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Foto: Miriam Silva
A Companhia do Latão, uma das mais consagradas do teatro de grupo brasileiro, estreia no próximo dia 14 de fevereiro, no Teatro Raul Cortez, do Sesc 14 Bis, seu novo espetáculo “A Banda Épica na NOITE DAS GERAIS”. Ambientada no auge da repressão militar no Brasil, a montagem aborda a produção artística da contracultura, ao mesmo tempo influenciada pelas lutas revolucionárias e tensionada pelo avanço da cultura de massa. O espetáculo, com texto e direção de Sérgio Carvalho, conta com trilha sonora executada ao vivo.
No enredo, uma banda de rock alternativo enfrenta um revés em sua turnê pelo interior de Minas Gerais quando o ônibus quebra próximo ao Rio Doce, região marcada por violências históricas contra os povos originários. No encontro com pessoas da região (uma caminhoneira, a dona de um pequeno bar da região, um militar de baixa patente, o funcionário de uma grande estatal e um fazendeiro), os artistas enfrentam situações inéditas que os despertam para reflexões sobre o papel da arte face às profundas violências constitutivas do país.
Com as atuações de Helena Albergaria e Caio Horowicz, ambos integrantes do elenco do filme “Ainda Estou Aqui”, de Walter Salles, o novo espetáculo da Companhia do Latão chega ao público em um momento oportuno para a cultura e a memória do Brasil. Além desse intercâmbio criativo entre a dupla de atores, a montagem dialoga não apenas com o contexto da ditadura, presente no contemporâneo cinematográfico, mas também com o marco dos 40 anos da redemocratização do país.
“A Banda Épica na NOITE DAS GERAIS” transcende o contexto histórico de 1972, ao dialogar com questões atuais do Brasil. O espetáculo dá continuidade às pesquisas da Companhia do Latão sobre as relações entre cultura e política durante a ditadura militar, iniciadas em 2010 com a montagem de Ópera dos Vivos.
“A peça [A Banda Épica] faz pontes com o passado e as possibilidades de futuro que podem despontar entre as imagens sombrias que dominam nosso horizonte. Por vias tortas, o espetáculo se filia à tradição dos musicais políticos épicos do teatro brasileiro que surge nos anos 1960.”, afirma Sérgio de Carvalho.
Neste novo espetáculo, a companhia aposta em uma narrativa arrojada, na qual teatro e música se misturam em uma atmosfera de memória e sonhos. É estruturado com base em trilha sonora executada ao vivo por uma banda composta por bateria, baixo, guitarras, teclado, violão e acordeon.
Foto: Miriam Silva
“É como se fosse um documentário falhado em que a fala dos artistas não corresponde sempre às cenas mostradas, como se o país real sempre estivesse enfumaçado ou além, confundindo-se com uma visão de faroeste.”, explica o diretor.
Foto: Miriam Silva
Sinopse
O novo espetáculo da Companhia do Latão acompanha uma banda de rock alternativo que excursiona pelo interior de Minas Gerais no ano de 1972. Quando seu ônibus quebra numa estrada perto do rio Doce, o grupo se depara com imagens realistas e fantásticas de um país violento.
Serviço
“A Banda Épica na NOITE DAS GERAIS”- Companhia do Latão
Temporada de 14 de Fevereiro a 16 de Março de 2025.
Quinta à sábado, às 20h e domingos, às 18h – Exceto: 02/03/2025.
130 minutos | 14 anos | Ingressos: R$ 70 (inteira) / R$ 35 (meia) / R$ 21 (credencial Sesc).
Vendas pelo site centralrelacionamento.
A partir de 4/2 às 17h e presencialmente nas bilheterias das unidades do Sesc SP a partir de 5/2, às 17h.
Teatro Raul Cortez – Sesc 14 Bis
Rua Dr. Plínio Barreto, 285 – Bela Vista
Email: imprensa.14bis@sescsp.
Telefone: (11) 3016-7700
FICHA TÉCNICA
Criação coletiva da Companhia do Latão
a partir de argumento original de Sérgio de Carvalho
Atuação e música
Be Cruz, Beatriz Bittencourt, Caio Horowicz, Carlos Albergaria, Carlos Escher, Felipe
Botelho, Gabriel Stippe, Helena Albergaria, Leonardo Ventura, Ney Piacentini, Nina
Hotimsky, Rubens Alexandre, Sara Mello Neiva, Susanna Oliveira
Concepção, roteiro final e direção: Sérgio de Carvalho
Direção musical e composições originais: Felipe Botelho e Nina Hotimsky
Colaboração em dramaturgia e preparação de elenco: Helena Albergaria
Assistência de direção, coordenação de pesquisa e produção: Maria Lívia Goes
Assistência de direção e dramaturgia: Ana Hirszman
Equipe cenográfica: Cássio Brasil, Anick Matalon, Carlos Oliveira (Nande), Rodolfo da
Silva França
Figurinos: Daniela Carvalho
Assistente de figurino: Rosa Albergaria
Adereços: Nenê Pais
Iluminação: Melissa Guimarães
Desenho de som: Camila Fonseca
Técnico de som: Lucas de Sá
Arte para o programa: Marcius Galan
Arte da divulgação: Pedro Andrada
Fotos do programa: Miriam Silva
Textos do programa: Maria Lívia Góes e Sérgio de Carvalho
Assessoria de imprensa: Rafael Ferro e Pedro Madeira
Coordenação de Produção: Mosaico Produções
Produção executiva: Cícero Andrade
Produtoras assistentes: Dani Simonassi e Érika Rocha
Realização: Companhia do Latão
Companhia do Latão
Dramaturgo, encenador e pesquisador de teatro, Sérgio é professor titular de Dramaturgia na Universidade de São Paulo.
Tem doutorado em Literatura Brasileira, mestrado em Artes Cênicas, graduação em jornalismo e colaborou nos principais veículos de comunicação do país. Realizou conferências em países como Alemanha, Argentina, Cuba, Espanha, Grécia, México e Portugal, em instituições como Brecht Haus e Akademie der Künste de Berlim e Teatro São Luiz de Lisboa. Foi premiado como encenador pela União dos Escritores e Artistas de Cuba pela montagem de “O círculo de giz caucasiano”, de Brecht, em 2008. Entre seus muitos espetáculos estão “O nome do sujeito” (1998), “A comédia do trabalho” (2000), “Ópera dos vivos” (2010) e “O pão e a pedra” (2016). Dirigiu também a ópera “Café” no Theatro Municipal de São Paulo (2022), além de shows de música e filmes, como “Valor de troca” (TV Cultura, 2007). Entre seus livros se destacam “Introdução ao teatro dialético” (Expressão Popular 2009), “Companhia do Latão 7 peças” (Cosac Naify, 2008), “Três Peças Companhia do Latão” (Temporal, 2019) e “O Drama Impossível” (Edições Sesc, 2023).
Helena Albergaria
Atuou em filmes de diretores como Walter Salles e Anna Muylaert e na TV em “Santo Maldito”.
Foi premiado pelo APCA e Questão de Crítica por suas atuações. É mestre em teoria da atuação pela USP e autor do livro “O Ator Dialético” (2018).
Fez trilhas para filmes e foi baixista da Trupe Chá de Boldo.
Rubens Alexandre
Ator formado pela EAD, Rubens também atua como músico. Integra a companhia Teatro do Osso e colabora com a Companhia do Latão desde 2022. Em 2023, atuou em “Noite de Brinquedo no Terreiro de Yaya”, de Antônia Mattos.
Susanna Oliveira
Atriz, arte-educadora e artista do corpo, Susanna integra o grupo À Tona de teatro-dança. Cursa Licenciatura em Teatro pela UNESP. Atuou em espetáculos como “Teias”, direção de Ana Noronha e “Gota D’Água”, direção de Rogério Pércore.
Na Companhia do Latão, esteve em “O Mundo Está Cheio de Nós” (2019). Dirigiu espetáculos como “Elizabeth Costello” e “A História do Soldado”, apresentados no Sesc em 2024.
Carlos Escher
Ator desde 2001, Carlos realizou mais de 30 espetáculos, entre eles seu solo “O sapateiro ruço” e “Ópera dos Vivos”, da Companhia do Latão, em que atua há mais de dez anos. No cinema, participou de filmes como “Três tigres tristes”, de Gustavo Vinagre. É diretor, diretor de arte, figurinista e arte-educador.
Gabriel Stippe
Graduado em Teatro, Gabriel é ator desde 2006 e integrou o elenco de diferentes grupos de teatro em São Paulo. Desde 2017 colabora com a Companhia do Latão, em espetáculos como “O Pão e a Pedra”, “Estação da Luz” e “O Mundo Está Cheio de Nós”. No cinema, atuou em filmes como “Idade da Pedra”, de Renan Rovida.
Trabalhou em filmes como “Estado de Arte” e “Quando Eu Era Vivo”. Dirigiu “Edificação Antígona” em 2020.
Sara Mello Neiva
Atriz, professora e pesquisadora de teatro, formada em Artes Cênicas pela Unicamp, com mestrado e doutorado pela ECA-USP.
Possui experiência em grupos como Madeirite Rosa, Cia Acidental, Grupo do Trecho e, atualmente, Cia Kambas de Teatro.
É autora do livro O Teatro Paulista do Estudante nas Origens do Nacional Popular.
Be Cruz