Paisagens Antrópicas reúne registros de aterros sanitários africanos em uma reflexão à experiência humana e ao desperdício
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A Casa Seva, um espaço expositivo dedicado à arte, cultura e sustentabilidade, receberá, de 19 de outubro a 23 de dezembro, a exposição Paisagens Antrópicas, com obras do fotógrafo Christian Cravo e curadoria de Carolina Pileggi, fundadora do espaço. A mostra apresenta fragmentos da viagem do artista a países como Gana e Bangladesh em uma reflexão sobre os impactos da ação humana no meio ambiente. Os temas abordados são urgentes e atuais, como a injustiça ambiental e a colonização de resíduos.
Christian Cravo, um dos principais nomes da fotografia contemporânea, explora, em sua primeira exposição individual na Casa Seva, os espaços residuais que emergem do descarte industrial em lixões. Ele propõe uma visão inovadora de áreas frequentemente negligenciadas, apresentando-as como ambientes em constante transformação e resiliência. Pelo conceito de “processos movediços”, Cravo sugere que essas paisagens estão em fluxo contínuo, tornando-se lugares de regeneração e potencial inovação.
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A mostra também aborda a prática do colonialismo de resíduos, em que países desenvolvidos exportam lixo industrial para países em desenvolvimento, revelando uma dura realidade de desigualdade social e ambiental, amplamente observada desde os aterros de Gana até os desertos do Oriente Médio.
Nascido em Salvador, Christian Cravo é filho do renomado artista Mário Cravo Neto e neto de Mário Cravo Júnior, uma das maiores referências na arte brasileira. Com uma carreira de 25 anos, o artista é reconhecido internacionalmente por suas obras que exploram a relação entre a natureza e a experiência humana. Seu olhar poético, caracterizado por fotos de animais selvagens, marca sua assinatura visual, presente na coleção Paisagens Antrópicas. Os contrastes dramáticos e as composições minimalistas utilizadas nas imagens capturam a essência dos espaços retratados, oferecendo ao espectador uma visão introspectiva sobre a desumanização de seus personagens na selva de lixo.
Carolina Pileggi, fundadora da Casa Seva, acredita que a viagem pelas obras de Cravo desperta uma conscientização essencial sobre a complexa interação entre o ser humano e o ambiente, especialmente em locais marginalizados e insalubres. “Christian tem uma habilidade singular de converter esses cenários em narrativas visuais profundamente envolventes que podem gerar uma nova perspectiva sobre o consumo irresponsável, provocando uma reflexão sobre nosso papel e nossas responsabilidades em relação ao planeta.”
A Casa Seva, com a força de sua missão, propõe uma conexão profunda entre a arte e a preservação ambiental. Com Paisagens Antrópicas, o espaço convida à contemplação de uma beleza inusitada, onde caos e harmonia coexistem, desafiando a linearidade do tempo e do espaço. A exposição revela a possibilidade de encontrar poesia e oportunidades onde menos se espera, mostrando que até os cantos mais sombrios podem conter a semente de algo novo.
SERVIÇO:
Christian Cravo: Paisagens Antrópicas
Al. Lorena, 1257 – Casa 1
Entrada gratuita
Período de visitação: 19 de outubro a 23 de dezembro de 2024
Terça a Sexta, das 11h às 18h / Sábado, das 11h às 15h
Telefone: +55 (11) 94445-9595
Fotos no link: Link
Créditos: Christian Cravo
SOBRE A CASA SEVA
A Casa Seva, o espaço expositivo dedicado à sustentabilidade, arte e cultura, foi criada para gerar impacto positivo no meio de arte e design, estimular uma rede mais sustentável por parte dos artistas, galeristas e inspirar ações e escolhas sustentáveis no dia a dia de seus visitantes, parceiros e colaboradores. A Casa Seva acredita na arte como uma ferramenta de transformação e conscientização da potência da natureza em suas diversas formas. Por meio de exposições, eventos, palestras e workshops, a Casa Seva busca expressar beleza, provocar reflexão e inspirar ação.
Sobre Christian Cravo
Christian Cravo, nascido em 13 de agosto de 1974 em Salvador, Bahia, é um renomado fotógrafo brasileiro que cresceu em um ambiente artístico, filho do artista Mário Cravo Neto. Iniciou sua trajetória na fotografia aos 11 anos na Dinamarca, e, ao longo de 25 anos, conquistou destaque nacional e internacional, com exposições em instituições como o Museu de Arte Moderna da Bahia e o Palais de Tokyo, em Paris. Suas obras exploram temas como fé e natureza, refletidos em publicações como Irredentos (2000) e Reino Desse Mundo (2022). Premiado por sua contribuição à arte, incluindo a bolsa Guggenheim e o prêmio APCA, Christian também fundou o Instituto Mario Cravo Neto em 2017, dedicado a preservar o legado artístico de seu pai. Hoje, ele reside em Salvador, onde continua a desenvolver sua carreira e a se dedicar à família.