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“aleatório” – Sucesso britânico ganha montagem inédita no Brasil, com estreia no Sesc Vila Mariana – 24/10

aleatório
                                  Sucesso britânico ganha montagem inédita no Brasilcom estreia no Sesc Vila Mariana
 Dirigido por Nilcéia Vicente e protagonizado por Érika Rocha,  o espetáculo estreia em 24 de outubro após colaboração com a autora debbie tucker green
 

A aclamada peça britânica “random” (2008), de debbie tucker green, estreia pela primeira vez no Brasil sob o título de “aleatório”, no dia 24 de outubro, às 20h30 no Auditório do Sesc Vila Mariana. Dirigido por Nilcéia Vicente e protagonizado por Érika Rocha, o espetáculo narra a interrupção violenta da rotina de uma família negra em um dia aparentemente comum. A peça resulta de um intercâmbio criativo com a autora original, mantendo a força e a essência do texto nesta tradução inédita.

Em cartaz até o dia 23 de novembro, a temporada de “aleatório” também conta com uma roda de conversa, em 20 de novembro, às 17h30, com o jornalista, professor de direitos humanos e colunista do jornal Folha de São Paulo, Thiago Amparo, e a fundadora do movimento Mães de Maio Débora Silva. O debate gira em torno do “Racismo e da Necropolítica”, trazendo à luz a violência racial contra jovens negros no Brasil – nomeadamente, o tema central do espetáculo. 


A peça provoca o público já no título. Ao sugerir uma falta de lógica, “aleatório” conduz os eventos em uma narrativa que, como explica Nilcéia Vicente, desafia a ideia de acaso. “A violência, aleatória, não tem nada. Os alvos são claros, e ela se manifesta em contextos muito específicos”, disse Nilcéia.

Foto: Allis Bezerra

O espetáculo retrata um dia aparentemente comum na vida de uma família negra, até que uma visita inesperada interrompe sua rotina. Narrado pela Irmã, o texto original ressoa profundamente no contexto brasileiro, sem a necessidade de adaptações. “O uniforme escolar durante o assassinato me remeteu às inúmeras mortes de crianças negras no Brasil. Pensei: isso é tão Brasil!”, comenta Érika Rocha, atriz e idealizadora do projeto.


Foto: Allis Bezerra

A fidelidade ao texto e o intercâmbio criativo com debbie tucker green
O intercâmbio criativo com a autora original foi essencial para preservar a autenticidade da obra. A própria debbie tucker green pediu fidelidade especial ao dialeto patuá – falado por imigrantes jamaicanos em Londres – para manter a identidade dos personagens intacta. Para a ocasião, explica a diretora, uma tradutora especializada colaborou na confecção do texto.

Sem alterar o cerne da dramaturgia original, “aleatório” expande sua ressonância e transporta o público para um cenário que reflete a violência do Estado enfrentada pela comunidade negra. “É uma realidade que transcende a classe. Para jovens negros, o perigo é iminente, não importa de onde venham”, pontua Nilcéia.

Após conquistar um BAFTA pela adaptação cinematográfica de “random” em 2012, a peça continua a expandir suas fronteiras, reafirmando sua relevância universal. “O texto de debbie já vem pronto para atravessar realidades culturais. Seja em Londres ou no Brasil, os mecanismos de opressão racial são os mesmos”, comenta a diretora.

 

Sinopse
Em um dia comum, a rotina de uma família negra é abruptamente interrompida por uma visita indesejada. 

O espetáculo, contado pelo ponto de vista da Irmã, reflete sobre luto, violência e racismo, ressaltando a vulnerabilidade da comunidade negra.

Serviço
aleatório
Temporada: 24 de outubro a 23 de novembro de 2024
Horários: Quinta a Sábado, às 20h30 | Feriados de 02, 15 e 20/11 às 16h30
Local: Auditório do Sesc Vila Mariana

Rua Pelotas, 141, Vila Mariana – São Paulo | Telefone: (11) 5080-3000
Ingressos: Disponíveis no site do sesc, a partir de 15/10

https://www.sescsp.org.br/

Bate Papo – “Racismo e Necropolítica”, com Débora Silva e Thiago Amparo

4ª feira, 20/11, às 17h30, após o espetáculo, com Mediação da diretora Nilcéia Vicente | Atividade gratuita

A peça aleatório – random reflete como a violência contra jovens negros pode ser compreendida através do conceito de necropolítica, onde a morte de corpos negros é naturalizada como parte de um sistema de controle social e racial.

O debate pretende explorar como a peça dramatiza essa realidade, revelando a banalização das mortes de jovens negros nas mãos do Estado ou por meio da violência social, e o impacto disso nas famílias e comunidades.

Ficha Técnica do espetáculo:

Texto: debbie tucker green
Tradução: Rafaella Gobbo
Revisão de Tradução: Betina Rodrigues
Direção: Nilcéia Vicente
Elenco: Érika Rocha
Desenho de Luz: Gabriele Souza
Cenografia e Figurino: Guilherme Santti
Concepção Musical: Dani Nega e André Papi
Direção de Movimento: Danielli Mendes
Diretor de Palco: Uriel Machado Barbosa
Design e Fotografia: Allis Bezerra
Designer de Vídeo: Rafael Thomazini
Filmagem: Libre Audiovisual
Operação de Luz: Paloma Dantas
Operação de Som: Rafael Thomazini
Assessoria de Imprensa: Rafael Ferro e Pedro Madeira
Assessoria Jurídica: Thiago Oliveira
Assessoria Contábil: Tuty e Lyla
Intérpretes de LIBRAS: Aza Pakou, Karina Oliveira, Ricieri Palha
Consultoria Técnica: Yanna Porcino
Idealização: Érika Rocha e Tiago Martelli
Direção de Produção: Cicero de Andrade – Mosaico Produções
Produção: Cicero de Andrade e Tiago Martelli
Assistente de Produção: Dani Simonassi

 

MINI BIO:

 

Érika Rocha
Érika Rocha é atriz, dramaturga e produtora, Mestra em Artes pela ECA-USP. Com ampla experiência em teatro, é fundadora da Cia. Kambas de Teatro, voltada para o público infanto-juvenil. Premiada no 24.º Cultura Inglesa Festival por sua dramaturgia Mancala ou As Sementes de Akin, também atua como orientadora de teatro no Programa Vocacional da SMC de São Paulo. Em 2024, protagoniza aleatório no Sesc Vila Mariana.

Nilcéia Vicente
Nilcéia Vicente é atriz e cantora formada pela Escola de Arte Dramática da USP. Fundadora do Grupo 59 de Teatro, colabora com importantes coletivos de São Paulo, como o Núcleo Bartolomeu de Depoimentos e Cia. Hiato. Participou de espetáculos premiados como Hip-Hop Blues e Xs Culpadxs.


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