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A Música na Semana de Arte Moderna de 1922

Cristiane Serpa
Falar de Semana de Arte Moderna e de música nos leva obrigatoriamente a citar dois grandes nomes que estiveram muito ligados ao movimento que desencadeou mudanças comportamentais e um novo olhar em direção à cultura.
Muitos enxergam Mário de Andrade somente como escritor e poeta da época e do movimento artístico literário ligado aos fatos que levaram ao tão importante movimento histórico, mas este escritor era professor de música no Conservatório Dramático Paulistano na capital e crítico de música durante as temporadas de Ópera do Teatro Municipal, além de ter sido diplomado em canto e piano e depois concursado professor do mesmo conservatório.
Mário de Andrade não só fazia a ligação entre as artes por meio da literatura e da música, como também foi responsável pelo envolvimento dos intérpretes da cidade do Rio de Janeiro, entre eles o compositor reconhecido, Heitor Villa-Lobos.
Um novo olhar sobre a música se deu após este encontro que trouxe Heitor Villa-Lobos a São Paulo para apresentações durante a Semana de Arte Moderna de 1922. O terceiro dia de apresentação foi totalmente dedicado às composições de Villa-Lobos e à interpretação impecável da pianista Guiomar Novaes.
Cartas trocadas que fazem parte do acervo de Villa-Lobos mostram como o poeta e professor de música foi interlocutor para possibilitar um concerto com sonoridades e influências trazidas da Europa. Influências essas como Dedussy e o minimalismo de Satie, somadas às composições do tão aclamado compositor brasileiro que adicionou em suas obras as características dos ritmos, nuances harmônicas e melódicas da música popular brasileira, entre elas o lundus, modinhas e canções.
Na época, São Paulo e Rio de Janeiro, cidade e capital federal do país, possuíam características culturais distintas. São Paulo ainda conservadora despontava um crescimento oriundo da cafeicultura onde começam a circular pessoas em busca de diversidade cultural, conseguindo assim chamar a atenção de patrocinadores da arte, conhecidos como mecenas, e também porque alguns artistas deste movimento também pertenciam a esta sociedade abastada.
A música, assim como as outras artes que compunham o movimento da Semana, também foi aplaudida e vaiada, trouxe desconforto para os mais conservadores, mas fomentou as mudanças que vieram anos depois transformando e transmitindo uma música com muito mais identidade brasileira, tornando-a mais erudita.
Cristiane Serpa é professora de Música do Colégio Presbiteriano Mackenzie Tamboré Internacional.

 

Sobre os Colégios Presbiterianos Mackenzie
Os Colégios Presbiterianos Mackenzie são reconhecidos, hoje, pela qualidade no ensino e educação que oferecem aos seus alunos, enraizada na antiga Escola Americana, fundada em 1870, por George e Mary Chamberlain, em São Paulo. A instituição dispõe de unidades em São Paulo, Tamboré (em Barueri-SP), Brasília (DF) e Palmas (TO). Com todos os segmentos da Educação Básica – Educação Infantil (Maternal, Jardim I e II), Ensino Fundamental e Ensino Médio, procura o desenvolvimento das habilidades integrais do aluno e a formação de valores e da consciência crítica, despertando o compromisso com a sociedade e formando um indivíduo capaz de servir ao próximo e à comunidade. No percurso da história, o Mackenzie se tornou reconhecido pela tradição, pioneirismo e inovação na educação, o que permitiu alcançar o posto de uma das renomadas instituições de ensino que mais contribuem para o desenvolvimento científico e acadêmico do País.


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