Medidas para enfrentar o desafio
Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) afirma que 73% da geração nem-nem é formada por mulheres, tendo a gravidez precoce como principal causa. Os dados da pesquisa também mostram que o Brasil tem 3 milhões de pessoas desocupadas, que estão procurando emprego há mais de dois anos, e cerca de 5 milhões de desalentados — quem desistiu de procurar trabalho. Segundo o Ipea, metade deles não completou o ensino fundamental, 25% estão na faixa etária de 18 a 24 anos.
“Os números confirmam a necessidade de políticas públicas para ajudar os jovens a se profissionalizarem e ingressarem no mercado de trabalho. As consequências da geração nem-nem vão além do desemprego, incluem o aumento da diferença da desigualdade social e afetam os problemas com a saúde mental. Muitos jovens se sentem pressionados a conseguirem uma formação e um trabalho cada vez mais cedo, o que os afetam psicologicamente”, diz Minucci.
O Mentor aponta que a geração nem-nem representa um desafio para a sociedade e o país como um todo. Para superar essa realidade, ele propõe a adoção de algumas medidas:
Investir na educação e qualificação profissional: é essencial fortalecer o sistema educacional e oferecer oportunidades de capacitação profissional, para que os jovens adquiram habilidades relevantes para o mercado de trabalho atual.
- Incentivar o empreendedorismo: estimular o empreendedorismo pode ser uma alternativa para que jovens encontrem formas criativas de se inserir no mercado.
- Invista no aprimoramento da comunicação: uma alternativa essencial para os jovens se prepararem para o mercado de trabalho é desenvolver habilidades de comunicação para estabelecer conexões durante o momento crucial das entrevistas. Nesse contexto, um treinamento de comunicação é uma dica valiosa, pois os ajudará a aperfeiçoar suas capacidades de expressão, escuta ativa e empatia, proporcionando maior confiança e assertividade, fatores determinantes para alcançar sucesso nas oportunidades profissionais.
- Promover ações de inclusão social: políticas públicas que visem a inclusão social e a redução das desigualdades podem ajudar a abrir novas possibilidades para os jovens da geração nem-nem.
- Investir na saúde mental: por não conseguir concluir os estudos ou não achar emprego, é natural vir o desanimo e a pressão social. É importante buscar ajuda de psicólogos para orientar e ajudar em um momento que as oportunidades parecem escassas.
- Promover a busca por proposito: no cenário atual é necessário desenvolver uma geração de pensadores autônimos e criativos. Por isso, é importante ter uma educação mais prática e experimental. Viver novas experiências ajuda a se redescobrir e encontrar animo e um novo objetivo.
“A geração nem-nem não deve ser vista como um grupo desmotivado ou acomodado, mas sim como uma parcela da população que enfrenta desafios específicos. Investir em sua capacitação e oportunidades pode ser um caminho para transformar essas dificuldades em perspectivas de futuro promissor”, enfatiza Minucci.