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Cia Pierrot Lunar reestreia “Um Pouco de Ar, Por Favor”, dentro da programação comemorativa de 30 anos do grupo

Um pouco de ar, por favor

Um pouco de ar, por favor

Com direção de Chico Pelúcio (Grupo Galpão) e dramaturgia de Luís Alberto de Abreu (SP), o trabalho é vencedor do Prêmio COPASA SINPARC 2019, na categoria Melhor Trilha Sonora, com indicações em 8 categorias  – Melhor atriz, Melhor atriz coadjuvante, Melhor ator, Melhor figurino, Melhor cenário, Melhor iluminação e Melhor espetáculo.

 

De volta a BH, a peça circula por quatro sedes de grupos de teatro, com apresentações abertas ao público e gratuitas, começando no sábado, 12/10, pelo espaço da Companhia Candongas

(bairro Cachoeirnha).

 

Em outubro, a Cia Pierrot Lunar dá continuidade às comemorações dos 30 anos do grupo, com temporada de reestreia do espetáculo “Um Pouco de Ar, Por Favor”. Com direção de Chico Pelúcio e dramaturgia de Luís Alberto de Abreu, o trabalho irá circular por quatro sedes de grupos de teatro de Belo Horizonte e região metropolitana. A primeira parada acontece no dia 12.10, sábado, às 20h, na sede da Companhia Candongas (bairro Cachoeirinha). Depois, a companhia se apresenta em 26.10, sábado, no C.A.S.A. – Centro de Arte Suspensa e Armatrux, com bate papo após a apresentação, com o elenco e integrantes da equipe; no dia 16.11, sábado, na Zap 18, e, no dia 22.11, sexta, no Galpão Cine Horto. Todas as apresentações são abertas ao público e tem acesso a preços populares e contam com intérprete de LIBRAS.

 

“Quando estreamos, em 2018, queríamos falar de nós, dos rumos tomados pelo país, na época, da nossa profissão, da arte, do momento que atravessávamos, da luta pela sobrevivência, da falta de ar que estávamos sentindo. Nem imaginávamos o que nos aguardava. Fomos interrompidos por uma pandemia, uma falta de ar ainda maior e a impossibilidade de estar em cena. Só agora, em razão dos 30 anos, e da retomada das políticas públicas de cultura, conseguimos voltar aos palcos”, conta Léo Quintão.

 

Em “Um Pouco de Ar”, Léo Quintão é Jorge – um pequeno funcionário de banco da década de 1930 que não tem lembranças do passado. Dividem o palco com o ator, Neise Neves, co-fundadora da Pierrot Lunar, e a musicista e atriz convidada, parceira de outros trabalhos da companhia, desde 1993, Jussara Fernandino. As atrizes dão vida, respectivamente, à Dirce, uma confusa mulher de meia idade que está envolvida na procura de uma amiga que se perdeu em uma viagem; E à Lia, uma mulher com pouco mais de 60 anos, que abriu mão de seu talento de perfumista para ajudar o homem que amava a erguer uma rede de farmácias, e, agora, está prestes a ser demitida.

 

As três épocas retratadas no espetáculo (1934, 1984 e 2024), quando se encontram, revisam valores, conceitos e costumes, tão estruturados em nossa sociedade, promovendo reflexão sobre a existência humana. O etarismo, o assédio e a opressão no trabalho, a orientação sexual e a busca por identidade são temas abordados de maneira sensível e emocionante, com a trilha sonora tocada ao vivo pelo elenco e sensações imagéticas promovidas por projeções em diálogo com a cena. O espetáculo recebeu o prêmio de melhor trilha sonora, no Prêmio Sinparc/Copasa de Teatro, em 2019.

 

A primeira inspiração para o texto veio da obra do escritor e jornalista inglês, George Orwell, partindo de uma personagem do livro “Coming Up For Air”. Nas primeiras improvisações, surgiu o esboço do trio de personagens Lia, Jorge e Dirce, que foram ganhando corpo à medida que o texto de Abreu foi trazendo mais informações. A música, nascida de workshops e “viagens musicais” do elenco, também foi inspirando e dando novos coloridos à encenação.

 

Com a chegada das cenas, o Teatro Narrativo aparece em mais um trabalho da Pierrot Lunar, mas agora com a irreverência de Abreu, que coloca os atores em xeque. O dramaturgo propõe alternar personagem e ator, durante as narrativas, fazendo com que todos, inclusive o público, sintam-se pertencentes, de alguma maneira, àquela condição, em busca de mais liberdade, amor e identidade. “No estilo das peças de Luigi Pirandello, os personagens ganham autonomia em relação a seus criadores, questionam a forma com que foram elaborados. Ao final, revelam uma humana compaixão por seus criadores que sofrem as mesmas limitações, transitam no mesmo desconhecido, vivem as mesmas incertezas e sofrem a mesma falta de ar que os personagens”, explica Luis Alberto de Abreu.

 

A peça teve estreia em 2018, no CCBB-BH, nos 25 anos de trajetória da Cia Pierrot Lunar à época. Desde então, além de temporadas realizadas no ano de estreia, o espetáculo percorreu, em 2019, municípios do interior de São Paulo, pelo Sesi Viagem Teatral e, ainda, realizou em BH apresentações na ZAP 18, no Centro Cultural Minas Tênis Clube e participou da 45a Campanha de Popularização do Teatro e da Dança de MG, em 2020.

 

Após a circulação do espetáculo, a companhia Pierrot Lunar segue com as comemorações das três décadas até dezembro deste ano, com apresentações de espetáculos de repertório, abertura ao público de processo do trabalho em formato digital realizado em 2020, durante a pandemia, o “Antigamente, é Quando?”, exposição da história da Cia e muito mais. O circuito 30 anos se iniciou com o espetáculo de rua “Acontecimento em Vila Feliz” em praças e parques de BH e Região Metropolitana.

 

Sinopse Um Pouco de Ar

 

Três atores resolvem discutir a opressiva sensação do presente, as incertezas do futuro e os valores do passado em rápida mutação. Para isso constroem personagens cujas trajetórias se dão em diferentes épocas: Jorge, um pequeno funcionário de banco, sem lembranças do passado, que vive nos anos 1930; Dirce, uma confusa mulher que vive na década de 1980 e está envolvida na procura de uma amiga que se perdeu em uma viagem; e Lia, uma mulher com pouco mais de 60 anos, nos anos atuais em que vive, abriu mão de seu talento de perfumista para ajudar o homem que amava a erguer uma rede de farmácias. O homem casou-se com outra e Lia está prestes a ser demitida pelo herdeiro da rede farmacêutica. Os personagens ganham autonomia em relação a seus criadores, questionam a forma como foram elaborados e revelam, ao final, uma humana compaixão por seus criadores que sofrem as mesmas limitações, transitam no mesmo desconhecido, vivem as mesmas incertezas e sofrem a mesma falta de ar que os personagens.

 

Sobre Cia Pierrot Lunar

 

A Cia Pierrot Lunar foi fundada em 1993, em Belo Horizonte, por alunas e alunos do curso de formação de atores da Fundação Clóvis Salgado. Desde então, em suas diversas formações, já trabalhou autores como Garcia Lorca e Lewis Carroll e Samuel Beckett, além de Edmundo de Novaes Gomes, Branca Maria de Paula, André Sant’Anna, Aníbal Machado e, mais recentemente, Luis Alberto de Abreu e Ana Regis. Desenvolveu pesquisa sobre a encenação do teatro narrativo, uma investigação e experimentação dos recursos que o teatro dispõe para encenar um texto que prioriza a narratividade. A Cia. apresenta em seu currículo 12 espetáculos (dois em repertório), além do “Palco BH , primeiro guia de artes cênicas de Belo Horizonte” (2000/2005), e diversos eventos e iniciativas culturais que promove, dentre eles, o “Teatro na Tela” (2021), voltado para o Teatro Digital, o “Bazar de Histórias”, “Café com Cinema”, “Café com Cinema – Curta Jovens Realizadores”, “Ocupe Espaço”, projeto de ocupação do Espaço Aberto Pierrot Lunar, “Mostra 4 por 1”, evento que apresenta quatro espetáculos, em um só dia, em formato híbrido (digital e presencial), “Mostra Mulheres em Cena” e o “Música Aberta”, evento  que promove o encontro entre duas gerações da música. Já produziu e fez a curadoria do 21º e 22º Encontro SESI de Artes Cênicas em Araxá (MG), o “Curta Dança, mostra de danças curtas”, e o “Aberto para o Jantar – coma, beba e seja feliz”, evento de gastronomia e arte. Vários destes eventos são promovidos na sede da Cia., que também é um espaço multicultural, o Espaço Aberto Pierrot Lunar, referência na cidade de Belo Horizonte, desde 2008.

 

Em 2007, o espetáculo “Atrás dos olhos das meninas sérias” recebeu os prêmios de melhor atriz e melhor ator coadjuvante no Festival Nacional de Teatro de Teresina/PI, apresentou-se no 9º FIT/BH – Festival Internacional de Teatro Palco e Rua de BH, além de ganhar sua versão em longa metragem no cinema em 2020. Dentre outros trabalhos realizados pela Cia, destacam-se: “Sexo” (2010), “Acontecimento em Vila Feliz” (2011), em formato para rua e ganhador do prêmio de melhor trilha sonora – Prêmio Copasa Sinparc, “Tudo de Nós” (2013), espetáculo autobiográfico da Pierrot Teen, grupo de formação da Cia e Meus Cliques (2017), em nova turma do P. Teen. Em 2018, a Cia estreou o espetáculo “Um Pouco de Ar, Por Favor”, com direção de Chico Pelúcio (Grupo Galpão) e dramaturgia de Luis Alberto de Abreu, realizando temporada até fevereiro de 2020, quando do início da pandemia da Covid-19. Em 2019, o espetáculo foi vencedor do prêmio de Melhor Trilha Sonora, Prêmio Copasa Sinparc e participou do Viagem Teatral do Sesi SP, pelas cidades de Rio Claro, Franca, Araraquara, Birigui e Marília. Em 2020, em meio à quarentena, a Cia. estreou, a convite do Sesc Paladium, em Belo Horizonte, o espetáculo digital, “Antigamente, é Quando?”, totalmente concebido na casa dos atores e transmitido ao vivo pelo Instagram do Sesc Paladium.

 

Este projeto é realizado com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte. Patrocínio: MGS – Minas Gerais Administração e Serviços S.A.

 

SERVIÇO

CIA PIERROT LUNAR – 30 anos

Temporada de reestreia espetáculo “Um Pouco de Ar, Por Favor”

Classificação: 14 anos | GRATUITO e PREÇOS POPULARES

12 de outubro de 2024, sábado – 20h

Centro Cultural Casa de Candongas (Av. Cachoeirinha, 2.221, Bairro Santa Cruz)

Gratuito para comunidade e R$10,00 para público em geral. Com intérprete de LIBRAS.

26 de outubro, sábado – 20h

C.A.S.A. – Centro de Arte Suspensa e Armatrux (Rua Himalaia, 59 – Vale do Sol / Nova Lima)

Gratuito para comunidade e R$10,00 para público em geral.

Com intérprete de LIBRAS.

16 de novembro, sábado – 20h

Zap 18 (Rua João Donada, 18 – Santa Terezinha)

Gratuito para comunidade e R$10,00 para público em geral. Com intérprete de LIBRAS.

22 de novembro, sexta – 21h

Galpão Cine Horto (Rua Pitangui, 3613 – Horto)

Gratuito para comunidade e R$20 (inteira) e R$10,00 (meia) para público em geral.

Com intérprete de LIBRAS.

Mais informações

www.pierrotlunar.com.br

www.espetaculoumpoucodearporfavor.blogspot.com/

pierrotlunar@palcobh.com.br


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