Créditos para Heloísa Bort
ÁVIDA – ALGUNS INSTANTES COM A MULHER MAIS VELHA DO MUNDO se propõe a investigar as singularidades do ser humano e a dimensão de suas ações a partir de um viés presente num mapeamento atemporal de memórias visitadas pela protagonista solitária – a velha Ávida – embriagada por reflexões que emergem atmosferas densas e/ou poéticas em sua propriedade.
Este espetáculo intitula-se como um solo inquieto, pois a sua narrativa está espalhada entre o transcendental e o cotidiano, onde a busca pela manutenção do direito à memória é o seu maior conflito. Aborda a questão do feminino, da finitude e do etarismo aliada aos desejos humanos indecifráveis, através das narrativas – verdadeiras ou não – da mulher mais velha do mundo. A encenação, interpretada com maestria pela atriz octogenária Lucélia Machiaveli, visa a manutenção do simples, com poucos elementos cênicos, sendo fiel apenas ao que se apresenta essencial ao público, valoriza, assim, a manutenção da palavra e do gestual.
O processo de montagem já se embasou em encontros da equipe de criação, com concepções visuais/ interpretativas e discussões atreladas à estrutura narrativa. A proposta teve a sua primeira extensão pública com a leitura dramática apresentada no Centro de Pesquisa e Formação do Sesc-SP, com mediação do pesquisador, dramaturgo e cineasta Aimar Labaki. A jornada cênica da encenação conta com a dramaturgia inédita de Ed Anderson e direção de Gonzaga Pedrosa. Além de uma equipe majoritariamente feminina composta por renomadas artistas/ criadoras do teatro paulistano como Telumi Hellen (direção de arte), Heloísa Bortz (fotografia), Luciana Hoppe (direção de movimento) e Luciana Borghi (preparação vocal).
A encenação de ÁVIDA visa solidificar a pesquisa em torno da memória narrativa em cena e a sua reverberação do imaginário em distintas plateias. Sabemos que essa proposta apresenta certa urgência social ao tratar de questões caras a população em geral como o entendimento do envelhecer; a fruição entre corpo/mente na maturidade; a participação ativa em sociedade e o resguardo de fatos vividos.
SOBRE LUCÉLIA MACHIAVELI – ATRIZ
Formada pela Escola de Arte Dramática. Sob a direção de Antunes Filho integrou o elenco de Macunaíma (1979); com o grupo Satyros, atuou em Inocência (2007). Vencedora do prêmio Coca Cola de Teatro como melhor atriz no espetáculo O Teatro de Sombras de Ophelia (1997), de Edilson Castanheira e Tempo de Viver (2014), direção Carlos Colabone/ Gonzaga Pedrosa.
Em cinema atuou no filme A Marvada Carne (1985), direção André Klotzel.
SOBRE GONZAGA PEDROSA – ENCENADOR
Diretor, ator, preparador de atores, artista plástico e publicitário, formado pela ESPM – Escola Superior de Propaganda e Marketing. Estudou teatro, em São Paulo, com Rofran Fernandes; na Inglaterra, pelas Ècole Philippe Gaulier, The Desmond Jones School of Mime and Physical Theatre e The Russian School of Acting; e, na Dinamarca, no Odin Teatret.
Dirigiu Reflexo Guimarães, Tempo de Viver, O Mercador de Veneza, Viaduto, Territórios, Oráculo de Gaia. Criou e dirigiu Teatro Expresso Paratodos (12 Edições). Atuou em Caixa de Memórias, A Ilusão Cômica, e, A Bilha Quebrada, dirigidos por Marcio Aurelio; Assim É (Se Lhe Parece), dirigido por Marco Antônio Pâmio; Os Possessos, dirigido por Antonio Abujamra; Sábado, Domingo e Segunda, dirigido por Marcelo Marchioro; O Amor Venceu, dirigido por Bárbara Bruno; Laços Eternos, dirigido por Renato Borghi; entre outros.
SOBRE ED ANDERSON – DRAMATURGIA
Dramaturgo, pesquisador e educador. Mestre em Ciências Sociais/ Antropologia (PUC SP), 2012; pós-graduado em Crítica de Cinema (FAAP), 2009; bacharel em Artes Cênicas (UFBA), 1995. Autor dos livros Estudos sobre a Perda, Editora Humana Letra, 2023; Meu Nome não é Pixote – o jovem transgressor no cinema brasileiro (1980-2010), Edições Sesc SP, 2018. Autor de diversos textos teatrais como A Casa do Homem, premiado no Concurso de Literatura Cidade de Manaus 2022; Os Homens Feios, premiado pela Fundação Guilherme Cousur, Portugal; Rapte-me Agora!, direção Cynthia Falabella, 2020; Piso Molhado, direção Mauro Baptista Védia, 2019; Mulheres do Espelho, direção Miwa Yanagizawa, Mostra Brasil em Cena, 2018; Os Dois e Aquele Muro, direção Francisco Medeiros, 2016.
FICHA TÉCNICA
Dramaturgia – Ed Anderson
Direção – Gonzaga Pedrosa
Atuação – Lucélia Machiavelli
Direção de arte – Telumi Hellen
Iluminação – André Lemes
Caracterização – Beto França
Trilha sonora original – Natália Machiavelli
Produção musical –Rafael Thomazini
Fotografia – Heloísa Bortz
Direção de movimento e Assistente de direção – Luciana Hoppe
Preparação vocal – Luciana Borghi
Design gráfico – Maura Hayas
Operação de Som – Rafael Thomazini
Operação de luz – André Lemes e Agnaldo Nicoleti
SINOPSE
Ávida conversa com o vazio de onde surgem lembranças de fatos quixotescos e o desejo de continuar a caminhada, mesmo sabendo da sua eminente finitude. Ela luta pela preservação da sua memória, pois tem medo de esquecer ou ser esquecida. Torna-se fiel aliada das palavras e tenta fomentar narrativas da sua jornada como a mulher mais velha do mundo.
SERVIÇO
ÁVIDA – ALGUNS INSTANTES COM A MULHER MAIS VELHA DO MUNDO Temporada: 7 a 28 de outubro 2024 – Segundas-feiras, às 20h
Local: ºAndar – Rua Dr. Gabriel dos Santos, 30, Santa Cecília (ao lado da estação de metrô Marechal Deodoro – linha vermelha), São Paulo/SP
Telefone: (11) 3666-6138
Duração: 60 minutos
Classificação: 14 anos
Capacidade: 50 lugares
Ingressos: R$ 30, R$ 40 e R$ 60 com venda antecipada pelo Sympla:
https://www.sympla.com.br/produtor/segundasdesolo
Acessibilidade: ºAndar está localizado no segundo piso de um edifício que só possui escadas para acesso. Comprometidos em garantir a entrada de todos, solicitamos que as pessoas com mobilidade reduzida entrem em contato conosco informando o dia do seu ingresso para podermos realizar os ajustes necessários e garantir acesso ao espetáculo.
