidade de São Paulo, para trazer à luz trajetórias afetivas e lutas por transformações pessoais e sociais.

“Lá em 2011, quando decidimos investigar o impacto da escravidão na forma de amar dos brasileiros, Os Crepos começou a desenvolver uma trilogia de espetáculos chamada “Dos Desmanches aos Sonhos” e é a partir dessa pesquisa que nasceu o “Engravidei, Pari Cavalos e Aprendi a Voar Sem Asas”‘, contou Lucelia, que afirma: ‘Nós queríamos falar de nossa saúde emocional e de como discutir a afetividade é importante para a população negra. Fomos beber em bell hooks, a partir do texto “Vivendo de amor”, mas havia poucos livros que falavam do assunto”.

Uma das Cias de teatro negro mais antigas de São Paulo, Os Crespos prepara a comemoração dos seus 20 anos com o projeto “80/20 Do Teatro Experimental do Negro à Cia Os Crespos”, que conta com uma extensa programação que inclui a apresentação de seus espetáculos de repertório, Lançamento da revista Legítima Defesa, cursos e oficinas, exposição, além de novos espetáculos.

“Para nós foi fundamental entrevistar essas mulheres, pois a dramaturgia nasce dos seus relatos de vida. O espetáculo é esse flagrante, é o que elas nos responderam quando perguntamos “O que é o amor pra você?”’, comenta a atriz.

Foto: Gumma Zuma

Com uma interpretação intensa de Lucélia Santos, “Engravidei, Pari Cavalos e Aprendi a Voar Sem Asas” é uma experiência teatral que ultrapassa as barreiras do palco e convida o público a testemunhar as trajetórias de mulheres reais do Brasil. De maneira sensível, o espetáculo ilumina as vivências de quem enfrenta desafios diários em busca de dignidade, amor e transformação, compondo um retrato da sociedade marcado por esperanças e desigualdades.

 

Trilogia “Dos Desmanches aos Sonhos”

A trilogia “Dos Desmanches aos Sonhos” é uma série de espetáculos da Cia. Os Crespos que explora as complexas relações entre afetividade e Negritude, com enfoque no impacto histórico da escravidão nas formas de amar e nas dinâmicas de gênero no Brasil contemporâneo.

Composta por três peças – “Além do Ponto”, que aborda as relações entre casais heterossexuais, “Engravidei, Pari Cavalos e Aprendi a Voar Sem Asas”, que expõe trajetórias afetivas de mulheres negras, e “Cartas à Madame Satã ou Me Desespero Sem Notícias Suas”, que mergulha no amor homoafetivo.

Sinopse
Em cena, a privacidade de cinco mulheres negras é flagrada quando expõem suas trajetórias afetivas, permitindo ao público entrar em seus respectivos cotidianos. Elas tentam enxergar e modificar seus destinos, como lagartas aprendendo a voar. revelando seus medos, dores, amores e sonhos.

.Serviço
“Engravidei, Pari Cavalos e Aprendi a Voar Sem Asas”

Curtíssima Temporada

Dias: 7, 8, 9 e 10 de novembro

Horários: Quinta a sábado, às 20h; Domingo, às 19h

Local: Centro Cultural São Paulo (CCSP)

Endereço: Rua Vergueiro, 1000 – Liberdade, São Paulo

Ingressos: Gratuitos (retirados no site do CCSP ou na bilheteria física)

Centro Cultural São Paulo – CCSP

Rua Vergueiro, 1000 – Liberdade, São Paulo

http://www.centrocultural.sp.gov.br/

Ficha Técnica

Direção e Atuação: Lucelia Sergio

Co-direção: Aysha Nascimento e Sidney Santiago Kuanza

Texto: Cidinha da Silva

Dramaturgia: Os Crespos e Cidinha da Silva.

Atrizes colaboradoras processo criativo: Dani Nega, Dani Rocha, Darília Lilbé, Dirce Thomaz, Maria Dirce Couto e Nádia Bittencourt

Direção de arte: Mayara Mascarenhas

Desenho de luz: Edu Luz

Trilha Sonora: Dani Nega

Músicas Compostas: Miriam Bezerra (“O Tempo Não Estanca” e “Quando o Carnaval Chegar”) e  Darlene“(O que é o amor depois da dor?”)

Vídeo final: Renata Martins

Orientação Teórica: Flávia Rios

Preparadora Corporal: Janette Santiago

Cenoténico: Wanderley Wagner da Silva

Colaboradoras de estudos teóricos: Jackeline Romio, Valéria Alves, e Clélia Prestes

Vídeo Mapping e edição de vídeo: Ramon Zago

Operador de luz: Felipe Tchaça e Bruna Tovian

Operador de som: Mau Caetano

Contrarregra: Rogério Santos

Produção: Rafael Ferro e Ramon Zago
Assessoria de Imprensa: Rafael Ferro e Pedro Madeira

MINI BIO DOS IDEALIZADORES

Lucélia Sergio
Lucélia Sérgio é atriz, diretora e pesquisadora com mais de duas décadas de carreira dedicadas à valorização da cultura e identidade negra no Brasil. Graduada em Artes Cênicas pela Escola de Comunicações e Artes da USP, Lucélia é co-fundadora da Cia. Os Crespos (2005), um coletivo teatral que desenvolve projetos focados em questões de raça, gênero e afetividade. Entre seus trabalhos mais notáveis está a direção do espetáculo “Engravidei, Pari Cavalos e Aprendi a Voar Sem Asas”, integrante da trilogia “Dos Desmanches aos Sonhos”, que explora as vivências e desafios das mulheres negras

 

Os Crespos
Fundada em 2005, a Cia. Os Crespos é um coletivo de artistas negros que se consolidou como um dos principais expoentes do teatro negro no Brasil. Com formação em instituições renomadas como a Escola de Arte Dramática da USP, os membros da companhia se dedicam à pesquisa e à criação de obras que exploram a identidade, a história e os dilemas da população negra. Entre seus projetos mais importantes está a trilogia “Dos Desmanches aos Sonhos”, composta por espetáculos como “Além do Ponto” (2011), “Engravidei, Pari Cavalos e Aprendi a Voar Sem Asas” (2013) e “Cartas à Madame Satã ou Me Desespero Sem Notícias Suas” (2016). Com essa trilogia, a companhia investiga as relações afetivas e a construção de subjetividades negras, conquistando espaço em festivais de teatro e fóruns culturais pelo Brasil e exterior. A Cia. Os Crespos é reconhecida por sua produção artística autêntica, que valoriza o protagonismo negro e promove debates sobre questões raciais, culturais e sociais.


Sair da versão mobile